quarta-feira, 30 de julho de 2025

 Brasil/Lula à espera de Trump para negociar tarifas mas com plano preparado

Bissau, 30 Jul 25 (ANG) - O presidente brasileiro aguarda uma chamada do homólogo norte-americano para discutir as tarifas impostas por Donald Trump, mas com um plano de contingência nas mãos para ser ativado caso as taxas comecem sexta-feira.

Tanto o Palácio do Planalto (Presidência) como o Congresso brasileiro trabalham ativamente nos bastidores num esforço para reforçar o interesse do Brasil numa negociação das tarifas de 50%, que foram anunciadas no dia 09 de julho numa carta de Trump publicada nas redes sociais e endereçada ao Presidente brasileiro, com a justificação (não factual) de fluxo de comércio injusto entre os dois países e pela alegada "caça às bruxas" do sistema judicial brasileiro ao ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.

Na segunda-feira, o vice-Presidente brasileiro e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, realizou uma nova conversa telefónica com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

Segundo a imprensa local, a conversa durou 50 minutos mas o efeito pretendido não resultou: trazer Donald Trump para a mesa das negociações.

Numa tentativa de aproximação, o próprio Lula da Silva afirmou, nesse mesmo dia, que o Brasil quer sentar-se à mesa com os Estados Unidos.

"Tem divergência? Sente numa mesa, coloque a divergência do lado e vamos tentar resolver e não de uma forma abrupta, individual, de tomar a decisão que vai taxar o Brasil em 50%", disse.

O ministro das Finanças, Fernando Haddad, admitiu na terça-feira a possibilidade de uma conversa entre os dois Presidentes, mas advertiu que "tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação".

"Estamos procurando os canais para trazer para a racionalidade. Agora, isso tem que ter um protocolo: você não vai querer que o presidente Lula se comporte como o Bolsonaro se comportava, abanando o rabo e falando 'I love you' e batendo continência", disse, em entrevista à CNN Brasil.

Em paralelo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, que se encontra em Nova Iorque oficialmente na Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina, já sinalizou que ficará no país até quarta-feira e que quer conversar com as autoridades norte-americanas.

"Nós sinalizámos ao Governo que o ministro estaria disposto a conversar com autoridades" sobre o tema das tarifas", disse à Lusa fonte do Itamaraty.

Na terça-feira, até às 19:45 de Portugal, não houve qualquer contacto por parte dos Estados Unidos, disse à Lusa a mesma fonte.

Também nos Estados Unidos, encontra-se uma delegação de oito senadores brasileiros de vários partidos com a missão de estabelecer diálogos e demonstrar as perdas bilaterais que os países enfrentam.

Foram recebidos pela Câmara Americana de Comércio, por executivos de multinacionais como Cargill, ExxonMobil, Johnson & Johnson e Caterpillar e também por congressistas norte-americanos.

Contudo, há um obstáculo a travar todas estas pretensões brasileiras, numa espécie de Governo sombra oficioso: Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-Presidente brasileiro.

"Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo, porque sei que, vindo desse tipo de pessoa, só haverá acordos daquele tipo meio-termo, que não é nem certo, nem errado" disse, em entevista ao SBT News.

Eduardo Bolsonaro encontra-se nos Estados Unidos e é praticamente a única ligação que o Brasil tem, neste momento, com a Casa Branca.

Mas está a trabalhar precisamente para o oposto, tendo já sinalizado que as tarifas estão intimamente ligadas ao processo de Jair Bolsonaro e que estas apenas seriam retiradas caso fosse dada uma amnistia ao seu pai.

"Estamos em guerra. Ou é tudo, ou nada" frisou.

Entretanto, e precavendo-se para o pior, Lula da Silva já recebeu um plano de contingência destinado a apoiar as empresas caso os EUA não adiem a entrada em vigor da nova tarifa, prevista para esta sexta-feira.

O plano foi elaborado pelos Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços das Relações Exteriores e Casa Civil.

"Os cenários possíveis já são de conhecimento do presidente. Ainda não tomámos nenhuma decisão, porque nem sabemos qual será a decisão dos Estados Unidos no dia 01 [de agosto]. O importante é que o Presidente tem na mão os cenários todos que foram definidos pelos quatro ministérios", disse Haddad, citado pela Agência Brasil. ANG/Lusa

Rússia/Alerta de tsunami em todo o Pacífico após sismo de 8,8 ao largo da Rússia

Bissau, 30 Jul 25 (ANG)Um forte sismo de magnitude 8,8 atingiu hoje a península de Kamchatka, na Rússia, provocando tsunamis no país e no Japão e a emissão de alertas em muitos países banhados pelo Pacífico. 


