terça-feira, 1 de junho de 2021

   
Política
/ MADEM-G15 reafirma continuidade na  coligação governamental

Bissau,01 Jun 21(ANG) - O Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) anunciou segunda-feira que vai manter-se  na coligação que sustenta o atual Governo na Guiné-Bissau, mas que vai pedir  explicações sobre as pastas governamentais perdidas, disse o porta-voz do partido, Jibril Baldé.

A decisão saiu de uma reunião da Comissão Permanente, alargada às estruturas da juventude, de quadros e de mulheres do partido, que na semana passada deram a Direção do partido 72 horas para decidir a retiridada da coligação governamental com o PRS ,  APU-PDGB e representantes de candidatos que apoiaram o actual Presidente da República na segunda volta das presidenciais de 2019.

Segundo Baldé, a  direção superior do MADEM-G15 defende a continuidade do partido na coligação que sustenta o atual Governo na Guiné-Bissau, mas quer análises profundas sobre a perda de pastas governamentais a favor do PRS (Partido da Renovação Social) e Assembleia do Povo Unido - Partido Social-Democrata (APU-PDGB), as duas outras formações partidárias que fazem parte da coligação no Governo.

"A verdade é que se comparamos o número de deputados que o MADEM tem com o número de pastas governamentais que o partido tem atualmente no Governo, sobretudo depois da remodelação governamental, é fácil perceber que o partido saiu prejudicado, mas sempre defendemos o interesse nacional", afirma o porta-voz do MADEM-G15, Jibril Baldé, que foi exonerado das funções do ministro da Educação, em consequência da mais recente remodelação governamental ocorrida no país.

Baldé disse que foi também concluido nessa reunião que  os quadros do partido execederam nas suas exigências ao dar a direcção  72 horas para decidir sobre o abandono à coligação governamental.

Por ser o partido com maior número de deputados entre os da coligação no Governo, 27, as estruturas do MADEM-G15 consideram que o partido tem sido prejudicado.

Segundo Carlos Sambú,da Juventude do Madem G-15, uma das críticas que as estruturas do partido fazem ao Braima Camará, coordenador do MADEM-G15 é de  alegada inércia perante o que consideram de falta de colocação de quadros do partido no aparelho do Estado e ainda da pouca atribuição de bolsas de estudos à juventude do partido.

"Houve alguns atropelos ao acordo (político que sustenta o atual governo) no meio do caminho e nós, enquanto jovens do partido, exigimos à direção superior do partido para que explique o que está acontecer dentro do acordo da governação, porque fala-se muito que algumas pastas já não pertencem ao MADEM-G15, e queremos que a direção explique isso", disse aceescentando: “não queremos que o MADEM-G15 saia da aliança, mas que denuncie o acordo, porque não está a favorecer o partido".

Jibril Baldé notou que foram dadas orientações para uma "análise aprofundada" sobre as questões levantadas pelas estruturas do partido, mas sem colocar em causa o acordo da coligação.

"O partido vai analisar profundamente todas as questões levantadas e outras que ainda não foram colocadas pelas estruturas do partido para depois tomar decisões políticas necessárias e fazer as devidas correções", disse.

Ao analisar o atual cenário, o analista político Jamel Handem desconfia da real intenção das reclamações do MADEM-G15. "Na minha opinião, isto não passa de uma estratégia de fuga para a frente, que visa fundamentalmente provocar a queda do governo do [primeiro-ministro] Nuno Gomes Nabiam e num segundo passo provocar eleições antecipadas dentro de 90 dias no país", conclui.ANG/DW

 

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