“Mais de oitocentos milhões de pessoas sofrem fome no
mundo”, diz a FAO
Bissau 16 Out. 17 (ANG) – O
relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
revela que 815 milhões de pessoas sofreram fome em 2016 em todo o mundo.
Yannick Rosoarimanana |
Segundo a mensagem do
Director Geral da FAO, José Graziano da Silva,divulgada por ocasião da
celebração, hoje, 16 de Outubro, Dia Mundial da Alimentação, sob o tema- “Mudar
o Futuro da Migração, Investir na Segurança Alimentar e Desenvolvimento Rural”,
o referido número sofreu um aumento de 38 milhões de pessoas em relação ao
2015.
Segundo a mensagem
lida à imprensa pela representante da FAO no país, Yannick Rosoarimanana, tal
aumento se deve em grande parte ao ressurgimento de conflitos, secas e
inundações em todo o mundo.
“Estes conflitos levaram os países como a
Nigéria, Somália, o Sudão do Sul e o Iémen a beira da fome e provocaram a
insegurança alimentar aguda no Burundi, no Iraque e em outros lugares”, diza
FAO na nota.
O Director-geral da
FAO frisa que cerca de 64 milhões de pessoas estão actualmente deslocadas
devido aos conflitos e perseguições, sem precedentes desde a Segunda Guerra
Mundial e a seca provocada pelo fenómeno natural como” El Ninho” reduziu
consideravelmente o acesso aos alimentos em grande parte da África.
Na mensagem explica que, ao logo dos anos, uma das
estratégias mais eficazes utilizadas pelas pessoas na busca de um futuro melhor
tem sido deslocar-se em busca de melhores condições de vida.
“Na verdade a
migração tem sido, desde o início dos tempos, essencial para a história humana e
é a fonte de muitas vantagens económicas e culturais, mas quando as pessoas
migram por necessidade, angustia e desespero, a migração converte-se num outro
assunto “,disse.
Na mensagem a FAO frisa
que o tema deste ano tem mais relevância hoje, já que o número de vítimas da
desnutrição no mundo está aumentando novamente depois de ter diminuído vários anos.
A nota do
Director-Geral d FAO recorda que o mundo tem cerca de 736 milhões de migrantes interno,
ou seja um em cada oito pessoas, e a maioria se desloca de campo para a cidade
e dos 244 milhões dos migrantes internacionais registados em 2015, um terço
veio de países do G20.
“A FAO trabalha sob
as causas estruturais da imigração. Ela apoia a promoção de políticas,
estratégias em favor de pessoas vulneráveis, através da formação dos jovens, de
acesso inclusivo ao crédito, do desenvolvimento de programas de protecção
social que oferecem transferências em dinheiro ou em espécie, medidas
especificas para apoiar migrantes que retornam as suas áreas rurais de origem,
alertas precoce para os riscos de meteorológicos entre outros”, lê-se na mensagem.
Na qualidade de co-presidente de 2018 do Grupo Global sobre Migração,
constituído por 22 Agências das Nações Unidas e o Banco Mundial, a FAO defende
soluções que façam com que a migração seja o fruto de uma escolha e não um último
recurso de desespero, salientando que neste processo a agricultura e o
desenvolvimento rural têm um papel chave a desempenhar.
ANG/MSC/ÂC/SG
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