A Agência Meteorológica do Japão (JMA) elevou o nível de alerta de tsunami para três metros ao longo da costa do Pacífico do país. As autoridades japoneses emitiram, além disso, ordens de evacuação em vários pontos do norte, leste e centro do arquipélago.

A baía de Tóquio está igualmente sujeita a um alerta de tsunami até um metro, tal como a baía de Osaka, onde se realiza a EXPO2025, e as ilhas de Shikoku (oeste), Kyushu (sudoeste) e Okinawa (sudoeste).

São igualmente esperados tsunamis de até 20 centímetros ao longo das costas do mar do Japão.

O alerta surgiu na sequência de um dos mais fortes sismos registados na história, que atingiu esta madrugada o extremo oriente da Rússia, com magnitude de 8,8, causando um tsunami na região norte do Pacífico e levando à emissão de alertas em várias geografias no mundo.

A Agência Meteorológica do Japão (JMA) elevou o nível de alerta de tsunami para três metros ao longo da costa do Pacífico do país, após o sismo atingir a península russa de Kamchatka.

O terramoto ocorreu às 08h25 locais (00h25, em Lisboa) ao largo da costa sul da península de Kamchatka e teve a magnitude preliminar de 8, mais tarde revista para 8,8, segundo a Agência Meteorológica do Japão. O Serviço Geológico dos Estados Unidos estimou que o sismo ocorreu a uma profundidade de cerca de 18,2 quilómetros.

O executivo japonês criou uma equipa especial para acompanhar a situação, anunciou o porta-voz do Governo Yoshimasa Hayashi.

 

O terramoto ocorreu às 8h25 locais (00h25, em Lisboa) ao largo da costa sul da península de Kamchatka e teve a magnitude preliminar de 8, mais tarde revista para 8,8, segundo a Agência Meteorológica do Japão.

As autoridades de Taiwan e das Filipinas também emitiram hoje alertas de tsunami. A Agência Meteorológica Central (CWA) de Taiwan emitiu o segundo maior nível de alerta, prevendo que ondas entre 0,3 e um metro pudessem atingir a costa sudeste e sudoeste da ilha a partir das 13h18 locais (06h18, em Lisboa).

A agência pediu aos residentes das zonas costeiras que se mantenham atentos e adotem medidas preventivas, embora não tenha ordenado evacuações.

Nas Filipinas, as autoridades alertaram as províncias e localidades da costa leste, virada para o Pacífico, para a possibilidade de ondas de tsunami inferiores a um metro entre as 13h20 e as 14h40 locais (06h20-07h40, em Lisboa).

"Podem não ser ondas muito grandes, mas podem prolongar-se durante horas e expor a perigo quem esteja a nadar no mar", afirmou Teresito Bacolcol, do Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia, citado pela agência Associated Press.

 

As autoridades de Taiwan e das Filipinas emitiram hoje alertas de tsunami após o sismo de magnitude 8,8 que abalou a península russa de Kamchatka, no extremo oriente, informaram fontes oficiais.

Lusa | 07:01 - 30/07/2025

O governador do Havai decretou estado de emergência no arquipélago face à possível chegada de um tsunami provocado pelo sismo de magnitude 8,8 que atingiu a península russa de Kamchatka, e pediu a evacuação de zonas costeiras.

"Assinei uma proclamação de emergência e os Centros de Operações de Emergência do estado e do condado estão totalmente ativados. Por favor, levem esta situação a sério", declarou Josh Green na terça-feira (hoje em Lisboa) nas redes sociais.

Numa conferência de imprensa, o responsável também instou as pessoas a abandonarem as zonas costeiras e a dirigirem-se para o interior destas ilhas vulcânicas no meio do Oceano Pacífico.

"Este é o aviso mais grave que se pode ter. Não é um aviso de vigilância. É um aviso, o que significa que devemos evacuar as zonas costeiras de imediato", avisou Green.

Esperam-se "inundações em todas as ilhas, e serão iminentes após a chegada da onda", acrescentou.

O primeiro impacto das ondas de tsunami deveria ocorrer às 19h10 locais (ainda terça-feira nos Estados Unidos, às 06h10 de hoje em Lisboa), indicou Green. E insistiu: "É de esperar que uma onda de tsunami atinja o estado, e não afetará apenas uma praia. É muito provável que afete as ilhas."

