Alunos
criticam o comportamento “ante pedagógico” dos professores
Bissau, 28 Abr 17 (ANG) – Os
estudantes de algumas escolas públicas do país criticaram hoje o comportamento
que qualificam de “anti-pedagógico” de alguns professores.
Foto Arquivo |
Numa auscultação feita pela
Agência de Notícias da Guiné (ANG), Herculino Fernandes e Delio Lopes, ambos
estudantes do Liceu Nacional Kwame Nkrumah, revelaram que alguns professores
daquele estabelecimento escolar comportam mal com os alunos, ao ponto de alguns,
inclusive, ameaçam bater nos alunos.
“Não vamos negar que o nosso
Liceu dispõe de bons docentes. Alguns professores estão, de facto, na altura de lesionar e apresentam excelentes qualidades, e também bons em termos de
comportamentos”, disse os estudantes.
Por outro lado, apela a
Direcção do Liceu Nacional, a seguir de perto o comportamento de alguns
professores, porque muitos têm tido comportamentos injustos.
“A maioria dos professores
produz textos de apoio estudantil para vender os alunos à preço de 1.500 FCA mas devido as dificuldades que os
país enfrentam muitos não conseguem comprar o texto”, criticou Herculino
Fernandes, acrescentando que as vezes pedem o texto aos colegas para copiarem,
mas que muitos professores não permitem que o seus textos de apoios fossem
copiados, obrigando aos alunos a lhe comprarem directamente esses apontamentos.
De acordo com Herculino
Fernandes e Delio Lopeas, várias queixas contra esses procedimentos dos
professores foram apresentadas à direcção do liceu mas não tiverem qualquer
efeito.
Por seu turno, Rudilsom
Rodrigues, estudante do 12º ano do Liceu Rui Barcelo da Cunha, revelou que alguns
professores da sua escola apresentam já a idade de reforma, porque já não têm a
paciência de explicar bem a matéria e nem sequer tiram dúvidas aos alunos.
“No meu Liceu, as folhas dos
trabalhos práticos e chamadas escritas são cobradas 200 francos CFA enquanto
que nos outros Liceus custam apenas 50 FCA”, disse.
Runise Baldé estudante
afecto ao Liceu Agostinho Neto lamentou a ausência dos professores nos últimos
tempos naquela instituição escolar.
“Habituamos a dizer que os
alunos é que não gostam de ir as aulas, mas no nosso Liceu é o contrário: são os
professores que mais faltam. Pedimos a Direcção para exigirem a comparência
dos docentes nas salas de aulas”, referiu, acrescentando que estão sem
apontamentos completos e correm o risco de terminar este ano lectivo com o
fraco aproveitamento.
Na escola Salvador Allende,
segundo Elsa Dias, tudo está a correr bem..
“Os nossos professores
aparecem todos os dias para nos dar aulas, por outro lado comportam muito bem com
os alunos, e a única coisa sobre a qual discordo com a Direcção da Escola e alguns professores é a obrigação de o aluno
comprar texto do professor e ser proibido de o copiar.”, disse Elsa Dias.
ANG/LLA/ÂC/SG
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