terça-feira, 15 de novembro de 2016

Política

                     Presidente da República demite Governo de Baciro Djá

Bissau,15 Nov 16(ANG) – O Presidente da República José Mário Vaz demitiu hoje  o Governo liderado por Baciro Djá através do Decreto Presidencial No 09/2016 , distribuído aos órgãos de comunicação social.

O Presidente da República fundamenta os motivos da exoneração do executivo  com a  presente crise política que levou ao bloqueio da instituição parlamentar tendo como consequência a não aprovacão pelo parlamento dos principais instrumentos de governação, nomeadamente o Progama e o Orçamento Geral do Estado.

O chefe de estado ainda fundamentou a decisão com o “amplo consenso político nacional na formação de um Governo Inclusivo, consubstanciado no Roteiro da CEDEAO para a saída da crise política, bem como no Acordo de Conacri, cujo ponto 1 estabelece o procedimento consensual da escolha de um Primeiro-ministro que tenha a confiança do Presidente da República, nos termos da Constituição e demais leis da República, garantindo assim os propósitos iniciais de estabilidade política necessária para salvar a presente legislatura”.

O Governo de Baciro Djá, em funções há cinco meses, é o quarto executivo a ser demitido pelo Presidente da República José Mário Vaz desde as eleições legislativas de 2014.

Aguarda-se que o nome do novo primeiro-ministro seja conhecido nas próximas horas.
ANG/ÂC/SG

Ensino público



                          Estudantes reclamam pelo reinício das aulas

Bissau, 15 Nov 16 (ANG) – Alguns estudantes afectos à escolas públicas de Bissau afirmam estarem cansados de sentar em casa sem fazer nada devido a greve decretada pelos sindicatos do sector educativo hà cerca de dois meses.

Em auscultações feitas pela ANG, os referidos estudantes manifestaram-se preocupados face ao atraso verificado no arranque do novo ano escolar 2016/17.

A jovem estudante do Liceu Rui Barcelo da Cunha, Sérgia Tavares, disse que já perderam muito tempo em casa sem poder ir para a escola, enquanto os seus colegas das escolas privadas já se encontram muito avançados em termos da assimilação de matérias.

Para ela, os políticos do país deviam preocupar-se mais com a Educação e Saúde porque são sectores primordiais para o desenvolvimento de qualquer Nação.

Ricardo Nascimento Lopes, estudante de 16 anos da escola do ensino básico Salvador Allende, apela ao Presidente da Republica José Mário Vaz assim como o governo, a por o fim à atual crise política que abala o país, a fim de permitirem que os futuros dirigentes do país possam continuar os estudos.

Por sua vez, a aluna do Liceu Agostinho Neto, Fátima Goveia, lamenta que enquanto aluna, também quer estudar de igual modo com os filhos dos “possibilitados” que não são afectados pelas ondas de greves cíclicas no ensno publico.

 “Os seus pais os colocam nas escolas privadas para não perderem o ano escolar. Mas também somos guineenses como eles, temos a mesma ambição de um dia formar para darmos a nossa contribuição ao país, que precisa da nossa contribuição. É por isso que estamos a estudar”, disse.

Inussa Cissé considera que é grave e injusto o que está a acontecer no ensino público.
 “Se saímos mal do ensino básico e formos para o Liceu isso reflete negativamente nos nossos estudos Universitários, e isso é mau para quadros que futuramente ocupam altas posições no aparelho de Estado”, frisou Inussa Cissé, aluno do liceu Kuame NKrumah.

Carla Graciela Araújo de Sousa, da escola Salvador Allende, lança um apelo ao novo Governo no sentido de tudo fazer para o imediato regresso dos alunos as carteiras, uma vez que o tempo perdido não está a ajudar na preparação dos seus futuros.   
ANG/LLA/ÃC /SG        

COP22


“Emissões de carbono cresceram pouco pelo terceiro ano sucessivo ”, dizem cientistas
 
Marrakech, 15 Nov 16 (ANG) - As emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis  ao nível global, não aumentaram em 2015 e deverão subir apenas ligeiramente em 2016, marcando assim três anos sem crescimento.

