Cooperação/ONG
Manitese e parceiros lançam Projeto “No tene
dritu a um vida sem violência”
Bissau, 05 Mai 23 (ANG) – A
ONG Manitese, em parceria com as ONGs Federação Fé e Cooperação (FEC), EMGIM, e
AMIC, procederam esta sexta-feira ao lançamento do Projeto “No tene drito a um vida sem
violência”, financiada pela União Europeia (UE).
Presidindo o ato de
abertura, a representante da ministra da Mulher, Família e Solidariedade
Social, Mariatu Djaló Candé disse que a
instituição enfrenta como um dos seus maiores desafios, a redução das
desegualidades sociais que afetam particularmente as mulheres.
Sublinhou que prevenir e
combater todas as formas de violência com base no género, tais como o casamento
precoce, forçados ou combinados, a não escolarização das meninas, a violência
doméstica, fazem com que o país respeite os direitos humanos.
“Para o cumprimento deste
objetivo, o MMFSS conta com o apoio e colaboração das organizações da sociedade
civil enquanto atores chaves não só da promoção e proteção dos direitos
humanos, mas também da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, sustentou
Djaló Candé.
Mariatu Candé realçou que esse fenómeno constitui um grave problema
que necessita de ser reconhecido e encarado pela sociedade e pelo Estado, e
defendeu a adopção de políticas públicas
que favoreçam a sua prevenção e combate, e que contribuam ainda para o reforço
da rede de apoio às vítimas.
Por sua vez, a representante
da ONG Manitese, Martina Pizzolato diz que o combate à violência baseada no género na Guiné-Bissau é uma área de
intervenção prioritária da Manitese, “uma vez que o fenómino é um aspeto
limitador dos direitos humanos, e do desenvolvimento pessoal e socioeconómico
das pessoas que vivem num determinado país”.
Disse que o projeto lançado hoje visa reforçar os
mecanismos de proteção das vítimas de violêcia baseada no género e promoção dos
direitos das mulheres na Guiné-Bissau.
Acrescenta que foi concebido para dar seguimento à
intervenção anterior feita no quadro do projeto “No na cuida de no vida,
mindjeris”, cujos resultados demonstram uma redução da prática de violência contra mulheres.
Marina Pizzolato pede o envolvimento de todos os parceiros ligados ao processo, para permitir o alcance de uma apropriação local e interiorização da necessidade de acabar com a violência e discriminação contra meninas, raparigas e mulheres.
Presente no acto, o
Embaixador da União Europeia acreditado na Guiné-Bissau Artis Bertulis destacou
que atualmente no país, 37 por cento das
raparigas casam antes de atingir 18 anos de idade, 27 por cento das mulheres tiveram filhos antes dos seus 18
anos, e 50 por cento das raparigas de 14 anos foram submetidas à mutilação
genital feminina.
“Os referidos dados revelam
duras realidades e que merecem ser objeto de uma reflexão profunda e de ações
concretas e imediátas”, alertou o diplomata.
Precupado com a situação, o
Embaixador da União Europeia declarou que a sua organização priorizou o
financiamento do projeto que hoje está sendo concretizada o seu lançamento.
“No tene drito a um vida sem violência”, vai
ter a duração de 15 meses, (novembro de
2022 a Fevereiro de 2024), e abrange não só o Setor Autónomo de Bissau (SAB)
mas também algumas regiões do país.ANG/LLA/ÂC//SG
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