“Empresas de Segurança e Hoteleiras obrigam funcionários
a trabalharem mais de oito horas diárias”, revela Augusto Sanca
Bissau,
05 Abr.13 (ANG) – O Inspector-geral do Trabalho (IGT), Augusto Sanca, denunciou
hoje que as empresas privadas de segurança e unidades hoteleiras, obrigam aos seus
funcionários a trabalharem mais de oito horas diárias, violando as normas da
Lei Geral do Trabalho.
Em
entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), Sanca sublinhou que os
funcionários das referidas empresas trabalham as vezes 12 horas diárias, o que
considerou de desumano e ilegal.
“Mas
como devem saber, o nosso trabalho acima de tudo é de sensibilizar as empresas
antes de tomarmos qualquer medida punitiva. Reconheço que muitas empresas que
estavam nessa situação estão a evoluir num bom sentido, colocando os
funcionários em turnos ou horas extras, a fim de poderem cumprir o que está
previsto na lei Geral de Trabalho da Guiné-Bissau”, disse o IGT.
Sanca
lamentou que muitas das vezes, os trabalhadores são vítimas de irregularidades
praticadas pelos patrões mas não apresentam queixa a IGT e preferem ficar
calados por temerem retaliações por parte do patronato.
“
Já dissemos aos trabalhadores para não terem medo de denunciar porque os seus
nomes não serão revelados”, encorajou aquele responsável.
Augusto
Sanca referiu que, é do conhecimento de todos, que o país está com dificuldades
enormes, razão pela qual ninguém se arisca a perder o emprego, mas considerou
que os trabalhadores devem saber que têm uma entidade que defende os seus
direitos perante a lei.
Augusto Sanca pediu aos trabalhadores a
exigirem os seus patrões a assinatura do contrato de trabalho como suporte bem como
para se diligenciarem a fim de serem inscritos na Providencia Social.
O
Inspector-geral de Trabalho disse que a maioria das empresas privadas tem vindo
a cumprir com as regras da sua instituição, e aconselha às outras a fazerem o
mesmo sob pena de serem sancionadas.
“Nos
últimos tempos, as empresas privadas, na sua maioria, estão a cumprir a lei
Geral do Trabalho e as recomendações que lhes são feitas. Contudo, ainda há
empresas que violam essas leis principalmente as empresas chinesas”, salientou.
De
acordo com o Inspector, os comerciantes chineses são os que têm dado mais dores
de cabeça à sua instituição porque são muito ambulantes e que mesmo os que têm
estabelecimentos fixos criam vários transtornos.
“Como
já disse antes a IGT não é um tribunal, por isso recorremos mais a pedagogia de
mostrar às pessoas o que devem fazer sem perder de vista as competências legais
de sancionar aqueles que violam as regras previstas na Lei Geral de Trabalho em
colaboração com outras instituições vocacionadas”, informou.
O
Inspector-geral de Trabalho defende que o Tribunal de Trabalho deve ser mais
rápido e menos burocrático no atendimento dos processos dos trabalhadores
porque quando os processos levam muito tempo sem serem julgados, desencoraja os
trabalhadores, o que os leva a desconfiar ou mesmo desacreditar na justiça.
ANG- MSC
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