Segunda volta marcada por assassínio de agente eleitoral e
incidentes
Bissau, 13 ago 18 (ANG) - Os malianos
foram no domingo às urnas para eleger o seu novo presidente, num escrutínio
dominado pelo favoritismo do chefe de Estado cessante Ibrahim Boubacar Keita,
frente ao antigo ministro das finanças e líder do principal partido da oposição
Soumaïla Cissé.
Para assegurar a normalidade da eleição
presidencial, 36 mil militares foram mobilizados nesta segunda volta. Um agente
eleitoral foi, não obstante, assassinado.
Com em pano de fundo a luta contra os
jiadistas e um país práticamente dividido, devido à inexistência de
administração central nalgumas regiões do norte, o Mali foi no domingo às urnas
para escolher o dirigente que presidirá aos seus destinos,nos próximos cinco
anos.
Não se sabe se o favoritismo de Ibrahim
Boubacar Keita teria contribuído por uma menor afluência às mesas de voto nesta
segunda volta, contráriamente à primeira afectada por problemas de segurança.
Na primeira volta o escrutínio não teve
lugar em regiões do centro e do norte, por motivos de segurança, impedindo que
cerca de 250.000 malianos votassem.
O chefe de Estado cessante e o seu rival
Soumaïla Cissé deram livre curso a acusações mútuas sobre a gestão das mesas de
voto.
Cissé denunciou,segundo ele, uma fraude
eleitoral e acusou Boubacar Keita de ser o responsável pelo clima de violência
que prevalece no Mali.
Keita rejeitou as acusações e depois ter
votado,prometeu aos seus partidários que dias melhor virão para o Mali.
Não obstante a promessa de Boubacar
Keita,nesta segunda volta, o presidente da mesa de voto Arkodia,no sudoeste de
Tumbuctu foi assassinado por seis homens armados no sudoeste de Tumbuctu.
Ele tentou fugir dos presumíveis
jiadistas, mas acabou por sucumbir às balas disparadas pelos agressores.
Segundo a associação Centro de Observação
Cidadã do Mali ( POCIM )que participa com 2000 observadores, os quatro
assessores presentes foram molestados e a mesa de voto queimada.
De acordo com o Ministério da Defesa
maliano,três agentes eleitorais foram igualmente raptados em Dianoulé à 11
quilómetros de Nampala no centro do país.
Incidentes ocorreram também em Nokara,na
região de Mopti, logo no início da votação, onde três mesas de voto foram
encerradas sem qualquer explicação apesar da presença de militares.
Em Gandamia,das 13 mesas de voto,apenas
uma conseguiu abrir. Em contrapartida em Ber, as quatro mesas de voto foram
abertas aos eleitores,contráriamente à primeira volta.
Na primeira volta a taxa de participação
foi apenas de 43% dos 8,5 milhões de eleitores inscritos,ou seja menos seis
pontos do que na eleição de 2013.
De acordo com os analistas em Bamako, o
nível de afluência às urnas será decisivo para a credibilidade política da
eleição e do futuro chefe de Estado, de quem os malianos esperam capacidade
para restabelecer a normalidade no país.
ANG/RFI
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