O governador revelou ainda que será possível conhecer melhor a dimensão das ondas quando estas passarem pelo arquipélago de Midway, a cerca de dois mil quilómetros do Havai.

A Agência de Gestão de Emergências do Havai anunciou hoje que começou a retirar as pessoas que se encontram nas zonas de evacuação.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) emitiu na terça-feira (hoje em Lisboa) um alerta de tsunami para todo o Havai, bem como para as ilhas Aleutas pertencentes ao Alasca, ambos territórios dos EUA.

 

O governador do Havai decretou estado de emergência no arquipélago face à possível chegada de um tsunami provocado pelo sismo de magnitude 8,8 que atingiu a península russa de Kamchatka, e pediu a evacuação de zonas costeiras.

A China emitiu hoje alerta de tsunami para várias zonas da costa leste, após o sismo de magnitude 8,8 perto da península russa de Kamchatka, anunciou o Centro de Prevenção de Tsunamis do Ministério dos Recursos Naturais.

"Com base nos mais recentes resultados de alerta e análise, foi determinado que este sismo desencadeou um tsunami, que deverá causar danos em algumas áreas costeiras da China", indicou o Centro em comunicado.

O terramoto, um dos mais fortes registados no mundo, ocorreu na madrugada de quarta-feira no extremo oriente russo, provocando um tsunami na região norte do Pacífico e levando à emissão de avisos para o Alasca, Havai e várias costas a sul, até à Nova Zelândia.

Várias localidades emitiram ordens de evacuação, mas até agora não foram reportados feridos graves.

 

A China emitiu hoje alerta de tsunami para várias zonas da costa leste, após o sismo de magnitude 8,8 perto da península russa de Kamchatka, anunciou o Centro de Prevenção de Tsunamis do Ministério dos Recursos Naturais. ANG/Lusa

Diplomacia/Reino Unido ameaça reconhecer Palestina e Portugal admite fazê-lo

Bissau, 30 Jul 25 (ANG) - O Reino Unido ameaça Israel com o reconhecimento do Estado da Palestina se Telavive não puser um travão à guerra na Faixa de Gaza.

As movimentações diplomáticas na sede da ONU resultaram num apelo de 15 países, entre os quais Austrália, Canadá e Portugal, para a adopção da solução de dois Estados e o reconhecimento da Palestina. 

A Arábia Saudita e a França estiveram na origem da iniciativa diplomática que juntou dezenas de ministros na sede da ONU, durante dois dias.

O chamado "Apelo de Nova Iorque" foi um dos comunicados publicados na terça-feira.

15 países condenaram o ataque do Hamas de 7 de Outubro de 2023, reclamaram um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e reiteraram o seu empenho na solução de dois Estados.

Entre os signatários há países como a Espanha, a Irlanda e a Noruega que já reconheceram o Estado da Palestina, outros, a Austrália, o Canadá ou Portugal manifestam a vontade de o fazer.

O comunicado apela aos restantes países a reconhecerem o Estado da Palestina de modo a alcançar um compromisso com base na solução de dois Estados antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Setembro.

Apesar de não assinar este "apelo", o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou ontem à noite em Londres, que vai reconhecer o Estado da Palestina em Setembro se Israel não cumprir um cessar-fogo na Faixa de Gaza nem se comprometer com a solução de dois Estados.

Na reunião de Nova Iorque estiveram representados 125 países.

À margem destas movimentações permanecem os Estados Unidos e a Alemanha. Os dois aliados de Israel continuam sem tomar uma posição pública.ANG/RFI

 

terça-feira, 29 de julho de 2025

Politica/ Ministra Conceição Évora reitera empenho do Governo no combate a desinformação e discursos de ódio nas redes sociais 

Bissau, 29 Jul 25 (ANG) -  A Ministra  da Cultura, Juventude e Desportos refirmou  hoje  que  o Governo está empenhado no  combate ao flagelo da desinformação e discurso de ódio nas redes sociais.

Maria da Conceição Évora, falava na cerimónia de abertura do Workshops de um dia dedicada ao debate sobre  a Literacia Mediática, Combate à Mis/ Desinformação e Discurso de ódio  na Guiné-Bissau.

Criticou que os jovens estão ser instrumentalizados por atores políticos e grupos de interesse para difundir mensagens de ódio,  que incitam à violência, difamações e discursos inflamados contra pessoas públicas, através de transmissões diretas nas redes socias.

