Política/
MADEM-G15 reafirma continuidade na coligação governamental
Bissau,01 Jun 21(ANG) - O
Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) anunciou segunda-feira que
vai manter-se na coligação que sustenta
o atual Governo na Guiné-Bissau, mas que vai pedir explicações sobre as pastas governamentais
perdidas, disse o porta-voz do partido, Jibril Baldé.
A decisão saiu de uma
reunião da Comissão Permanente, alargada às estruturas da juventude, de quadros
e de mulheres do partido, que na semana passada deram a Direção do partido 72
horas para decidir a retiridada da coligação governamental com o PRS , APU-PDGB e representantes de candidatos que
apoiaram o actual Presidente da República na segunda volta das presidenciais de
2019.
Segundo Baldé, a direção superior do MADEM-G15 defende a
continuidade do partido na coligação que sustenta o atual Governo na
Guiné-Bissau, mas quer análises profundas sobre a perda de pastas
governamentais a favor do PRS (Partido da Renovação Social) e Assembleia do
Povo Unido - Partido Social-Democrata (APU-PDGB), as duas outras formações partidárias
que fazem parte da coligação no Governo.
"A verdade é que se
comparamos o número de deputados que o MADEM tem com o número de pastas
governamentais que o partido tem atualmente no Governo, sobretudo depois da
remodelação governamental, é fácil perceber que o partido saiu prejudicado, mas
sempre defendemos o interesse nacional", afirma o porta-voz do MADEM-G15,
Jibril Baldé, que foi exonerado das funções do ministro da Educação, em
consequência da mais recente remodelação governamental ocorrida no país.
Baldé disse que foi também
concluido nessa reunião que os quadros
do partido execederam nas suas exigências ao dar a direcção 72 horas para decidir sobre o abandono à
coligação governamental.
Por ser o partido com maior
número de deputados entre os da coligação no Governo, 27, as estruturas do
MADEM-G15 consideram que o partido tem sido prejudicado.
Segundo Carlos Sambú,da
Juventude do Madem G-15, uma das críticas que as estruturas do partido fazem ao
Braima Camará, coordenador do MADEM-G15 é de alegada inércia perante o que consideram de
falta de colocação de quadros do partido no aparelho do Estado e ainda da pouca
atribuição de bolsas de estudos à juventude do partido.
"Houve alguns atropelos
ao acordo (político que sustenta o atual governo) no meio do caminho e nós,
enquanto jovens do partido, exigimos à direção superior do partido para que
explique o que está acontecer dentro do acordo da governação, porque fala-se
muito que algumas pastas já não pertencem ao MADEM-G15, e queremos que a
direção explique isso", disse aceescentando: “não queremos que o MADEM-G15
saia da aliança, mas que denuncie o acordo, porque não está a favorecer o
partido".
Jibril Baldé notou que foram
dadas orientações para uma "análise aprofundada" sobre as questões
levantadas pelas estruturas do partido, mas sem colocar em causa o acordo da
coligação.
"O partido vai analisar
profundamente todas as questões levantadas e outras que ainda não foram
colocadas pelas estruturas do partido para depois tomar decisões políticas
necessárias e fazer as devidas correções", disse.
Ao analisar o atual cenário,
o analista político Jamel Handem desconfia da real intenção das reclamações do
MADEM-G15. "Na minha opinião, isto não passa de uma estratégia de fuga
para a frente, que visa fundamentalmente provocar a queda do governo do
[primeiro-ministro] Nuno Gomes Nabiam e num segundo passo provocar eleições
antecipadas dentro de 90 dias no país", conclui.ANG/DW
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