“Boa formação de jornalistas é um
dos pilares da liberdade de imprensa”, avalia Unesco
Bissau, 09 Mai 14 (ANG) Jornalistas, especialistas em comunicação e
pesquisadores se reuniram recentemente na sede da Unesco em Paris para tentarem
responder a pergunta: Como a mídia pode
ajudar no desenvolvimento dos países?
Uma das conclusões é a que o acesso
a informações de qualidade começa com a boa qualificação dos profissionais de
imprensa. Ou seja, é preciso se formar para informar.
Para os analistas reunidos na conferência World Press Freedom Day (Dia
Mundial da Liberdade de Imprensa) realizada nesta segunda-feira (5) na sede da
Unesco, em Paris, a liberdade de imprensa caminha de mãos dadas com a boa
formação profissional.
Um dos convidados para a mesa-redonda sobre o futuro da imprensa, Robert
Zaal, diretor-geral da Radio Netherlands Worldwide, destacou a importância de
melhorar a capacidade e o treinamento dos profissionais de mídia nos países em
desenvolvimento. A opinião também é partilhada por Jeanne Bourgault, presidente
da Internews, uma ONG dedicada ao treinamento de jornalistas em diversos países
do mundo.
E a liberdade de imprensa e de expressão, por sua vez, é essencial para
"o desenvolvimento, o progresso e a inclusão sociais", destacaram o
secretário-geral da ONU, Ban-Ki Moon, e a diretora-geral da Unesco, Irina
Bokova.
"O sucesso da implementação [dos Objetivos do Milênio] exige que as
populações desfrutem os direitos fundamentais de liberdade de opinião e de
expressão. Esses direitos são essenciais para a democracia e a transparência.
(...) Eles são vitais para a dignidade humana", escreveram os dois
líderes.
Ban-Ki Moon e Irina Bokova também escreveram um comunicado em que pedem
urgência na investigação e na punição de crimes contra jornalistas. "Temos
que enfrentar as graves ameaças que recaem sobre a liberdade de imprensa em
todo o mundo".
Elaborados em 2000, os Objetivos do Milênio são uma lista de 8 metas que
deverão ser alcançadas até 2015. Entre elas, a redução da pobreza, da
mortalidade infantil e a sustentabilidade ambiental.
Na discussão "Liberdade de Imprensa para um Futuro Melhor", o
Brasil foi representado por Veridiana Sedeh, consultora e ex-diretora da Abraji
(Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Sedeh destacou a
importância do debate.
"A liberdade de expressão é essencial para o bom jornalismo. Realmente
temos que melhorar a segurança dos jornalistas. Também é preciso que eles
possam comunicar as suas informações e ter acesso às informações necessárias
para conduzir essas investigações", disse.
Ainda segundo a consultora, essas necessidades se tornam ainda mais
pertinentes diante das transformações vividas pelo jornalismo nos últimos anos.
"Precisamos ver como o maior acesso à internet e outras questões vão
evoluir no futuro e como a gente pode reforçar a liberdade de expressão e, ao
mesmo tempo, melhorar o treinamento dos jornalistas que estão cada vez mais
tendo que lidar com questões complexas na área econômica ou ambiental”.
(RFI)
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