 A governante  disse  que as redes sociais deveriam ser um espaço de partilha de ideias, de debate saudável e   de fortalecimento da cidadania, mas que é utilizado  como instrumento para propagar a desinformação, insultos e ataques pessoais, muitas vezes com o objetivo de desistabilizar as instituições e fragilizar a coesão social.

“Este fenómeno representa um risco grave para a estabilidade política, compromete o desenvolvimento nacional e ameaça ,seriamente, a democracia e paz social”. disse.

Segundo a ministra, uma  juventude manipulada , exposta à esse ciclo de desinformação, perde a oportunidade de desempenhar o papel  que lhe  é destinado, como força motriz de inovação,  do diálogo, da construção de um futuro melhor para a Guiné-Bissau.

 Recomenda a  mudança de mentalidade, rejeição de práticas que  dividem e  afastam dos objetivos coletivos.

Defendeu que os jovens devem ser  protagonistas não espetadoras , ponto de diálogo e não instrumento de conflitos.

Em representação do Conselho Nacional  da Juventude (CNJ) Damião Mendes, sublinhou que o país está   num período marcado por profundas transições políticas e institucionais.

“A Guiné-Bissau tem procurado consolidar o seu sistema democrático, mas os  desafios permanecem, desde a instabilidade política, crónica, baixa confiança nas instituições, ausência de reformas estruturais e frágil Estado democrático..

Continuando  neste ambiente a informação torna-se um instrumento estratégico, mas também um terreno de conflitos, a desinformação é usada muitas vezes para fins políticos, seja para desacreditar as instituições, manipular a opinião pública e ainda para incitar a desconfiança nos grupos sociais”, disse Damião Mendes.

Mendes, afirmou que a juventude defende a necessidade de ser politicamente  esclarecida e ativamente engajado,  de compreender seus direitos e deveres  e saiber destinguir o exercício da liberdade de expressão e de manipulação ideológica.

“A desinformação não é apenas uma ameaça virtual ela afeta a nossa realidade social, onde a narrativa promove o ódio, intensifica o tribalismo, acentua a tensão religiosa, étnico e destrói a convivência pacífica entre os cidadãos. ANG/JD//SG

Económia/UEMOA regista em 2024 uma taxa de crescimento de 6,3%

Bissau, 28 Jul 25 ANG - A União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) registou em 2024 um desempenho macroeconómico robusto, com uma taxa de crescimento de 6,3%, superior aos 5,2% registados em 2023.

Segundo a Cap-GB, que cita uma nota da UEMOA assinada pelo presidente da Comissão Abdoulaye Diop,com data de 28 de Julho corrente, tudo aconteceu num contexto marcado por múltiplas adversidades, incluindo instabilidade securitária em alguns Estados-membros, os efeitos da guerra na Ucrânia e a volatilidade nos mercados do Médio Oriente.

A nota refere que o dinamismo da economia da União se deve, sobretudo, ao bom desempenho dos setores agrícola e extrativo, que sustentaram uma recuperação sólida, com destaque para uma campanha agrícola bem-sucedida e o fortalecimento das atividades de exploração mineira.

No plano fiscal, de acordo com a nota, os Estados-membros conseguiram reduzir o défice orçamental global de 6,6% do PIB em 2023 para 5,0% em 2024, graças a uma mobilização eficiente de receitas públicas, que cresceram 9,3%, face a um aumento mais moderado da despesa (1,9%). A pressão fiscal subiu ligeiramente para 14,3%, e o nível de endividamento manteve-se controlado, atingindo 64,8% do PIB, ainda dentro dos limites regionais.

Os indicadores do setor externo registaram evolução favorável e que o défice corrente da balança de pagamentos caiu para 5,9% do PIB, refletindo o crescimento das exportações em mais de13,6% e uma ligeira retração das importações em menos de 1,2%. A massa monetária aumentou 8,9% até o final do ano, impulsionada pela consolidação dos ativos externos líquidos e da concessão de crédito interno.

No ano corrente, as projeções mantêm-se positivas, a económia da UEMOA deverá crescer 6,7%, sustentada pela expansão das indústrias extrativas e por uma nova campanha agrícola promissora. A inflação deverá recuar ainda mais, situando-se em torno de 3,0%, com a tendência de baixa dos preços internacionais de alimentos e energia.

O défice orçamental global deverá reduzir-se para 3,7% do PIB, numa conjuntura em que as receitas públicas poderão crescer 14,2%, enquanto as despesas devem aumentar 6,6%, a pressão fiscal deverá subir para 15,0%. A taxa de endividamento da União está projetada para baixar ligeiramente para 63,0%, mantendo-se abaixo do teto regional de 70% em seis dos oito Estados-membros.

