segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Crise política


CEDEAO anuncia consenso sobre novo primeiro-ministro para a Guiné-Bissau

Bissau,07 Nov 16(ANG) - O consenso foi alcançado para nomear um novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, anunciou no sábado Marcel de Sousa, presidente da Comissão da CEDEAO, mas o nome ainda não foi revelado.
 
"Já se chegou a consenso", referiu o dirigente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) à saída do Palácio Presidencial, em Bissau, mas sem esclarecer quem vai dirigir o governo.

Marcel de Sousa fez parte de uma comitiva liderada pela Presidente da Libéria, Ellen Johnson, mandatada pela CEDEAO para resolver a crise política guineense e que se deslocou a Bissau no ultimo fim-semana para o efeito.

"Estamos confiantes e o Presidente assumiu a decisão histórica de o nomear [ao novo primeiro-ministro] rapidamente", acrescentou Marcel de Sousa.

No final da ronda de reuniões foi lido um comunicado no Palácio Presidencial segundo o qual todos os participantes nos encontros reafirmaram o compromisso de respeitar o Acordo de Conacri, assinado em outubro.

O documento prevê a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do Presidente para formar um governo inclusivo, em que as pastas vão ser distribuídas de acordo com os resultados eleitorais, a par da reativação do parlamento e implementação de um pacto de estabilidade.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) conquistou 57 lugares, maioria absoluta, nas eleições de 2014, o Partido da Renovação Social (PRS) ocupou 41, o Partido da Convergência Democrática (PCD) elegeu dois deputados, o Partido da Nova Democracia (PND) colocou um deputado, tal como a União para a Mudança (UM).

Em janeiro, um grupo de 15 deputados do PAIGC virou costas ao partido e juntou-se à oposição (PRS) constituindo numa nova maioria que formou o atual governo, empossado pelo Presidente da República.

O Acordo de Conacri prevê a reintegração dos 15 elementos no partido.

A deslocação da comitiva da CEDEAO a Bissau teve como objetivo sanar as divergências que surgiram após a assinatura do acordo em 14 de outubro, altura em que o chefe de Estado, José Mário Vaz, colocou à escolha três figuras da sua confiança.

O general Umaro Sissoko, o diretor do banco central, João Fadia, e um quadro do PAIGC, Augusto Olivais, são os nomes em cima da mesa.
ANG/Lusa

EUA/eleições


                                     Caça aos votos até ao último dia

Bissau, 07 Nov 16 (ANG) -  Hillary Clinton desafiou  num comício os eleitores a imaginarem o “desastre” que é ter Donald Trump sentado na Sala Oval, o “mais influente centro das decisões do mundo”.
 
Claro que apesar de admitir essa possibilidade, a provocação da candidata democrata aos eleitores nada tinha a ver com algo que desejasse efectivamente, pelo contrário, foi mais um ataque directo ao opositor, desqualificando-o e, mais, realçando a sua inaptidão para o cargo.

Os americanos votam amanhã na 58.ª eleição presidencial para a escolha do Presidente e Vice-Presidente dos Estados Unidos. 

É quase senso comum que esta é a campanha americana menos convencional dos últimos anos, e termina de forma ainda mais inusitada: disputa voto a voto entre os dois candidatos.

Se há pouco mais de uma semana a candidata democrata era dada como virtual vencedora, mercê da disparidade em todas as projecções sobre a preferência dos eleitores, hoje, 24 horas antes do “Dia D”, as coisas parecem menos claras no que diz respeito ao nome do sucessor de Barack Obama.

O cenário inesperado mobiliza os dois lados. Republicanos e democratas correm para desempatar o jogo nos minutos finais. 

Para recuperar o prejuízo com a reabertura das investigações pelo FBI sobre uso do seu correio pessoal para tratar de assuntos oficiais, Hillary apostou em grandes eventos com os principais líderes democratas, a começar por Obama, que tem previsto para hoje, na Pensilvânia, o encerramento da campanha ao lado de Hillary Clinton. 

O candidato republicano, que desde as eleições prévias do seu partido era desacreditado, chega aos últimos dias mais forte do que nunca e promete “paz e amor” para não espantar o eleitor mais receoso. Ambos percorreram o país nos últimos dias.

Um bom exemplo de que tudo pode acontecer é o estado do Arizona, visitado pelas campanhas democrata e republicana nesta recta final. 

Se nos clássicos filmes do faroeste era um local de intensa disputa entre os cowboys, na política recente vivia um ambiente tranquilo: o estado sempre elegia, com raríssimas excepções, presidentes republicanos. 

Até então, os seus 11 votos no Colégio Eleitoral podem ser fundamentais para que o vencedor obtenha os 270 necessários para chegar à Casa Branca.

