Ucrânia/Mais de metade dos ucranianos querem negociações com Rússia para acabar guerra
Bissau, 02 Ago 24 (ANG) – A maioria dos
ucranianos acredita que as autoridades devem começar a negociar com a Rússia
para acabar a guerra desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022,
revelou hoje uma sondagem financiada pelos EUA e Suécia.
Segundo
o estudo de opinião, realizado em maio pelo Instituto Internacional de
Sociologia em Kiev, 57 por cento (%) dos ucranianos defendem o início das
negociações entre Kiev e Moscovo, mas 38% opõem-se.
Esta
é a primeira sondagem publicada desde o início da guerra em que a maioria dos ucranianos
é a favor da abertura de negociações para pôr fim ao conflito.
Ao
mesmo tempo, 66% dos inquiridos afirmam que a Ucrânia deve recuperar todos os
seus territórios, incluindo a Crimeia e as áreas nas regiões orientais de
Donetsk e Luhansk, onde os rebeldes pró-russos declararam repúblicas
independentes em 2014, quando a Rússia anexou a península do Mar Negro.
Além
disso, 74% e 76%, respetivamente, rejeitam a renúncia da Ucrânia às suas
aspirações de aderir à NATO e à União Europeia (UE) no quadro de um hipotético
acordo de paz com a Rússia.
A
sondagem foi realizada por telefone, entre 8 e 25 de maio, junto de mais de
2.500 adultos residentes nos territórios ucranianos sob o controlo do governo
de Kiev, cujos números de telemóvel foram escolhidos aleatoriamente.
A
possibilidade de negociações com a Rússia ganhou proeminência no discurso
oficial de Kiev e na conversa pública ucraniana, tendo como pano de fundo os
avanços limitados mas constantes da Rússia na linha da frente e a falta de
qualquer perspetiva aparente de o exército ucraniano conseguir inverter esta
situação.
Nas
últimas semanas, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, e o seu ministro
dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, tiveram contactos diretos e públicos
com vários líderes que defendem negociações para pôr fim à guerra o mais
rapidamente possível, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, o
candidato presidencial norte-americano, Donald Trump, e o ministro dos Negócios
Estrangeiros chinês, Wang Yi – todos de países com ligações ao Kremlin.
Zelensky
anunciou que apresentará um plano de paz detalhado antes do final do ano, que
poderá ser apresentado à Rússia depois de receber o aval de parte da comunidade
internacional. ANG/Lusa
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