A constatação vem expressa  no estudo levado a cabo por pesquisadores da Universidade de East Anglia (EUA) e da organizacao” Global Carbon Project”,  e apresentado segunda-feira na 22 Convenção da ONU sobre mudanças climáticas que decorre em Marrakech, Marrocos.

“A projeção de aumento de apenas 0,2 por cento para 2016 marca uma ruptura clara em relação ao rápido crescimento das emissões de 2,3 por cento ao ano registrado na década até 2013, tendo sido registado um aumento de apenas 0,7 por cento  em 2014”, lê-se no documento que acrescenta que os novos dados mostram que o crescimento das emissões ficou abaixo de 1 por cento, apesar do crescimento do PIB mundial ter excedido os 3por cento.

De acordo com os pesquisadores, tal situação se deve  a queda no uso de carvão pela China.

A China é considerada o maior emissor de CO2 no mundo, com 29 por cento do total destes gases expelidos para o ambiente. No entanto, este pais asiático registou, segundo cientistas, uma redução de 0,7 por cento  em 2015, se comparado ao crescimento de mais de 5 por cento ao ano na década anterior.

Prevê-se uma nova redução de 0,5 por cento para 2016, embora com grandes incertezas.

Já os EUA, que figuram na segunda posição deste  ranking, com os seus 15 por cento das emissões globais, igualmente reduziu o uso de carvão, o que fez cair até 2,6 por cento as emissões verificadas no ano passado.

As emissões dos EUA, de acordo com o referido estudo, deverão diminuir em 1,7por cento no ano em curso.

O documento mostra que depois dos 28 Estados-Membros da UE, que se posicionam em terceiro lugar, com os seus 10 por cento das emissões globais, apos um aumento registado em 2015, segue-se a Índia que contribuiu com 6,3 por cento dos CO2 emitidos ao nível mundial.

“Embora a quebra nas emissões se alinhe com as promessas dos países de as diminuírem até 2030, ela ainda está aquém do necessário para limitar as mudanças climáticas bem abaixo dos 2 graus Celsius”, sintetiza o estudo.

"Este terceiro ano de quase nenhum crescimento nas emissões é sem precedentes e ocorre num momento de forte crescimento econômico”, refere Corinne Le Quéré, Diretora do Centro que liderou a análise dos dados.

Ela acrescentou que embora estes ganhos contribuírem no combate as alterações climáticas, no entanto, são ainda insuficientes, porque , na sua ótica, as emissões globais precisam diminuir rapidamente.

“Se os negociadores do clima em Marrakech puderem impulsionar novos cortes nas emissões, poderemos ter um começo sério para lidar com as mudanças climáticas", concluiu. José Augusto Mendonça, enviado especial da ANG

Matadouro municipal

          Comerciantes Nacionais e estrangeiros disputam couro de vaca


Bissau,15 Nov 16 (ANG) – A grande quantidade de couros de vacas que sai do Matadouro Municipal de Bissau é comprada por comerciantes senegaleses, nigerianos e nigerinos para produção de sapatos, chapéus e cintos, e por nacionais que os fazem petiscos.

“Na vaca não se aproveita apenas a carne e leite. O couro e os cornos são também comercializados. Há mulheres que levam couros para petiscos”, disse o Tcherno Sado, magarefe de nacionalidade serraleones que opera no Matadouro Municipal, em entrevista à ANG.

Tcherno Sado, disse que esses petiscos são normalmente servidos juntamente com o chamado “boca de baça”, petiscos feitos a base do crânio de vaca.

Acrescentou que o preço do couro de vaca vária entre 2000 a 2.500 franco CFA, enquanto  que os cornos de vaca são vendidos a 100 francos CFA cada e o de cabra custa 50 francos CFA cada.

Instado a falar sobre os principais compradores, desses produtos, disse que a maioria é estrangeira, acrescentando que dão dinheiro para adquirir e armazenar o produto comprado e num período de três meses faz-se a exportação para países da sub-região: Níger, Nigéria e Senegal.
   
