24 de Setembro: “A estabilidade veio para ficar na Guiné-Bissau”, garante o PR
Bissau, ANG – O Presidente da República Malam Bacai Sanha, afirmou em entrevista a imprensa no passado dia 23 que, desta vez, a estabilidade veio mesmo para ficar na Guiné-Bissau.
Malam Bacai Sanhá durante campanha em Gabú (Foto arquivo) |
Malam Bacai Sanhá que falava aos jornalistas, em vésperas da celebração do 38º aniversário da independência do país, aconselhou que a preservação da paz e estabilidade é um processo que deve envolver toda a gente, ou seja, a nação inteira. “Ninguém pode remar contra a maré”, advertiu o Chefe de Estado guineense.
Referindo-se as notícias postas a circular em alguns órgãos de informação e que davam conta que o chefe de Estado Maior da Armada, José Américo Bubo na Tchuto teria recusado ir a reforma, respondeu que não pode acusar este de tal posição.
“Recebi o Contra Almirante Na Tchuto no meu gabinete e o tema que nós discutimos foi a questão da reforma. Os combatentes estão cansados. Alguns possuem mais de 40 anos de carreira nas forças armadas e se sentem velhos. O que importa agora é criar condições para que as pessoas possam ir para casa com tranquilidade e não voltem a criar problemas depois de serem reformados”, referiu.
Quanto ao Bubo Na Tchuto frisou que quer este como os outros generais, já se prontificaram a ir para a reforma e estão a trabalhar nesse sentido. “Na Tchuto é um dos oficiais disponíveis < ir para a reforma. Não só a ir para a reforma pessoalmente como também mobilizar todo o conjunto de elementos das forças armadas em condições de reforma para aceitarem o processo”, vincou Malam Bacai Sanha.
Disse que nem todas as pessoas podem ir para a reforma, pois ela possui critérios definidos claramente. Enfim, concluiu que todo o comando das forças armadas está preparada e virada para a reforma em curso no sector da defesa e segurança.
“Não obstante alguns recuos e incapacidade nossa em atingir determinados objectivos, sinto-me orgulhoso, primeiro de ser um combatente da liberdade da pátria. Participei no processo de libertação do país e sou dirigente desde a independência e tomei parte em tudo quanto passou nesse país. Portanto, se há alguém um, dois, três, para julgar será eu Malam Bacai Sanha em termos de responsabilidade”, predispôs-se o presidente ai falar do 38º aniversário da independência da Guiné-Bissau.
Declarou que os 38 anos da independência foram interessantes, cheio de histórias, de trabalho, de realizações, de dor e amargura, estes últimos aspectos quando o guineense se chegou ao ponto de pegar armas contra irmão.
“Tudo isso faz parte de um processo de desenvolvimento. Chegamos a independência através duma luta armada e não estávamos preparados para resolver os problemas de então e, portanto, estávamos certo de que alguns problemas graves como aquilo que aconteceu em Junho de 1998 poderia surgir”, reconheceu Bacai Sanha.
O chefe de Estado frisou que hoje, Bissau mudou completamente e está a tornar-se numa bela cidade da sub-região.
“Não é muita coisa, é uma avenida e meia, mas, mas quem sabe que daqui a um ano poder ser ampliado. Vamos criar as condições de forma a permitir que os produtos agrícolas possam ser escoados para serem comercializados em Bissau”, sublinhou.
Questionado sobre o que é necessário fazer para o país corrigir os erros do passado e caminhar rumo ao desenvolvimento, Malam Bacai Sanha sublinhou que é nisso mesmo que esta a trabalhar, ou seja, identificação de erros e sua correcção.
“Já estamos a dar sinais importantes nesse sentido. É preciso fazer história. Toda a gente está a ver a realidade”, disse.
Perguntado sobre de como qualifica o relacionamento institucional entre a Presidência da República e o governo, Bacai Sanha respondeu que a sua relação com o executivo são aquelas exigidas para as instituições tão importantes. Garantiu que nada passa e que esteja fora da normalidade.
“Pode surgir momento de desentendimento ou incompreensão em determinada matéria, mas é normal no processo de desenvolvimento. Não há nada de especial e estamos a trabalhar em conjunto rumo ao desenvolvimento desse país, sobretudo, na implementação do programa de reforma nos sectores da defesa, segurança e justiça” proclamou.
Questionado sobre as reivindicações dos partidos da oposição que exigem justiça em relação a assassinatos de altas figuras do Estado, Malam Bacia Sanha afirmou que a oposição tem razão em colocar um problema que considerou de essencial, mas, acrescentou, é preciso pensar o país em primeiro lugar.
“Parece-me que as coisas estão a andar muito bem e a questão da justiça não ficou atrás. É um processo muito complicado e é preciso trabalhar com mais calma e cautela para não criarmos outras situações desagradáveis. Nós e a oposição vamos nos entender e encontrar um caminho de entendimento para relançar o país”, prometeu o Presidente.
ANG/ÂC
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