EUA advertem Caracas que Guaidó deve regressar de forma segura ao país
Bissau,
07 fev 20(ANG) – O Governo dos Estados Unidos da América advertiu quinta-feira
Caracas que o presidente do parlamento e líder opositor venezuelano, Juan
Guaidó, deve poder regressar de forma segura após visitar Washington.
“Esperamos
que o regime calcule, especialmente após esta viagem, que o apoio a Guaidó é de
tal ordem que qualquer acção contra ele será um tiro pela culatra contra o
regime”, disse Elliott Abrams, adido especial dos Estados Unidos para a
Venezuela, durante uma conferência de imprensa, em Washington.
Reeleito
como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição detém a
maioria, em 05 de Janeiro último, Juan Guaidó desafiou uma proibição de saída
do país, emitida pelas autoridades venezuelanas, e iniciou, há duas semanas, um
périplo internacional que o levou à Colômbia, Europa, Canadá e Estados Unidos,
à procura de apoio contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Em
Washington reuniu-se, quinta-feira, com o secretário de Estado norte-americano,
Mike Pompeo, com Elliott Abrams, com o adido comercial dos EUA para a
Venezuela, James Story e com o administrador da Agência dos Estados Unidos para
o Desenvolvimento Internacional, Mark Green, que declarou apoio financeiro a
Guaidó, inclusive para a promoção de uma imprensa livre em Venezuela.
Guaidó
teve também encontros com a presidente da Câmara de Representantes dos EUA,
Nancy Pelosi, e com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos
(OEA), Luís Almagro, este último à porta fechada.
O ponto
central de todas as reuniões foi a crise na Venezuela e a estratégia da
oposição, apoiada pelos EUA, para afastar Nicolás Maduro do poder.
Na
quarta-feira, durante o discurso anual sobre o Estado da União, perante o
Congresso dos EUA, o Presidente norte-americano, Donald Trump, referiu-se a
Juan Guaidó como “um herói” que luta contra a “tirania” e como “presidente
legítimo da Venezuela”, e enviou uma mensagem à população da Venezuela de que
todos os norte-americanos estão com “o povo venezuelano na sua luta justa pela
liberdade”.
Por
outro lado, Trump referiu-se a Nicolás Maduro como “líder ilegítimo, um tirano
que trata brutalmente o povo”, prometendo “esmagar e quebrar” o seu regime.
Entretanto,
o Governo venezuelano denunciou as “opiniões de interferência” feitas pelo
Presidente dos EUA, dizendo que é “ilusória” a sua promessa de esmagar o regime
de Nicolas Maduro.
Segundo
o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, o que foi dito
por Donald Trump é “um esforço agonizante” na estratégia de mudança de
“governos pela força”.
A crise
venezuelana agravou-se desde Janeiro de 2019, quando o líder opositor e
presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de
presidente interino da Venezuela até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder,
convocar um governo de transição e eleições livres no país.
Os EUA
foram o primeiro de mais de 50 países que manifestaram apoio a Juan Guaidó,
entre eles Portugal, uma posição tomada no âmbito da União Europeia. ANG/Inforpress/Lusa
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