O défice corrente externo deverá recuar para 3,5% do PIB, refletindo o reforço das exportações regionais e o aumento esperado das trocas comerciais intra-UEMOA, que representarão mais de 16% do total, a massa monetária deverá crescer 12,7%, sustentada por um acréscimo de 10,5% nos créditos internos Pela consolidação de ativos externos líquidos estimados em 2.623,4 mil milhões de francos CFA.

A comissão da UEMOA reforça que os resultados obtidos são parte de uma estratégia mais ampla, consolidada na Visão UEMOA 2040, que pretende transformar o espaço comunitário num bloco económico e monetário integrado, pacífico e competitivo.

No âmbito dessa visão, o plano estratégico IMPACT 2030 visa dinamizar 13 ecossistemas prioritários para promover a industrialização, a substituição de importações e o desenvolvimento sustentável.ANG/CAP-GB

 

 Cooperação/Bissau e Dacar debatem  gestão  da fronteira comum

Bissau, 29 Jul 25 (ANG) – Uma reunião técnica das autoridades da  Guiné-Bissau e da  República vizinha do Senegal decorre desde segunda-feira em Bissau com o objetivos de se estabelecer melhores mecanismos de gestão das fronteias dos dois países, no âmbito da  implementação do programa fronteiriço da União Africana (PFUA).

Durante quatro dias, os participantes debatem  temáticas relacionadas com a governação de fronteiras, delimitação de fronteiras, cooperação transfronteiriça e a política de gestão de fronteiras.

Ao presidir a cerimónia de abertura, o Ministro da Administração Territorial e Poder Local, e igualmente  Presidente da Comissão Nacional da Fronteira (CNF-G-B) Aristides Ocante da Silva,  manifestou a sua solidariedade e apoio permanente para com o  trabalho que as duas comissões nacionais de fronteiras tem vindo a desenvolver, quer no plano técnico, como nas deslocações feitas para a verificação dos marcos físicos ao nível de fronteiras, e assim como a sensibilização das respetivas  populações.

Segundo Ocante da Silva está em causa a necessidade de elaboração de um plano  estratégico de gestão das fronteiras que deverá ser aplicado no quadro de um desejado acordo  de cooperação transfronteiriça entre os dois países.

“A preocupação constante da nossa organização continental, a União Africana (UA), decorre de problemas e conflitos potenciais que nos colocam a questão das fronteiras. Se é o principio da intangibilidade das fronteiras herdadas da colonização, que deve prevalecer, há que materializar  esse princípio, com base em acordo da cooperação fronteiriça”, disse Aristides Ocante da Silva.

Segundo o  Secretário Executivo da Comissão Nacional da Gestão de Fronteira do Senegal (CNGF-S) Amadou Moussa Ndir, os trabalhos técnicos e de sensibilização que estão a ser feitos pelas duas comissões nacionais fronteiriças contribuirão para a continuidade de uma relação sã entre os dois povos irmãos.

Moussa Ndir encoraja as duas comissões a continuarem a trabalhar, no sentido de garantir, uma boa convivência, entre as partes.

Saudou por outro lado a União Africana (UA), pelo  apoio prestado nesta luta, e de igual modo, pela sua luta de poder ver a África unida. ANG/LLA//SG

 Líbano/Acusado de matar "capacete azul" da ONU condenado à morte

 Bissau, 29 Jul 25 (ANG) - Um tribunal libanês condenou à morte, à revelia, um homem acusado pelo assassinato de um soldado irlandês da missão de paz da ONU em 2022, num caso que implica o Hezbollah, indicou hoje uma autoridade judicial local.

"Otribunal militar do Líbano proferiu o veredicto na noite de segunda-feira no caso do assassinato do soldado irlandês Sean Rooney (...) e proferiu uma sentença de morte à revelia contra o principal acusado, Mohammad Ayyad", disse a fonte em declarações à agência francesa AFP, sob condição de anonimato.

Em 14 de dezembro de 2022, Sean Rooney foi morto e outros três soldados irlandeses da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) ficaram feridos quando o veículo em que viajavam foi atacado no sul do Líbano, onde o grupo xiita libanês Hezbollah está estabelecido.

Os operacionais que integram as forças de paz da ONU também são conhecidos como "capacetes azuis".

Cerca de dez dias depois dos acontecimentos, o movimento libanês pró-iraniano entregou às autoridades o homem suspeito de ser o "principal" autor do ataque.