“A exportação é feita de três em três meses, através de veículos de transporte de carga”, informou.

Perguntado sobre o que ganham com o negócio dos couros e cornos de vaca e cabra, Tcherno Sado disse que ganham em função da quantidade que a pessoa consegue entregar ao comprador.  
ANG/LPG/ÂC/SG




       

       

Protestos

                     Polícia dispersa manifestantes no centro de Bissau

Bissau,15 Nov 16(ANG) - As forças de defesa e segurança impediram na noite de segunda-feira a realização de uma vigília em frente ao Palácio da República, organizada pelo Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados, disse à imprensa um dos responsáveis pela manifestação, Lesmes Monteiro Torres Gemeos

Lesmes Monteiro
Segundo Lesmes Monteiro, para dispersar as pessoas, as forças de segurança, fortemente armadas, usaram violência contra os manifestantes, ameaçaram e intimidaram os responsáveis do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados.

Em entrevista à Rádio Jovem, Lesmes Monteiro falou de perseguição aos marchantes que se levantaram para exigir a demissão do Presidente guineense e convocação das eleições gerais como solução para a saída da crise vigente. 

Nota-se ainda hoje uma forte presença das forças de segurança na Praça do Império.
A Rádio Jovem referiu ter tentado sem sucesso obter uma reação das forças da ordem. ANG/R.Jovem

CAN2017


             Guiné-Bissau e Estoril-Praia empatam em jogo particular

Bissau,15 Nov 16(ANG) – A selecção de futebol da Guiné-Bissau empatou 1-1 com a Estoril-Praia da primeira liga portuguesa  num jogo particular realizado hoje à porta fechada no Estádio António Coimbra da Mota, na Amoreira.
 
O golo da turma nacional foi apontado pelo avançado Camará enquanto que para os estorilistas  apontou o brasileiro Gustavo Tocantins.

Trata-se do segundo encontro particular da seleção guineense realizado em Portugal, depois do triunfo sobre o Belenenses, por 1-0, no passado sábado. 

A equipa orientada por Baciro Cande é a única seleção lusófona presente na próxima edição da Taça das Nações Africanas (CAN2017), que vai decorrer no Gabão, entre 14 de janeiro e 05 de fevereiro.
ANG/R.Jovem

Política


PAIGC condena “atitudes e actos que visem desacreditar Acordos de Bissau e Conacri”

Bissau, 15 Nov 16 (ANG) - O Bureau Político do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) condena as atitudes e actos que visam desacreditar e desrespeitar os acordos de Bissau e Guiné Conacri.

A condenação vem expressa num comunicado de Bureau Politico do PAIGC enviada hoje a Redacção da Agência de Notícias da Guiné-ANG.

“O PAIGC está determinado em respeitar e fazer respeitar escrupulosamente os acordos acima referidos, de modo a encontrar uma solução para saída da crise política e institucional que assola o país nos últimos tempos”, refere o documento.

No comunicado o Bureau Político do PAIGC felicita e encoraja as organizações da Sociedade Civil pela realização de manifestações pacíficas, particularmente a do dia 11 do corrente mês que ocorreu em Bissau assim como na diáspora.

Apelou à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a comunidade internacional a urgente divulgação do relatório da mesa redonda de Conacri de forma a permitir mais esclarecimentos sobre o conteúdo do acordo dela resultante.

“Os Acordos de Bissau e de Conacri definiram bases e linhas claras para a saída da crise assim como a garantia de estabilidade política e governativa até o fim da IX legislatura”, refere o documento.

Acrescenta que os referidos acordos determinam que o primeiro-ministro de consenso a ser nomeado deve manter-se em funções até às eleições legislativas de 2018 e que não pode ser demitido pelo presidente da República nem por moção de censura da Assembleia Nacional Popular. 

Há mais de um ano que o país se encontra mergulhada em crise, iniciada com a demissão do governo constitucional saído das ultimas eleições legislativas de 2014.  
ANG/AALS/SG