Justica/CPLP vai apoiar candidatura
do Brasil ao Tribunal Penal Internacional
Bissau, 04 Dez 20 (ANG)
– Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão
apoiar a candidata brasileira ao Tribunal Penal Internacional, disse
quinta-feira o embaixador de Cabo Verde, país com a presidência rotativa da
organização lusófona.
“Houve uma proposta do
Brasil para apoio [da CPLP] à candidatura da juíza Federal Mónica Jaqueline
Cinfuentes ao Tribunal Penal Internacional”, afirmou Eurico Monteiro,
acrescentando que este foi um dos assuntos analisados hoje pelos representantes
dos Estados-membros em Portugal, os embaixadores, na habitual reunião mensal do
Comité de Concertação Permanente (CCP).
Este é o processo
normal, quando os Estados-membros que querem apresentar alguma candidatura a
uma organização internacional tentam obter o apoio dos outros países da CPLP.
“O parecer foi
positivo”, referiu, pelo que a CPLP vai dar apoio à candidata do Brasil.
Na reunião de hoje do
CCP, os embaixadores dos Estados-membros da CPLP deram também “parecer positivo
aos projectos de candidatura de Espanha e Peru a observadores associados da
organização”, mais um passo em frente no processo destes países que tinham
entregado a manifestação de interesse para obterem o estatuto no início deste
ano.
“Apreciámos as
candidaturas à categoria de observadores associados [da CPLP], de Espanha e do
Peru. Havia já uma manifestação de interesse, e agora foi apresentado o
processo de candidatura”, e os projectos deverão agora ser apreciados e
aprovados na cimeira de chefes de Estado, prevista para Julho de 2021 em
Angola.
Ao todo, são 13 as
candidaturas que deverão ir à próxima cimeira da CPLP: Paraguai, Estados Unidos
da América, Espanha, Índia, Irlanda, Canadá, Grécia, Costa do Marfim, Peru,
Qatar, Roménia, Organização Europeia de Direito Público (EPLO, na sigla em
inglês) e Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB).
Actualmente, a CPLP
conta com 18 países observadores associados e uma organização, a OEI –
Organização de Estados Ibero-Americanos.
Os Estados que pretendam
adquirir o estatuto de observador associado terão de partilhar os princípios
orientadores da CPLP, designadamente no que se refere à promoção das práticas
democráticas, à boa governação e ao respeito dos direitos humanos, e
prosseguir, através dos seus programas de Governo, objectivos idênticos aos da
organização, mesmo que, à partida, não reúnam as condições necessárias para
serem membros de pleno direito daquela organização, segundo o ‘site’ oficial
daquela comunidade.
Os observadores
associados podem participar, sem direito a voto, nas cimeiras e no Conselho de
Ministros, sendo-lhes facultado o acesso à correspondente documentação não confidencial,
podendo ainda apresentar comunicações desde que devidamente autorizados para o
efeito. Além disso, podem ser convidados para reuniões de caráter técnico.
Porém, qualquer
Estado-membro da CPLP poderá, caso o julgue oportuno, solicitar que uma reunião
tenha lugar sem a participação de observadores.
Hoje, o CCP também
analisou a apreciou a candidatura da CPLP a observador associado da Organização
dos Estados Ibero-americanos.
“Analisámos também a
candidatura da CPLP a observador associado da Organização dos Estados
Ibero-americanos (OEI). Foi um foco relativamente pacífico”, referiu o
embaixador de Cabo Verde, adiantando que foi também dada luz verde a este
processo.
No encontro, os
embaixadores apreciaram ainda as candidaturas a observador consultivo, da
Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Água, da Academia
Internacional da Cultura Portuguesa, do Fórum Energia e Clima e da Associação
Portuguesa da Qualidade de Vida, Às quais foi dado parecer positivo.
Os Estados-membros da
CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
ANG/Inforpress/Lusa
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