O caso foi encaminhado para o tribunal militar e o principal acusado ficou detido durante um ano sem julgamento, antes de ser libertado "por motivos de saúde" em novembro de 2023, segundo o responsável judicial, citado pela AFP.

O tribunal militar também aplicou multas e penas mais leves a outras quatro pessoas "que se entregaram à justiça algumas horas antes da audiência", de acordo com a mesma fonte.

Uma fonte judicial indicou à AFP que após o ataque cinco membros do Hezbollah foram acusados. O grupo xiita libanês negou tal informação.

Em comunicado, a UNIFIL saudou "o resultado do processo judicial" e "o compromisso do Governo libanês em levar os responsáveis à justiça".

A UNIFIL, composta por cerca de 10.000 "capacetes azuis", está mobilizada no sul do Líbano desde 1978 para funcionar como uma barreira entre o país e Israel, que se encontram oficialmente em estado de guerra.

No passado, outros incidentes opuseram as patrulhas de manutenção da paz da ONU contra os apoiantes do Hezbollah. ANG/Lusa

 

 Israel/Ministro dos Negócios Estrangeiros  afirma que não haverá Estado palestiniano com Hamas

Bissau, 29 Jul 25 (ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, declarou hoje que a criação de um Estado palestiniano não vai acontecer e que a ofensiva militar na Faixa de Gaza não terminará enquanto o Hamas se mantiver no poder.

"Estabelecer um Estado palestiniano hoje é estabelecer um Estado do Hamas, um Estado 'jihadista'. Isso não vai acontecer", afirmou o ministro israelita numa conferência de imprensa.

"Estamos conscientes de que hoje existem países na Europa com grandes populações muçulmanas. Por vezes, isso afeta as políticas dos seus governos. Mas isso não pode nem deve levar Israel ao suicídio. Não permitiremos um Estado terrorista 'jihadista' no coração da nossa terra ancestral", afirmou.

Sa'ar explicou que a pressão diplomática não irá alterar a política do Governo israelita e que "nenhuma força externa fará com que Israel sacrifique a sua segurança".

Para o ministro israelita, a pressão sobre Israel está a "sabotar" as perspetivas de um acordo de cessar-fogo com o Hamas, levando o grupo islamita a "endurecer a sua posição".

"A pressão internacional não deve recair sobre Israel. Deve recair sobre o Hamas", observou, acrescentando que o fim da ofensiva israelita enquanto este grupo se mantiver no poder em Gaza seria uma "tragédia para israelitas e palestinianos".

Sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza e a escassez de alimentos devido ao bloqueio israelita, que levou a ONU a alertar para o grave risco de fome no enclave, o ministro afirmou que "a situação é difícil".

No entanto, acrescentou que o Governo israelita "está a trabalhar arduamente em circunstâncias muito difíceis, desde o início da guerra até hoje, para facilitar a entrada de ajuda humanitária".

O ministro negou que Israel esteja a adotar uma "política de fome" em Gaza e atribuiu a responsabilidade da situação no enclave palestiniano ao Hamas.

Israel, segundo Sa'ar, está a facilitar o trabalho de países como os Emirados e a Jordânia, que participaram nos últimos dias em lançamentos aéreos de alimentos para a Faixa de Gaza, e que fará o mesmo com outros que manifestaram interesse, como Marrocos, Alemanha e Itália.

Estes lançamentos aéreos estão a acontecer desde o passado domingo, quando Israel anunciou uma "pausa humanitária" na sua ofensiva militar em algumas zonas de Gaza. Isso não impediu o exército israelita de continuar a atacar a Faixa de Gaza, deixando dezenas de mortos todos os dias [quase 100 este domingo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza].

Sa'ar afirmou que Israel estabeleceu "corredores humanitários" através dos quais 200 camiões com ajuda humanitária entraram na Faixa na segunda-feira.

Nos últimos dois meses, acrescentou o ministro, entraram 5.000 camiões, um terço dos 15.000 [cerca de 500 por dia] que as organizações humanitárias consideram necessários para atender as necessidades da população no enclave palestiniano.ANG/Lusa

 

   Médio Oriente/"Pior cenário de fome está a desenrolar-se em Gaza"

Bissau, 29 Jul 25 (ANG) - A principal autoridade internacional em crises alimentares alertou hoje que "o pior cenário de fome está atualmente a desenrolar-se na Faixa de Gaza", prevendo "mortes generalizadas" se não for tomada uma ação imediata.

alerta ainda não constitui uma declaração formal de fome, situação muito rara e que precisa de dados e mobilidade interna que não é possível ter em Gaza atualmente.

