Cimeira
África-França/As novas ambições
Bissau, 11 Out
21 (ANG) - Vindos de todo o continente, 3.000 jovens
africanos exprimiram-se sem tabus na sexta-feira,
partilhando esperanças e frustrações quanto à democracia e às
relações com a França.
Ao longo de duas horas, estes jovens interpelaram o Presidente francês Emmanuel Macron na cimeira inédita em Montpellier que deu voz à sociedade civil.
O formato inédito da Nova cimeira África-França juntou
centenas de jovens da sociedade civil africana, convidados pelo Presidente
francês, Emmanuel Macron.
A participação lusófona foi "muito
significativa" descreve Elaine da Graça, consultora de Marketing
cabo-verdiana e divulgadora da iniciativa Women In Africa, uma das 3.000
participantes jovens desta cimeira.
O escritor e editor guineense, Abdulai
Sila participou na cimeira África-França, assistiu a várias mesas
redondas sobre Indústrias criativas e Educação, debateu com colegas
do continente nas perspectivas que se abrem com esta "nova
pandemia que é a descolonização das mentes".
Segundo Sila há dois pontos a reter: "este
encontro marca uma nova vaga de uma pandemia que dura há demasiado tempo, há
mais de 50 anos, que é a descolonização. Há países que se tornaram
independentes, mas que continuam dependentes", embora para
o escritor guineense este encontro também servisse para mostrar um novo
caminho proposto pela França.
"A França, como
actor activo na política em África, assume que está na
altura de conversar sobre esta nova descolonização e
esse processo de descolonização das mentes deve envolver todas as
partes", explica.
Para o intelectual guineense que se deslocou a Montpellier, "a França reconhece que os actores da mudança já não são Presidentes. Os actores de mudança são diferentes e isso é muito importante. A África está num processo de libertação e tem de se libertar internamente", exemplificando que a Guiné-Bissau tem problemas sérios "até hoje não conseguimos estabelecer uma visão clara do que é preciso fazer; não temos escola, não temos saúde, não temos justiça", aponta Abdulai Sila. ANG/RFI
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