OMS/Lançada
estratégia global para acelerar eliminação do câncer do colo do útero
Bissau, 18 Nov
20 (ANG) - A Organização Mundial da Saúde apresentou terça-feira a Estratégia Global para Eliminar o Câncer
Cervical também conhecido como câncer do colo do útero,para promover a
vacinação, o rastreamento e o tratamento.
Em nota
divulgada em Genebra, a agência defende que a implementação bem-sucedida de três
etapas poderia reduzir mais de 40% dos novos casos e 5 milhões de mortes
relacionadas à doença até 2050.
Para a OMS, a Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do
Câncer Cervical é um marco histórico. Pela primeira vez, 194 países se
comprometem acabar com a doença após adotarem uma resolução na Assembleia
Mundial da Saúde deste ano.
A agência defende que todas as nações estarão em vias de
eliminar a doença se cumprirem as metas definidas até 2030, que priorizam que
90% das meninas sejam totalmente imunizadas com a vacina contra o HPV aos 15
anos de idade.
Com base nessas metas, 70% das mulheres devem ser avaliadas por
meio de um teste de alto desempenho primeiro aos 35 e depois aos 45 anos.
Prevê-se ainda que 90% das mulheres diagnosticadas com doença cervical recebam
tratamento.
A agência da ONU sublinha que a estratégia realça como “investir
nas intervenções para cumprir essas metas pode gerar retornos econômicos e
sociais substanciais”.
Pelas estimativas da agência, cerca de US$ 3,20 devem retornar à
economia para cada dólar investido até 2050 e além devido à maior participação
feminina na força de trabalho. Esse valor pode subir para US$ 26 considerando
os benefícios da melhoria da saúde das mulheres em famílias, comunidades e
sociedades.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, eliminar
qualquer câncer “seria como um sonho impossível”, mas agora existem ferramentas
econômicas e comprovadas para realizar esse sonho.
O chefe da agência observa que o mundo só pode acabar com o
câncer cervical como um problema de saúde pública se combinar o poder das
ferramentas já existentes “com determinação implacável para expandir o uso em
nível global.”
O câncer cervical é a quarta doença cancerígena mais comum entre
as mulheres em todo o mundo, apesar de ser evitável e curável quando detectado
cedo e tratado de forma adequada. Sem novas medidas, o número de novos
casos deve aumentar de 570 mil para 700 mil entre 2018 e 2030. Já as mortes
deverão subir de 311 mil para 400 mil a cada ano.
A agência realça que em países de renda média, a incidência da
doença é quase duas vezes mais alta e as taxas de mortalidade são três vezes
maiores do que em economias de alto rendimento.
Para a diretora-geral assistente da OMS, Princess Nono Simelela,
a enorme mortalidade associada ao câncer cervical reflete “décadas de
negligência por parte da comunidade global de saúde”. Ela defende, no entanto,
que isso pode ser mudado.
A representante aponta atividades essenciais como “a
disponibilidade de vacinas profiláticas, abordagens de baixo custo para
rastrear e tratar os precursores do câncer cervical e novas abordagens para o
treinamento cirúrgico”.
Simelela aponta ainda que por meio de um compromisso global
compartilhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e sem deixar
ninguém para trás, o mundo traça “um novo rumo para acabar com o câncer
cervical.”
A realidade da Covid-19 é um “momento
desafiador” no lançamento da estratégia. A OMS aponta desafios para a prevenção
de mortes por câncer, incluindo a interrupção dos serviços de vacinação,
triagem e tratamento.
A agência frisa dificuldades com o
fechamento de fronteiras, que reduziu a disponibilidade de suprimentos e
impediu o trânsito de técnicos qualificados para manter o equipamento.
As novas restrições também impedem que
mulheres de áreas rurais viajem para centros de referência para tratamento e os
fechamentos de escolas interrompem os programas de vacinação nas escolas.
O apelo feito aos países é que na medida
do possível, “possam garantir que a vacinação, a triagem e o tratamento possam
continuar com segurança, com todas as precauções necessárias.”
Princess Nono Simelela disse que o
combate ao câncer do colo do útero também é uma luta pelos direitos das
mulheres, sendo que “o sofrimento desnecessário causado por esta doença
evitável reflete as injustiças que afetam de forma particular a saúde das
mulheres em todo o mundo”.
A representante ressalta que com união
“pode se fazer história para garantir um futuro sem câncer cervical.”
Para acompanhar o lançamento, a OMS
apoia o dia de ação com atividades de ministérios da saúde, parceiros e
ativistas contra o câncer para um melhor acesso à prevenção e ao tratamento de
meninas e mulheres.
Vários monumentos icônicos são iluminados na cor verde-azulado desde as Cataratas do Niágara na América do Norte até o Dubai Frame e o horizonte de cidades em toda a Austrália. ANG/ONU NEWS
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