Comissão Eleitoral pede
contenção nas declarações sobre resultado eleitoral
Bissau, 26 fev 19 (ANG) – A comissão eleitoral senegalesa apelou
segunda-feira aos candidatos presidenciais e seus apoiantes para que evitem
declarações prematuras sobre os resultados da votação de domingo.
O apelo surgiu depois de o primeiro-ministro, Mohammed Boun
Abdallah Dionne, ter dito que os resultados não-oficiais do partido mostravam
que o presidente Macky Sall tinha sido reeleito, uma declaração rejeitada pelos
candidatos da oposição do Senegal, que reclamam uma segunda volta.
A comissão eleitoral salientou, num comunicado que as eleições
de 24 de Fevereiro correram bem, a nível nacional e internacional,
acrescentando que a contagem de votos prossegue na segunda-feira e que os
resultados estão a ser apurados pelas “estruturas autorizadas”.
“É o Conselho Constitucional que vai fazer a proclamação final
dos resultados”, quando todos os votos estiverem contados, adianta o mesmo
comunicado.
A comissão “apela aos candidatos e seus apoiantes, bem como aos
actores da sociedade civil e da população, que se abstenham de fazer qualquer
declaração prematura sobre os resultados”, adianta, num comunicado, que pede
ainda aos atores políticos para que “adoptem o mesmo comportamento exemplar
observado pelos cidadãos”.
O primeiro-ministro Mohammed Boun Abdallah Dionne, do partido no
poder, disse aos jornalistas na noite de domingo que os resultados não oficiais
compilados pela sua equipa mostram que Sall conquistou 57% dos votos. O
candidato vencedor tem de obter mais de 50% dos votos para evitar uma segunda
volta.
“Amanhã, as pessoas terão resultados de todos as áreas. Irão ver
que o presidente Sall foi reeleito à primeira volta”, afirmou Dionne,
acrescentando que os resultados não oficiais do seu partido indicam que Sall
venceu em 13 das 14 regiões do Senegal.
No entanto, o principal candidato da oposição Idrissa Seck disse
aos jornalistas que ele e seus apoiantes não aceitam o apuramento não oficial
que dá a vitória a Sall.
“Congratulamos as pessoas que se expressaram principalmente a
favor da oposição”, disse Seck, culpando os meios de comunicação por citarem os
resultados dados pelo partido de Sall como sendo oficiais.
“Não vamos aceitar esses resultados. Pedimos a todos os
senegaleses que permaneçam vigilantes e se preparem cuidadosamente para a
segunda volta”, disse Seck.
O candidato da oposição, Ousmane Sonko, que é popular entre os
jovens, também presente na conferência de imprensa com Seck e concordou que os
resultados preliminares indicam que deve ser realizada uma segunda volta.
“Apelo aos líderes religiosos para que chamem o partido no poder
à razão”, declarou Sonko.
Os resultados oficiais só deverão ser anunciados pela comissão
eleitoral na terça-feira.
Se nenhum candidato obtiver uma maioria clara de mais de 50%, as
eleições irão a uma segunda volta no próximo mês.
Sall enfrentou quatro adversários na votação de domingo,
incluindo Seck, que já disputou o cargo duas vezes anteriormente.
O Senegal tem sido apontado como um exemplo democrático na
África Ocidental, onde os golpes e o apego ao poder nos países vizinhos são
comuns. Os observadores eleitorais da União Europeia não registaram irregularidades
significativas no domingo. ANG/Lusa/Inforpress
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