O Partido Republicano reage. Donald Trump esteve ontem em Wisconsin, um estado democrata, e vai a Minnesota, que desde 1972 não vota nos republicanos. 

Além disso, conta com voluntários. No Arizona, centenas lotam os centros do partido para participar em programas de ligação ou  vão às casas dos moradores para convencê-los a votar no candidato.

O ainda Presidente dos EUA Barack Obama, é inelegível para um terceiro mandato, devido aos limites previstos na 22.ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos.

 Nascido a 4 de Agosto de 1961, em Honolulu, Havai, Barack Hussein Obama II é o 44.º e Presidente dos EUA, e o primeiro afro-americano a ocupar o cargo.

Na sua primeira eleição, em 2008, Obama derrotou o candidato republicano John McCain, tendo sido empossado como Presidente no dia 20 de Janeiro de 2009. 

Nove meses depois foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz, numa das escolhas mais contestadas da história da Academia Nobel, justamente pela campanha de guerra.

Durante o seu primeiro mandato, Obama assinou várias propostas de estimulo económico em resposta à grande recessão que assolou os Estados Unidos entre 2007 e 2009, através dos projectos de lei American Recovery and Reinvestment Act de 2009. 

Também sancionou leis de corte de impostos para a classe média e de criação de empregos em 2010.

Outras importantes iniciativas nacionais durante o seu primeiro mandato incluem a Patient Protection and Affordable Care Act, projecto  que passou a ser chamado de Obamacare, o Dodd-Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act, o Don\'t ask, don\'t tell, o Budget Control Act of 2011 e o American Taxpayer Relief Act of 2012.

Na política externa, Obama ordenou o fim do envolvimento americano na guerra do Iraque, aumentou a quantidade de tropas americanas no Afeganistão, assinou tratados de controlo de armas com a Rússia, autorizou uma intervenção armada na guerra civil na Líbia e ordenou uma operação militar no Paquistão de que resultou na morte de Osama bin Laden.

Obama foi reeleito Presidente em Novembro de 2012, derrotando o republicano Mitt Romney, e foi empossado para um segundo mandato em 20 de Janeiro de 2013. 

Durante o seu segundo mandato, Obama promoveu políticas internas relacionadas com o controlo de armas, em resposta ao tiroteio na escola primária de Sandy Hook e outros massacres, e também defendeu a igualdade LGBT.

Na âmbito externo, para conter a ameaça do grupo Estado Islâmico (EI) na região do Oriente Médio, ele ordenou o regresso de tropas  ao Iraque e também autorizou ataques aéreos e navais contra a Síria para combater as organizações jihadistas locais.

 Além disso, continuou o plano de encerramento das operações de combate americanas no Afeganistão. Também iniciou o processo de normalização das relações entre Cuba e Estados Unidos, e firmou um acordo nuclear com o Irão. 
ANG/JA

Crise política

               CEDEAO pede nomeação urgente do novo Primeiro-ministro

Bissau, 07 Nov 16 (ANG) – A missão da CEDEAO dirigida pela Presidente em Exercício desta organização que é igualmente chefe de Estado da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf pediu aos actores políticos guineenses, a nomeação urgente de um novo Primeiro-ministro e o respectivo governo, para desbloquear o país.
 
A missão realizou no último fim-de-semana uma visita de algumas horas a Bissau durante a qual se reuniu com os actores políticos guineenses em litígio.

Em comunicado final a missão exortou a retoma do funcionamento normal do parlamento e o regresso do “Grupo dos 15” deputados ao  PAIGC.

para ajudar a ultrapassar o impasse político no quadro do roteiro da CEDEAO, no comunicado final da mesma Igualmente consta no comunicado final assinado pela estadista liberiana, pelo Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz e pelo Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel de Souza, exorta. 

O Comunicado Final ainda recomenda o seguimento, por uma missão,  da Execução dos “Acordos de Bissau e Conacri”, com vista a tirar a Guiné-Bissau do impasse político e governativo em que se encontra.

Nesta sua visita ao país, Ellen Sirleaf foi acompanhada pelo presidente da Comissão da CEDEAO e pelos  chefes da diplomacia do seu país e da Serra-Leoa e pelo Ministro/Secretário Geral da República da Guiné-Conacri.

