Cabo Verde/Comandantes das FA consideram “irresponsáveis” e “irreflectidas” as declarações da ministra da Defesa
Bissau, 25 Jan 22(ANG) – Os comandantes das Forças Armadas de Cabo Verde consideram “irresponsáveis” e “irreflectidas” as declarações da ministra da Defesa, Janine Lélis, quando afirmou que a instituição celebra 30 anos aos serviços prestados à pátria.
A
acusação foi feita hoje em declarações à Inforpress pelo comandante das Forças
Armadas (FA) Álvaro Dantas Tavares, que, em nome dos comandantes das Forças
Armadas (FA) e do comandante de brigada, Pedro Pires, manifestou a sua
“indignação”, afirmando que já enviaram uma declaração ao primeiro-ministro, Ulisses
Correia e Silva, e ao Presidente da República, José Maria Neves, a apresentar o
seu descontentamento.
“Manifestamos
a nossa indignação perante uma atitude da ministra que achamos que é
irresponsável e irreflectida e que nos ofende, porque quando ela diz que as
Forças Armadas têm 30 anos, quer dizer que nós que lutamos pela independência
deste País estamos fora da história”, disse.
Nas
comemorações do acto central do Dia das Forças Armadas, em São Vicente, no dia
15 de Janeiro, a ministra Janine Lélis referiu que a instituição celebra 30
anos, em vez de 55 anos mas, segundo Álvaro Tavares Dantas, a criação da
instituição foi estabelecida por um decreto governamental de 1988, referindo-se
a data de 15 de Janeiro de 1967, quando Amílcar Cabral e grupos de combatentes
em preparação militar prestaram juramento de fidelidade na luta pela
independência.
Conforme
o comandante, esta data, pelo seu simbolismo, foi escolhida como o Dia das
Forças Armadas, esclarecendo que é uma questão consensual no seio dos militares
que “têm orgulho desta data” que marca o “momento de viragem na história”.
Entretanto,
segundo a ministra da Defesa Nacional, “foi com o advento da democracia em 1991
e com a Constituição da República de 1992 que as Forças Armadas de Cabo Verde
passaram a ser de facto Forças Armadas de Cabo Verde e a estar ao serviço da
nação cabo-verdiana”.
“Consideramos
que o pronunciamento da ministra é de uma certa ligeireza, para não dizer
mesmo, uma certa leviandade, porque ela não pode mudar a história, já que ela é
ministra de Estado e da Defesa. Como que um decreto aprovado pelo Governo, ela
afirma, em frente das Forças Armadas, que não é assim?”, questionou.
Na
missiva enviada ao Governo e à Presidência da República os comandantes exigem
que seja resposta a verdade e que a declaração da ministra seja retirada das
páginas oficiais, quer das Forças Armadas, quer do Ministério da Defesa,
pedindo ao executivo que anote este facto e reponha a verdade. ANG/Inforpress
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