OMS prepara
África e Américas para detectar possíveis casos de infecção
Bissau, 20 fev 20 (ANG) - O
diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, informou que
a OMS está coordenando ações de preparação de países africanos e das Américas
para responder ao Covid-19.
Ele enfatizou que “uma das preocupações
é se esse vírus chegar a países com sistemas de saúde mais fracos.”
Tedros acrescentou que “até o final
desta semana, 40 países da África e 29 das Américas terão a capacidade de
detectar o Covid-19.”
De acordo com a Organização
Pan-Americana da Saúde, Opas, um total de 23 casos do Covid-19 foram
confirmados na região das Américas. Até 18 de fevereiro, todos registros da
doença foram nos Estados Unidos, com 15 casos, e no Canadá, com oito.
A primeira incidência do novo
coronavirus na região foi identificada, em 21 de janeiro, nos Estados Unidos no
estado de Washington. Alguns dias depois, em 25 de janeiro, o Canadá confirmou
seu primeiro caso em Toronto.
Até o momento, não há registro de casos
confirmados na América Latina e no Caribe.
O diretor-geral da Organização Mundial
da Saúde, Tedros Ghebreyesus, lembrou que “dados da China parecem mostrar
um declínio em novos casos” do coronavírus Covid-19 e que “é uma notícia
bem-vinda”.
Tedros alertou, no entanto, que essa
informação deve “ser interpretada com muito cuidado” e que ainda “é muito cedo
para fazer previsões sobre esse surto.”
De acordo com a última atualização da
OMS, até a manhã desta quarta-feira em Genebra, a China já havia registrado
74.279 casos do Covid-19, incluindo 2006 mortes.
Fora do país existem agora 918 casos em
25 países, com três mortes.
O chefe da OMS enfatizou que fora da
China há “um fluxo constante de novos casos”, mas que ainda não foi observada
uma “transmissão local sustentada, exceto em circunstâncias específicas, como o
navio de cruzeiro Diamond Princess."
Tedros alertou que “isso ainda pode
mudar”, mas que ainda existe “uma janela de oportunidade para se evitar uma
crise global mais ampla, graças aos “esforços agressivos” da China para conter
o surto na sua origem.”
Nas Américas, a Opas informa que entre
as iniciativas adotadas na região estão o fortalecimento de medidas para
detectar precocemente e responder rapidamente a possíveis casos do Covid-19.
Essas medidas incluem a ativação de
mecanismos de coordenação multisetorial, a vigilância ativa nos pontos de
entrada nos países e treinamento de profissionais de saúde.
Por meio de uma série de oficinas, a
Opas vem preparando laboratórios na região para que eles possam realizar o
diagnóstico para detecção da doença.
No caso de uma introdução do Covid-19,
na região das Américas, a agência da ONU diz que a expectativa é de que o
impacto nos serviços de saúde seja alto, uma vez que os hospitais podem ficar
sobrecarregados rapidamente com pacientes que precisam de isolamento e de
cuidados em unidades de terapia intensiva.
Na quarta-feira, o chefe da OMS lembrou
que a notificação à agência sobre um conjunto de casos de pneumonia de causa
desconhecida na cidade chinesa de Wuhan ocorreu há 50 dias. E que “em apenas
sete semanas, esse surto capturou a atenção do mundo.”
Menos de um mês após a notificação, ao
ver sinais de transmissão de pessoa para pessoa fora da China, a OMS declarou
uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional.
Tedros destacou que “esses esforços
retardaram a propagação do vírus internacionalmente” e ajudaram o mundo a
ganhar tempo. Ele disse ainda que, a cada dia que passa, descobre-se mais sobre
o vírus.
De acordo com a OMS, mais de 80% dos
pacientes apresentam sintomas leves da doença e se recuperam. Outros 20% têm
sintomas graves ou críticos, que variam da falta de ar a choque séptico à
falência múltipla de órgãos.
Em 2% dos casos relatados, o vírus é
fatal e o risco de morte aumenta à medida de acordo com a idade do paciente e
condições de saúde subjacentes.
Além disso, existem poucos casos entre
crianças, mas segundo a OMS, ainda são necessárias mais pesquisa para entender
o motivo disso.
Entre as inúmeras medidas adotadas pela
OMS está a presença na China no momento de uma equipe internacional de
especialistas liderada pela agência.
A Organização Mundial da Saúde também
está trabalhando com fabricantes de equipamentos de proteção individual para
solucionar a escassez no mercado de máscaras, luvas, aventais e outros EPIs, e
assim, garantir a proteção dos profissionais de saúde.
Suprimentos de equipamentos de proteção
individual foram enviados para 21 países e serão disponibilizados para outros
106 países nas próximas semanas.
ANG/ONU NEWS
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