Equidade
de género/Mulheres de três
países africanos de língua portuguesa partilham experiências em Bissau
Bissau, 14 jul 21 (ANG) – As
mulheres da Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Principe, iniciaram hoje um
encontro de três dias, destinado a partilha de experiências sobre a luta de emancipação e participação nos lugares de tomadas de decisão.
O encontro é promovido pela
Associação para Cooperação entre os Povos (ACEP) de Portugal, em parceira com
Mindjeris di Guiné-Bissau no Lanta(MIGULAND), a Organização das Mulheres de Cabo Verde
(OMCV) e a Plataforma dos Direitos Humanos e Equidade de Género de São Tomé e
Principe.
No ato da abertura do encontro,
a Isabela de Almeida, Coordenadora de MIGUILAND, a anfitriã do evento, disse
que espera que no final do encontro os países presentes tenham uma declaração
comum que vai servir de guião para as proximas ações em prol das mulheres.
A coordenadora da MIGULAND
ainda sublinhou a importância da visibilidade das mulheres nos mídia, que diz
não ter tido destaques, e prometeu que
vão apreciar esse tema durante o encontro.
Isabela Almeida destacou os ganhos obtidos pelas mulheres caboverdianas
nas últimas eleições legislativas, com quarenta por cento de participação na
Assembleia de República daquele país, e encorajou os demais países a manterem o
foco para terem mais ganhos nessa batalha.
Por sua vez, a ministra da
Mulher, Famila e Solidariedade Social, Conceição Évora, que presidiu a abertura
da cerimônia, alertou que as alterações das leis ou elaboração das novas, sejam
elas nacionais ou internacionais, não serão capazes de transformar as
realidades que asmulheres vivem.
Segundo a governante, os
direitos adquiridos são meros instrumentos juridicos, e para terem efeitos
reais, diz Évora, precisam ser acompanhados de comportamento e práticas sociais
que favoreçam a sua aplicação.
Conceição Évora sublinhou que é necessário ter a consciência dos direitos
das mulheres e que a sua implementação é indispensável para a construção de uma
sociedade mais democrática.
Acrescenta que o Governo precisa da contribuição de todos e
em especial das organizações que atuam na temática das mulheres, para unirem esforços
e levarem esta luta para a frente.
A ministra da Mulher
assegurou que o seu Ministério vai
redobrar esforços para mitigar todas as barreiras existentes e que impedem a
emancipação das mulheres no país.
No ato também esteve
presente, o Adido da Cooperação Portuguesa na Guiné-Bissau, António Nunes, em
representação da Embaixada Portuguesa no país.
Nunes ressaltou a importância
de se ultrapassar a barreira de que a mulher tem que dar duro para ser uma
heroina ou para vencer na vida.
“A mulher precisa de ser
normal como qualquer uma na sociedade para encontrar o seu caminho”, defendeu o
diplomata português acrescentando que a atual realidade das mulheres na
Guiné-Bissau também se verificava em Portugal, antes e depois de 25 de abril,
mas que, “com o esforço e as garras nas conquistas”, hoje a realidade é outra. ANG/CP/ÂC//SG
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