quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

África


     CEA diz que 600 milhões de africanos não têm acesso à electricidade

Bissau, 20 fev 20 (ANG) – A Comissão Económica das Nações Unidas para a África (CEA) relatou que 600 milhões de africanos, quase metade da população, não têm acesso à electricidade e que 110 milhões vivem em áreas urbanas, todos próximos das redes eléctricas.
Segundo a Inforpress, a CEA  defendeu, igualmente, que a falta de energia, tradicional ou renovável, para sectores como assistência médica, agricultura, educação e economia continua a ser uma “barreira crítica” para o crescimento e prosperidade do continente africano.
A organização faz saber ainda que as falhas e ineficiências nas infra-estruturas de transmissão de energia têm levado muitos africanos a escolher outras “opções mais caras”, como geradores e, em alguns casos, construindo residências e sistemas solares de mini-rede em suas comunidades.
Essas inovações, defende a CEA, acabam sendo insustentáveis para o continente, onde, conforme diz, o ritmo da electrificação não acompanhará o rápido crescimento populacional.
A organização faz saber também que a construção do sector de energia, em escala, é crítica para a realização de Agenda 2063 das regiões e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
Entretanto, avança que uma revolução da energia limpa está “rapidamente” dominando o continente já com quase 9.000 megawatts de energia renovável não-hidreléctrica (principalmente solar e eólica) ‘on-line’ em 20 países.
A título de exemplo, o mesmo documento indica o caso do Quénia que obtém três quartos de sua electricidade para energia renovável, enquanto 97% da electricidade da Etiópia é proveniente de fontes renováveis.
Entende a CEA que é necessária uma acção “mais ousada e concertada”, que passa pela união de chefes de estados e governantes em torno de uma iniciativa que visa selar pacto para trazer mais energia limpa para a África.
A mesma nota acrescenta ainda que, nomeado por seu vínculo com o ODS em “energia limpa e acessível”, a iniciativa já começou a incluir o projecto de energia limpa e as oportunidades de investimento em alguns países, incluindo Etiópia, Senegal, Quénia, Togo, África do Sul e Marrocos.
O objectivo geral desta nova iniciativa é adicionar 10.000 megawatts adicionais até 2025 aos países africanos, tudo na forma de energia limpa, incluindo solar, eólica, hídrica e geotérmica.
Alguns desses projectos serão, conforme a mesma fonte, do sector público puro, outros serão do sector privado e alguma natureza privada. ANG/Inforpress


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