O “Acordo de Bissau”, rubricado a 10 de Setembro último pelos actores políticos guineenses e sob o patrocínio da CEDEAO, prevê, entre outros, a criação dum “Governo Inclusivo e de Consenso” para, nomeadamente proceder  as revisões da Constituição da República e das Leis Eleitorais,a implementação das reformas na Administração Pública e no sector da Defesa e Segurança e garantia de uma paz social, com destaque para o sectores da educação e saúde.
ANG/QC/SG

CAN2017


“Não há dinheiro para preparação dos Djurtus”, diz Alto dirigente da Federação de Futebol

Bissau,07 Nov 16(ANG) - A crise política vigente na Guiné-Bissau afecta a preparação da participação da selecção nacional de futebol na fase final do CAN, Gabão2017, afirma um alto dirigente da Federação de Futebol.

Celestino Goncalves (Tinex) revelou que, até ao momento, a Federação de Futebol não recebeu um tostão do Governo para organizar a participação da selecção nacional e para os jogos amigáveis antes de Janeiro.

O Canadá desistiu do jogo amigável com a Guiné-Bissau. A federação contactou de imediato duas equipas portuguesas, Belenenses e Sporting de Braga, para cumprir o calendário da FIFA. Mas até agora nem sequer 1 franco CFA foi disponibilizado para os jogos desta semana em Lisboa. 

Celestino Goncalves explica que todas as equipas apuradas para o CAN já têm emissários no Gabão a preparar o terreno, com excepção da Guiné-Bissau por falta de verbas. 

Em entrevista à Rádio Jovem, o primeiro vice-presidente da Federação disse que até ao momento a organização tem funcionado com dinheiro de terceiros para garantir que tudo esteja bem antes da partida para o palco do jogo.

A seleção guineense vai integrar o Grupo A do CAN-2017, juntamente com Gabão, Camarões e Burkina Faso. 

A Guiné-Bissau estreia-se no CAN-2017 no dia 14 de janeiro, frente ao Gabão, país anfitrião da prova.
ANG/Rádio Jovem

Crise política

Movimento de Cidadãos Incorformados  exigiu sábado numa manifestacao o fim da crise política no país
Bissau, 07 Nov (ANG) - Uma manifestação em Bissau juntou no Sábado centenas de pessoas com palavras de ordem contra o Presidente da República e exigindo-lhe que convoque eleições legislativas antecipadas para acabar com a crise política que dura há 15 meses.
 
O Presidente da República deve dissolver o parlamento e realizar eleições, porque o sistema está bloqueado, defendeu num discurso em crioulo Sana Canté, presidente do Movimento de Cidadãos Conscientes Inconformados, que organizou o protesto.

Um cordão policial e militar de algumas dezenas de elementos com metralhadoras, escudos, capacetes e coletes à prova de bala manteve a contestação fora da Praça dos Heróis Nacionais e do Palácio da Presidência.

Os manifestantes concentraram-se durante toda a manhã a poucos metros, na Avenida Amílcar Cabral, cara a cara com militares e polícias.

Os dois lados envolveram-se nalguns momentos de tensão quando a polícia lançou gás lacrimogéneo para afastar manifestantes, um episódio isolado num protesto que decorreu de forma pacífica.

A manifestação foi animada por um carro de som que serviu de palco para discursos, intercalados com música e gravações de intervenções políticas.

Numa delas ouviu-se o Presidente da República, José Mário Vaz, durante a campanha eleitoral de 2014, a garantir que se fosse eleito ia dar quatro anos de estabilidade ao novo governo - mas acabaria por demitir o executivo um ano depois, dando início a uma crise da qual o país ainda não conseguiu sair.

O público na manifestação reagiu com apupos e palavras de ordem: "Basta, Jomav", nome pelo qual o chefe de Estado já era conhecido enquanto empresário em Bissau.

"É Jomav ou Jomau", perguntou em palco, pouco depois, Luís Nancassa, ex-presidente do Sindicato Nacional de Professores (SINAPROF) - primeira organização civil criada em democracia - com o público a responder em coro: "Jomau".

Em crioulo, o público gritou também "o povo i ka lixo", ou seja, "o povo não é lixo", outra das frases mais vezes entoadas ao longo da manhã.

Parte dos manifestantes dispersou depois de uma vaga de discursos pelas 13:00, mas outros se mantiveram cara a cara com o cordão policial por mais tempo.

Além do Movimento dos Cidadãos Conscientes Inconformados, associaram-se também ao protesto o movimento "Minjderis di Guiné No Lanta" (Mulheres da Guiné-Bissau levantemo-nos), ou Miguilan, e a Associação Cidadãos do Mundo, que tem defendido que o país deve ter uma gestão transitória das Nações Unidas.

A manifestação acontece no mesmo dia em que uma delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) chefiada pela presidente da Libéria, Ellen Johnson, visitou Bissau e  reuniu com os dirigentes políticos tendo no fim das reuniões produzido um comunicado final no qual se pede a nomeação urgente de um Primeiro-ministro para pôr fim à crise.
ANG/Lusa.