A situação na Guiné-Bissau é
"complicada", diz Secretaria Executiva da CPLP
Bissau, 22 Ago 17 (ANG) - A
situação na Guiné-Bissau é "complicada", pois "continuam a
persistir o extremar de posições entre as partes envolvidas", considerou segunda-feira
em São Tomé, a secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira.
"A situação é complicada. Continuam e
persistir um extremar de posições entre as partes envolvidas, mesmo apesar de
uma tentativa de mediação que foi adoptada bastante recente de um grupo de
senhoras que pretende dar um contributo para ver se consegue encontrar uma
plataforma de entendimento entre os diferentes atores", disse Maria do
Carmo Silveira.
A secretária executiva da CPLP, que iniciou segunda-feira
uma visita de três dias a São Tomé e Príncipe, lembrou a sua recente deslocação
a Bissau onde constatou que "as posições estão muito extremadas".
"Todos reconhecem que é necessário dialogar
mas muito pouco é feito em termos de iniciativas concretas no sentido de se
encontrar uma plataforma para esse diálogo", salientou.
Na sua primeira visita a São Tomé e Príncipe,
depois de empossada no cargo, Maria do Carmo Silveira teve hoje um encontro com
o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho, e inaugurou
no Centro Cultural do Brasil uma exposição denominada "Futuro Aposta na
CPLP".
Maria do Carmo Silveira, que falava aos
jornalistas no final do encontro com o chefe da diplomacia são-tomense,
sublinhou que "o Acordo de Conacri tem sido bastante deficiente" e a
sua implementação "continua a suscitar problemas".
O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um
governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento
e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de
Estado, entre outros pontos.
O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa
presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria
absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições
internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.
A secretária executiva da CPLP referiu que a
CPLP entende que o conflito político em Bissau é "um problema político
interno", reconhece que "em democracia é normal que haja divergências
politicas, porque unanimismo não é bom", mas que o importante é que
"as soluções para os conflitos, para as divergências políticas sejam
encontradas dentro do quadro constitucionalmente constituído".
Maria do Carmo Silveira lamenta que as
"tentativas no terreno" para encontrar uma solução para o diferendo
ainda não tenham "resultados muito positivos, porque o impasse
continua".
"Continuamos a apelar às partes no sentido
de cumprir os acordos estabelecidos e as recomendações das instituições
internacionais como as Nações Unidas e o grupo do P5 (constituído por União
Africana, ONU, CEDEAO, CPLP e UE).
Sobre Angola, disse que o desejo da sua
organização "é que essas eleições possam decorrer dentro da normalidade,
tranquilidade, que seja uma festa da democracia e que os angolanos possam
eleger o seu representante".
Acredita que o ainda Presidente da República,
José Eduardo dos Santos "foi um bom contributo para a democracia em
Angola".
"Os angolanos vão escolher os novos
representantes, o voto é que os próximos dirigentes de Angola deem sequência ao
processo de desenvolvimento", disse Maria do Carmo Silveira.
ANG/Lusa
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