Prisão preventiva para sete polícias suspeitos de homicídio
Bissau,01 Mar
17(ANG) - Um juiz de instrução criminal de Bissau decretou prisão preventiva
para sete agentes da Polícia de Ordem Pública (POP) suspeitos de terem
assassinado um homem de 34 anos, anunciou hoje a Liga Guineense dos Direitos
Humanos (LGDH).
"A LGDH
registou com bastante satisfação o despacho do juiz", refere em comunicado
a organização.
Segundo a liga, de
acordo com o despacho, um dos polícias confessou ter dado ordens aos colegas de
corporação da 5.ª Esquadra de Bissau para torturarem a vítima, Sadjo Baldé, na
noite de 22 de janeiro.
A vítima foi
imobilizada e espancada, "vindo a falecer no itinerário para o Hospital
Simão Mendes", também na capital.
O homem de
nacionalidade guineense tinha sido detido por furto, após queixa apresentada
pela família.
"Práticas
reiteradas de tortura perpetradas impunemente pelos agentes da polícia têm de
ser erradicadas da Guiné-Bissau, através da perseguição judicial e disciplinar
dos criminosos", refere a LGDH.
A organização
considera este despacho como "um aviso sério à corporação, desde [o topo]
da hierarquia até ao último soldado".
No final de 2016,
a liga denunciou o espancamento de um jornalista, Ismael Bari, e de um
motorista, Júlio Diouf, que terá sido praticado por agentes da Guarda Nacional,
"sem que os autores tenham sido responsabilizados criminal ou
disciplinarmente".
Em 2015, agentes
da esquadra de polícia de Bissorã, centro do país, foram condenados a cinco e
sete anos de prisão por torturarem até a morte Tchutcho Mendonça, 37 anos, mas
ainda não cumpriram as penas.
A Liga pede ainda
que sejam apuradas responsabilidades noutros três casos de morte, após
agressões policiais, em 2010, 2011 e 2014.
ANG/Lusa
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