Angola/Islão já pode ser uma religião reconhecida pelo Estado
Bissau, 24 Ago 21 (ANG) – O Islão está prestes a obter o reconhecimento legal do Estado angolano como religião com a tomada de posse da Direcção do Conselho Islâmico de Angola (CONSIA) ocorrida no domingo(22).
Segundo a DW, a mudança
põe fim à anos de marginalização da
comunidade muçulmana neste país africano.
A voz da Alemanha
indica que depois de diversas tentativas frustradas de fusão com outros grupos
representados, a direcção da Comunidade Islâmica de Angola(COIA) tomou a
dianteira da representação no diálogo com o Governo angolano e agora passa a
designar-se Conselho Islâmico de Angola.
“Um dos problemas para
a unificação ser reconhecida pelo Estado era a existência de duas instituições representativas com o mesmo
nome, apesar de terem siglas distintas”, refere a DW
A CISA, (Comunidade Islâmica
de Angola),criada em 2011, foi o primeiro projeto de unificação dos muçulmanos
no Páis. Contudo, Ahmad Nlandu, porta-voz da COIA (Comunidade Islâmica de Angola)
explica que, por causa da falta de clareza dos processos, 98 por cento da
comunidade islâmica migrou da CISA.
Nlandu conta que desde
Outubro de 2020, a COIA passou a tentar unificar a comunidade islâmica de
Angola, e acrescenta que foram pelo menos quatro tentativas de contacto com a CISA, mas que esta
demonstrou-se “arrogante ao processo” e “sem boa vontade”.
Por seu lado, o
porta-voz da COIA relata que, na única reunião que a CISA decidiu participar,
ela impôs a condição de que, para haver unificação, o seu líder Mateta Nzola
tinha que ser mantido no poder.
A COIA teria aceite a
exigência, mesmo gerindo 90 por cento das mesquitas no país. O único requisito
era que o facto constasse em acta, o que a CISA teria negado fazer.
Segundo a DW, José
Mbinda Jibril, diretor do gabinete jurídico da CISA não quis responder sobre a
acusação feita em relação a decisão de não oficializar a resolução. Também alega que a tomada de
posse que aconteceu no domingo(22) foi ilícita.
“No termo da lei é
desmembramento. Eles não podem organizar
qualquer coisa”, afirma Jibril.
Contudo, o porta-voz da
COIA rebate dizendo que estão a seguir o
que a lei exige, que é a mudança do nome e unificação dos grupos.
O próximo passo segundo
Ahmad Nlandu são as 62 mil assinaturas e o que o processo seja instituido
através de uma comissão instaladora.
Após anos na
ilegalidade, proibições e perseguições aos crentes durante o regime do ex-presidente
José Eduardo dos Santos e depois do veto do actual Presidente, João Lourenço à
abertura de novas mesquitas, o Islão começa a caminhar para a sua regularização
em Angola. ANG/DW
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