Saúde
pública/Parlamentares
da CPLP lançam rede política para lutar contra a tuberculose
Bissau, 20 Nov 20 (ANG)–
Parlamentares dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) criam rede
política para lutar contra a tuberculose, cujo lançamento oficial aconteceu quinta-feira,
durante uma reunião com membros e parceiros internacionais, através de
videoconferência.
Segundo um comunicado de
imprensa da Frente Parlamentar Mundial de Tuberculose, a que Inforpress teve
acesso, a reunião virtual é organizada em parceria com o Fundo Mundial de luta
contra VIH, tuberculose e malária, e para selar o lançamento, os parlamentares
deverão endossar uma Declaração de Compromisso dos Países Lusófonos na luta
contra a tuberculose.
O evento virtual foi organizado
pela Frente Parlamentar Global de Tuberculose.
Com este foco, mais de
40 autoridades ministeriais e parlamentares da comunidade, directores de
programas nacionais de tuberculose, representantes da sociedade civil, e
organizações internacionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, reuniram-se esta tarde
para discutir a situação actual da epidemia nos respectivos países e adoptar um
plano de trabalho regional para lançar a Rede Parlamentar Lusófona de
Tuberculose.
“Chegou o momento de
enfrentar esta doença infecciosa fatal na nossa comunidade e unificar a luta”,
refere o documento que tem a assinatura de Eleonor Silva, coordenadora da Rede,
segundo a qual, dentro da comunidade, os países são afectados pela tuberculose
de “maneira desigual”, sublinhando que alguns estão no caminho de eliminar a
doença, como Portugal e Cabo Verde, e outros, como a Guiné Equatorial, veem um
“aumento alarmante” de casos, ano após ano.
Segundo a mesma fonte,
entre os nove Estados da comunidade, 336.300 pessoas contraíram tuberculose e
42.648 morreram da doença somente em 2019, destacando que na CPLP, Timor Leste
regista a maior incidência da doença, entretanto, a maior taxa de mortes
encontra-se em Guiné Bissau.
Já Angola, Moçambique,
Brasil e Guiné Bissau fazem parte integrante da lista de 30 países de “alta
carga” de tuberculose da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto Cabo
Verde e São Tomé e Príncipe registaram “apenas” 250 casos em 2019.
E, neste contexto de
pandemia da covid-19, o apontamento acautela que um recente estudo de modelagem
da OMS prevê que se houver uma redução de 50% nas notificações de casos de
tuberculose, devido à pandemia de covid-19 num período de três meses, poderia
resultar em 400.000 mortes adicionais apenas em 2020.
“Com a pandemia de
covid-19 e as disrupções vivenciadas nos serviços de saúde de todos os nossos
países, a luta contra a tuberculose arrisca-se a dar um passo para trás. Chegou
o momento de enfrentar esta doença infecciosa fatal na nossa comunidade e
unificar a luta”, insiste a coordenadora da Rede Lusófona, Eleonor Silva em tom
de alerta.
A Rede Lusófona é parte integrante da Frente Parlamentar Global Tuberculose (Global TB Caucus), uma rede única de mais de 2500 parlamentares em mais de 150 países, que trabalham coletivamente e individualmente para elevar a tuberculose na agenda política e alcançar a meta de eliminar a tuberculose até 2030. ANG/Inforpress
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