terça-feira, 12 de novembro de 2019

Sociedade


         Vendedeiras de garrafas dizem que o negócio já não é como dantes

Bissau, 12 Nov 19 (ANG) - As mulheres vendedeiras de garrafas queixam-se de falta de negócio nos últimos tempos devido a  crise política e governativa que tem assolado a Guiné-Bissau.

Essas mulheres revelaram  as suas dificuldades numa auscultação feita hoje pela Agência de Notícia da Guiné com objectivo de se inteirar da situação das mesmas e de seus rendimentos como vendedeiras de garrafas.

Cátia Luís Pinto da Silva, uma das vendedeiras de garrafas, de 36 anos de idade disse que actualmente as dificuldades são enormes, tendo contado  que dantes ganhava mais porque vendia mais, e disse que a venda caiu devido a situação política do país.

“Vendo para colmatar algumas dificuldades como por exemplo ajudar no sustento da casa e na compra de materiais escolares para as crianças entre outras, mas com a diminuição da venda e do lucro, as minhas dificuldades só  aumentam. Por isso, peço aos nossos governantes que pensem no progresso do país, a fim de garantir um bem-estar para o povo em geral”, apelou a Cátia.

Por sua vez, Nené Mendes igualmente vendedeira de garrafas, de 57 anos de idade, disse que as vezes conseguem obter lucro com o referido negócio mas que actualmente não vende tanto, porque  os clientes simplesmente não compram muito.

 “Compramos as garrafas por 25 francos CFA e vendemos por 50. Só que, em muitos casos, as mesmas acabam por estragar no momento de lavagem e dá-nos prejuízos.

 estamos ciente desses prejuízos porque  cada negócio tem o seu risco. O problema que se coloca é que a Guiné-Bissau tenha  paz e a estabilidade para que qualquer pessoa possa viver de forma normal em qualquer que seja a actividade praticada”, desejou.

Binta Djassi de 40 anos de idade disse que anteriormente ganhava 2000 francos CFA ou três mil por dia  mas  que agora nem se quer chega a 1000 francos as vezes, tendo sublinhado que a situação de instabilidade do país agrava cada vez mais a sua situação financeira , por isso  “os guineenses devem pensar no bem da Guiné-Bissau”.

Maimuna Cá, vendedeira de 60 anos de idade disse que vende para ter a sua própria economia, de modo a ser independente e poder resolver certos assuntos, sem ter que dirigir ao terceiro para pedir ajuda.

“Vendo diariamente, só não vendo quando estou com problemas de saúde ou quando tenho algum assunto importante para resolver. Actualmente  não vendo tanto como vendia anteriormente”, disse Maimuna Cá.

As eleições presidenciais estão previstas para 24 de novembro algumas vendedeiras de garrafas acreditam que uma vez eleito um novo presidente a situação política do país vai ter uma certa estabilidade. ANG/AALS/ÂC//SG

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