Legislativas
no Senegal/ Governo perde
maioria e oposição contesta resultado
Bissau, 05 Ago
22 (ANG) - O resultado provisório das eleições legislativas no Senegal foi
publicado quinta-feira à noite e o executivo perdeu a maioria absoluta,
enquanto a oposição denuncia uma suposta fraude eleitoral.
Segundo a RFI, esses resultados provisórios
colocam o governo e a oposição em pé de igualdade.
O campo presidencial Benno Bokk Yakaar
("juntos por uma mesma aspiração") perdeu 43 assentos, mas
conseguiu eleger 82 deputados, perdendo assim, a maioria absoluta que está
fixada em 83 deputados, algo que acontece pela primeira vez desde a independência
do Senegal em 1960.
Do outro lado, 80 cadeiras foram para
oposição, entre os quais, 53 foram para a coligação Yewwi Askan Wi
("libertar o povo") liderada por Ousmane Sonko, enquanto a
coligação “Wallu Senegal” do ex-presidente Abdoulaye Wade elegeu 24 deputados.
As três cadeiras restantes foram para mais
três pequenos partidos, que poderão ter um poder inédito, ao poder ajudar a
formar uma maioria.
Enquanto a coligação presidencial festeja
o resultado, a oposição por sua vez - que reivindicou a maioria no domingo,
rejeitou os resultados provisórios, alegando supostas fraudes e
irregularidades.
Mimi Touré, cabeça de lista da coligação presidencial
reivindicou a vitória, e apelou a que a oposição reconheça a sua derrota.
"O fairplay ditaria que um campo reconheça a sua vitória,
o nosso, e os outros reconheçam a sua derrota, e a vida continua!"
Quanto à oposição, Déthié Fall, da coligação Yewwi Askan
Wi, afirmou que este resultado é um puxão de orelhas para o presidente Macky
Sall. "Com esta coligação nós obtivemos hoje 80 deputados, o que
significa que o presidente Macky Sall foi rejeitado, a sua política foi
rejeitada."
Doravante, com estes resultados
provisórios, o Presidente Macky Sall terá de negociar mais e terá menos espaço
de manobra para aprovar leis, a apenas um ano e meio das eleições
presidenciais.
Trata-se de um feito para a oposição, que
esteve a poucos assentos de impor a primeira coabitação da história do
país, e um sinal vermelho para o presidente que pretendia concorrer a um
terceiro mandato em 2024. ANG/RFI
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