quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Finanças públicas/endividamento


Primeiro-ministro considera normal contrair empréstimo junto ao mercado financeiro internacional

Bissau, 25 set 19 (ANG) - O primeiro-ministro  Aristides Gomes, considerou como "normal" e uma boa notícia o facto de o Governo ter recorrido ao mercado financeiro internacional para pedir empréstimos, uma iniciativa criticada pelo Presidente do país, José Mário Vaz.

Na sua mensagem ao país por ocasião do 46.º aniversário da independência, José Mário Vaz questionou a necessidade de o Governo contrair um empréstimo que, segundo disse, vai contribuir para um novo endividamento do país após “um sacrifício” que culminou com o perdão da dívida externa do país, em 2011.

“Recentemente, o Governo contraiu empréstimos através da emissão de títulos do tesouro num montante de 10 mil milhões de francos CFA [cerca de 15 milhões de euros] e brevemente pretende emitir mais títulos do tesouro no mesmo montante, totalizando 20 mil milhões de francos CFA [cerca de 30 milhões de euros]”, observou o líder guineense.

Para José Mário Vaz, é caso para perguntar ao Governo onde param as receitas internas geradas pelas alfândegas, contribuições e impostos e outros serviços.

Em resposta às perguntas dos jornalistas, à saída de uma reunião com o presidente do parlamento, o primeiro-ministro guineense considerou normal aquelas operações  que, na sua opinião, provam a confiança do mercado internacional nas ações do Governo.

“Isso é uma boa notícia, que eu saiba, o facto de a Guiné-Bissau poder ir ao mercado e conseguir somas que pretende para poder fazer funcionar o aparelho de Estado. Isso quer dizer que o mercado tem confiança no Governo”, defendeu Aristides Gomes.

O primeiro-ministro guineense notou ainda que aquelas operações foram supervisionadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelas instituições das sub-regiões que lidam com questões financeiras e monetárias.

Aristides Gomes sublinhou que não existem “nenhumas consequências negativas, antes pelo contrário” das operações montadas pelo seu executivo.

ANG/Lusa


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