sexta-feira, 5 de agosto de 2022


Legislativas no Senegal
/ Governo perde maioria e oposição contesta resultado

Bissau, 05 Ago 22 (ANG) - O resultado provisório das eleições legislativas no Senegal foi publicado quinta-feira à noite e o executivo perdeu a maioria absoluta, enquanto a oposição denuncia uma suposta fraude eleitoral.

Segundo a RFI, esses resultados  provisórios  colocam o governo e a oposição em pé de igualdade.

O campo presidencial Benno Bokk Yakaar ("juntos por uma mesma aspiração") perdeu 43 assentos, mas conseguiu eleger 82 deputados, perdendo assim, a maioria absoluta que está fixada em 83 deputados, algo que acontece pela primeira vez desde a independência do Senegal em 1960.

Do outro lado, 80 cadeiras foram para oposição, entre os quais, 53 foram para a coligação Yewwi Askan Wi ("libertar o povo") liderada por Ousmane Sonko, enquanto a coligação “Wallu Senegal” do ex-presidente Abdoulaye Wade elegeu 24 deputados.

As três cadeiras restantes foram para mais três pequenos partidos, que poderão ter um poder inédito, ao poder ajudar a formar uma maioria.

Enquanto a coligação presidencial festeja o resultado, a oposição por sua vez - que reivindicou a maioria no domingo, rejeitou os resultados provisórios, alegando supostas fraudes e irregularidades.

Mimi Touré, cabeça de lista da coligação presidencial reivindicou a vitória, e apelou a que a oposição reconheça a sua derrota. "O fairplay ditaria que um campo reconheça a sua vitória, o nosso, e os outros reconheçam a sua derrota, e a vida continua!"

Quanto à oposição, Déthié Fall, da coligação Yewwi Askan Wi, afirmou que este resultado é um puxão de orelhas para o presidente Macky Sall. "Com esta coligação nós obtivemos hoje 80 deputados, o que significa que o presidente Macky Sall foi rejeitado, a sua política foi rejeitada."

Doravante, com estes resultados provisórios, o Presidente Macky Sall terá de negociar mais e terá menos espaço de manobra para aprovar leis, a apenas um ano e meio das eleições presidenciais.

Trata-se de um feito para a oposição, que esteve a poucos assentos de impor a primeira coabitação da história do país, e um sinal vermelho para o presidente que pretendia concorrer a um terceiro mandato em 2024. ANG/RFI

 

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