Ainda assim, de acordo com a Classificação Integrada de Fases (IPC) - um sistema de monitorização usado por agências humanitárias internacionais para determinar o nível de fome num país ou região -, Gaza está à beira da fome há dois anos e os "bloqueios cada vez mais rigorosos de Israel" têm "piorado drasticamente" a situação.

Segundo os especialistas, neste caso, a declaração de fome é apenas uma formalidade, já que, sublinham, não precisam disso para saber o que estão a ver.

"Assim como um médico de família pode frequentemente diagnosticar um paciente com quem está familiarizado com base em sintomas visíveis, sem ter de enviar amostras para o laboratório e esperar pelos resultados, também podemos interpretar os sintomas de Gaza. Isto é fome", afirmou o diretor executivo da Fundação Mundial para a Paz e autor de "Fome em Massa: A História e o Futuro da Fome", Alex de Waal, citado pela agência de notícias norte-americana AP.

A pressão internacional levou Israel a anunciar medidas no fim de semana, incluindo pausas humanitárias diárias nos combates e lançamentos aéreos de ajuda humanitária, mas a ONU afirma que pouco mudou.

O IPC declarou fome apenas algumas vezes: na Somália em 2011, no Sudão do Sul em 2017 e 2020, e em partes do Darfur, no Sudão, no ano passado.

Uma área é classificada como estando em situação de fome quando se confirmam três condições: que pelo menos 20% das famílias sofram de extrema falta de alimentos ou estejam essencialmente a passar fome, que pelo menos 30% das crianças dos seis meses aos cinco anos sofrem de subnutrição aguda ou definhamento, e que pelo menos duas pessoas ou quatro crianças com menos de cinco anos em cada 10.000 morram diariamente devido à fome.

O último relatório do IPC baseia-se em informações disponíveis até 25 de julho e refere que a crise atingiu "um ponto de inflexão alarmante e mortal", tendo a maior parte de Gaza atingido o limiar da fome e estando atualmente no pior nível desde o início da guerra.

A análise refere ainda que quase 17 em cada 100 crianças com menos de cinco anos na Cidade de Gaza sofrem de subnutrição aguda.

Já em mio, o IPC avisava que Gaza iria provavelmente entrar em crise de fome se Israel não levantasse o bloqueio e interrompesse a sua campanha militar, mas o alerta de hoje apela a uma ação imediata e em grande escala.

"A falta de ação resultará agora em mortes generalizadas em grande parte da Faixa de Gaza", sublinha o relatório.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e fizeram mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou quase 60 mil mortos e incluiu a imposição de um bloqueio de bens essenciais a Gaza. Em março, Telavive cortou a entrada de todos os bens, incluindo alimentos, medicamentos e combustível.

Israel flexibilizou estas restrições em maio, mas também avançou com um novo sistema de prestação de ajuda humanitária apoiado pelos Estados Unidos, que tem sido abalado pelo caos e pela violência.

Os fornecedores de ajuda humanitária tradicionais, liderados pela ONU, afirmam que as entregas têm sido prejudicadas pelas restrições militares israelitas e por incidentes de pilhagens, enquanto criminosos e multidões famintas invadem os comboios.

Apesar dos alertas, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que ninguém está a passar fome em Gaza e que Israel prestou ajuda suficiente durante a guerra.

"Caso contrário, não haveria habitantes em Gaza", argumentou.ANG/Lusa

 

Angola/Quatro mortos e mais de 500 detidos em acto de vandalismo e pilhagens em Luanda

Bissau, 29 Jul 25 (ANG) -, Quatro pessoas morreram e mais de 500 foram detidas, devido a actos de vandalismo e pilhagens de estabelecimentos comerciais públicos e privados, no primeiro dos três dias de greve dos taxistas sobre o custo dos combustíveis, em Luanda, Angola.

Várias instituições públicas e privadas anunciaram esta terça-feira 29 de Julho, o encerramento temporário, para evitar ataques da população. Em comunicado, os taxistas demarcam-se dos actos.

O primeiro dia da greve dos transportes colectivos ficou marcado por tumultos, queima de pneus e viaturas, destruição de bens públicos e privados em vários pontos da cidade de Luanda.

Em reação, a classe dos taxistas negou envolvimento nos actos de desordem pública. Geraldo Wanga, líder do Sindicato dos Taxistas de Angola, denuncia a detenção de vários membros por suspeita de incitação à violência.

