EUA/Trump recua e nega querer acabar com
Constituição norte-americana
Bissau, 06 Dez (ANG) – O ex-presidente norte-americano Donald Trump recuou
hoje nas declarações que fez no sábado, quando indicou que deveria “acabar-se”
com a Constituição para que pudesse ser reintegrado na Presidência, afirmando
agora tratar-se de notícias falsas’.
“As notícias falsas estão, na verdade, a tentar convencer o povo americano
de que eu disse que queria ‘acabar’ com a Constituição. Isso são simplesmente
mais desinformação e mentiras, assim como Rússia, Rússia, Rússia e todos os
seus outros embustes e esquemas”, escreveu Trump na sua rede social, a Truth
Social.
Numa segunda mensagem escrita em letras maiúsculas, Trump insiste que “se
uma eleição for inegavelmente fraudada, ela deve ir para o vencedor por direito
ou, pelo menos, ser repetida”.
“Quando há uma fraude aberta e flagrante, não deve haver limite de tempo
para alterá-la”, rebateu.
Na manhã de sábado, Donald Trump recorreu à Truth Social para dizer que os
“pais fundadores” da democracia americana “não quereriam, nem aprovariam,
eleições falsas e fraudulentas”, voltando a alimentar teorias da conspiração
sobre a sua derrota eleitoral nas últimas presidenciais e criticando as
empresas tecnológicas por, alegadamente, estarem alinhadas com os Democratas.
“Uma fraude maciça deste tipo e magnitude permite a rescisão de todas as
regras, regulamentos e artigos, mesmo aqueles encontrados na Constituição”,
publicou o magnata, que já apresentou a candidatura à Presidência em 2024.
As declarações do Republicano motivaram reações dentro e fora do seu
partido, caso da congressista Republicana Liz Cheney, que classificou Donald
Trump como “inimigo da Constituição”.
“Nenhuma pessoa honesta pode agora negar que Trump é um inimigo da
Constituição”, escreveu Cheney na rede social Twitter, no domingo.
Também o seu ex-vice-presidente, Mike Pence, rejeitou hoje as afirmações de
Trump de que deveria “acabar-se” com a Constituição do país para que pudesse
ser reintegrado na Presidência.
“Acho que todos que ocupam cargos públicos, todos que desejam servir ou
voltar a servir, devem deixar claro que apoiam e defendem a Constituição dos
Estados Unidos, o que acredito que, pela graça de Deus, pude fazer durante não
apenas o meu mandato como vice-presidente, mas durante aqueles dias tumultuosos
no final”, disse Pence, que foi ‘número dois’ de Trump, à estação de rádio
WVOC.
Pence, que prepara terreno para lançar a sua própria corrida presidencial,
comentava assim as declarações feitas no fim de semana pelo ex-chefe de Estado
Donald Trump, que defendeu a anulação das eleições presidenciais de 2020 e “que
se acabe” com a Constituição americana, ao exigir a sua reintegração na
presidência.
Ao mencionar os “dias tumultuosos no final”, Pence referia-se ao ataque ao
Capitólio levado a cabo por apoiantes de Donald Trump em 06 de janeiro de 2021,
e que resultaram no desentendimento entre os dois políticos, outrora aliados.
A posição do ex-presidente dos Estados Unidos motivou também uma reação da
Casa Branca, com o porta-voz Andrew Bates a criticar as declarações como um
“anátema sobre a alma da nação”, apelando para que Trump seja “universalmente
condenado” por estas afirmações.
“Não se pode amar a América apenas quando se ganha. A Constituição dos
Estados Unidos é um documento sacrossanto que há mais de 200 anos assegura que
a liberdade e o Estado de direito prevalecem no nosso grande país. A
Constituição une o povo americano, independentemente do partido, e os líderes
eleitos fazem o juramento de a defender”, afirmou Bates.ANG/Inforpress/Lusa/fim
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