Covid-19/União Africana saúda doação
de vacinas mas alerta para a sua validade
Bissau, 30 Jul 21(ANG) –
O director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África
CDC) saudou quinta-feira as doações de vacinas contra a covid-19 para o
continente, mas alertou que “os países (doadores) devem estar atentos às datas
de validade”.
“Se as vacinas chegarem
com uma data de validade muito curta será muito difícil absorvê-las e (…)
encontrar-nos-emos num cenário muito confuso em que a narrativa pode ser
facilmente mal interpretada” de que as vacinas não foram utilizadas, disse John
Nkengasong, numa conferência de imprensa virtual.
A este respeito, a
directora regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África,
Matshidiso Moeti, salientou na mesma conferência de imprensa que “algumas das
doações poderiam ter um tempo muito curto” antes de expirarem, o que tornaria
muito difícil a sua utilização.
De acordo com Nkengasong,
os doadores devem visar um prazo de validade de três a quatro meses para
assegurar a distribuição eficaz dos medicamentos nas nações africanas que os
recebem.
Embora a vacinação em
África ainda esteja muito atrasada em relação ao resto do mundo – apenas 1,6%
dos africanos receberam o calendário completo de vacinação – o chefe do África
CDC confirmou que as primeiras doses adquiridas pela União Africana (UA)
chegarão ao continente nos próximos dias.
A agência assinou um
acordo em Março passado com a Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson
Pharmaceuticals, para a reserva de 220 milhões de vacinas de dose única – com a
opção de adicionar mais 180 milhões em 2022 – das quais receberá um primeiro
lote de oito milhões de doses nos próximos dias e lotes maiores durante os
meses de Agosto, Setembro e Outubro.
“Mal consigo acreditar
que estamos a falar de entregar estas vacinas, quando no início deste ano ainda
estávamos a discutir a possibilidade de fechar um contrato”, disse Nkengasong,
com evidente satisfação.
No entanto, a principal
fonte de fornecimento de vacinas para o continente africano continua a ser o
mecanismo Covax – impulsionado pela OMS para assegurar um acesso global e
equitativo – que retomou as remessas este mês, após ter sido bloqueado no final
de Março, quando a Índia suspendeu as exportações para lidar com uma nova onda
mortal do vírus.
Mas o continente está a
mais de 700 milhões de doses para a cobertura de 30% da sua população até ao
final de 2021, segundo advertiu Moeti.
A COVAX assinou acordos
a meio do mês com os fabricantes chineses Sinopharm e Sinovac para distribuir
110 milhões de vacinas antivirais a nível mundial, das quais 32,5 milhões irão
para África.
África contabiliza
6.587.734 infectados com o novo coronavírus, registando 167.183 óbitos
associados à covid-19.
O primeiro caso de
covid-19 em África surgiu no Egipto, em 14 de Fevereiro de 2020, e a Nigéria
foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infecção, em 28
de Fevereiro.
A pandemia de covid-19
provocou pelo menos 4.190.383 mortos em todo o mundo, entre mais de 195,8
milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais
recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é
provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan,
cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em países
como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru. ANG/Inforpress/Lusa
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