“Há informações que apontam pela detenção arbitrária de muitos taxistas em Luanda. Estamos, nessa manhã, a radiografar os municípios que sofreram com actos de vandalismo, pelos quais nós nos demarcamos e repudiamos a todos os níveis”, lamentou o sindicalista.

Por sua vez, o porta-voz da Polícia Nacional, subcomissário Mateus Rodrigues, faz saber que a greve dos taxistas resultou em violência, com a morte de quatro pessoas e mais de 500 detidos, nas últimas 24 horas.

“Em termos de consequência, temos a reportar até o momento 4 mortes, portanto, 4 cidadãos que perderam a vida. De ontem para hoje, no último ponto de situação, onde contávamos cerca de 100 detidos ou mais de 100 detidos, atualmente estamos a contar mais de 500 detidos”, pontualizou oficial, em jeito de balanço provisório.

Apesar de Luanda registar uma pequena acalmia, o subcomissário revela existir ainda focos de tensão nalguns bairros da capital.

“Portanto, a situação de segurança pública na província de Luanda, repito, é estável. Porém, temos a notar esta manhã ainda alguns focos de desordem, alguns pontos onde indivíduos com as mesmas intenções daqueles que tiveram ontem, perpetraram algumas acções, mas foram repelidos, estão a ser repelidos de forma exemplar”, anunciou Mateus Rodrigues.

Face à situação, vários estabelecimentos bancários e comerciais encerram esta terça-feira 29 de Julho, devido a actos de vandalismo.

Entretanto, o MPLA e a UNITA também já condenaram os actos de vandalismo registados segunda-feira 28 de Julho, apelando à responsabilização aos manifestantes que estão a promover a desordem e pilhagens de bens.

Para a Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), uma Organização Não-Governamental (ONG) angolana de defesa e promoção dos direitos humanos, a greve pacífica decretada pelos taxistas, desde segunda-feira 29 de Julho, “é legítima” e deve merecer solidariedade de todos os cidadãos.

A ONG também declarou que a responsabilidade pelos actos de vandalismo e desordem que se verificam durante a observância da greve não deve, de forma alguma”, ser atribuída à Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), que já se demarcou das cenas de vandalismo.

A AJPD considera grave que a administração pública, “de forma omissiva e negligente”, não tenha garantido e assegurado a proteção da integridade do património público e privado, permitindo, deste modo, actos de pilhagem e vandalismo que se verificam no decurso da greve dos taxistas.

A organização apela mesmo os comerciantes e outros lesados a ponderar uma acção de responsabilização civil contra o Estado “por ter faltado com o seu dever de garantir a proteção e segurança dos seus bens”. ANG/RFI

  

Etiópia/Cimeira da ONU sobre Sistemas Alimentares decorre em Addis-Abeba

Bissau, 29 Jul 25 (ANG) - A Itália e a Etiópia organizam, em conjunto, a segunda edição da Cimeira da ONU sobre sistemas alimentares, e para  todos os participantes, o primeiro objectivo é estabelecer um balanço da segurança alimentar no mundo e fazer um ponto da situação em relação aos objectivo fixados em Julho de 2021 que era erradicar a fome no planeta Terra até 2030.

Quatro anos após a primeira edição que decorreu em Roma, na Itália, a segunda cimeira da ONU sobre sistemas alimentares decorre em Addis-Abeba na Etiópia.

A primeira constatação é que a meta de erradicar a fome no mundo até 2030 parece desde já impossível, visto que em 2024, 295 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar ou de malnutrição infantil em África.

As Nações Unidas, pela voz do secretário-geral, António Guterresexortaram os países a não utilizarem a fome como arma de guerra, em referência ao que vem acontecendo em Gaza ou no Sudão.

Para Mahamoud Ali Youssouf, Presidente da Comissão da União Africana, a urgência é global no continente africano, lembrando que “milhões” de mães e de crianças “dormem com a barriga vazia”.

Mahamoud Ali Youssouf também considerou que os países africanos deveriam dedicar 10% do PIB na agricultura para haver uma “resiliência nutricional”.

De notar que o relatório da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura indica que 2,3 mil milhões de pessoas não comeram todas as refeições do dia. 

O relatório indica também que até 2030, 582 milhões de pessoas poderão estar em situação de sub-alimentação crónica, mais de metade dessas pessoas estarão a viver em África. Este número é superior de 130 milhões ao cenário estabelecido pela FAO com a economia mundial que se vivia antes da pandemia de Covid-19.ANG/RFI