Greve Saúde/Ministro afirma estar disponível para continuar a
dialogar com sindicatos
Bissau,26 out 21(ANG) - O ministro da Saúde, Dionísio Cumba, disse segunda-feira estar disponível para dialogar com os sindicatos e que o Governo está a trabalhar para encontrar soluções para o novo boicote que paralisou os hospitais do país.
"Os hospitais, daquilo
que soube, não estão a funcionar a 100% com esta situação de boicote ao
sistema, mas quero dizer que o Governo tem conhecimento de todas essas
dificuldades", afirmou Dionísio Cumba.
O ministro falava aos
jornalistas no final da cerimónia da campanha de vacinação nacional contra a
covid-19, que decorreu no Instituto Nacional de Saúde Pública, em Bissau.
"Quando cheguei ao
Governo encontrei uma situação desastrosa, visitei o terreno para ver as
dificuldades que os técnicos estão a enfrentar e está a ser elaborado um plano
de ação para melhorar o que é possível melhorar", afirmou o ministro.
"Falei com Ordem dos
Médicos, líderes sindicais para encontrar uma solução conjunta, mas isso não
foi suficiente e decidiram esta estratégia, que lamento muito enquanto
profissional, porque a vida humana não pode ser trocada por nenhuma
reivindicação. Eu estou aqui aberto à espera da vontade deles para me voltar a
sentar", sublinhou.
Questionado pela Lusa sobre
se a detenção na sexta-feira de dois líderes sindicais do setor não agudizou a
situação, o ministro disse que sim, mas que o assunto era com o Ministério
Público.
"O Ministério da Saúde
está à espera. Não aqui uma situação de querer criar mau estar ou criar
dificuldades aos meus colegas de profissão, porque pertenço a esta profissão, e
todas as reivindicações que estão a fazer hoje também me dizem respeito",
afirmou.
Sobre a situação de caos que
vive o setor com o novo boicote, que encerrou também postos de vacinação contra
a covid-19, Dionísio Cumba disse que o "Governo está a trabalhar no
circuito fechado para arranjar soluções".
"Vamos encontrar uma
estratégia para voltar a dialogar. Vamos mostrar a nossa vontade e ver o que é
possível ser resolvido", afirmou.
A detenção de dois
dirigentes sindicais da saúde na sexta-feira levou os profissionais do setor a
fazer um novo boicote.
A Liga Guineense dos
Direitos Humanos exigiu na segunda-feira a "libertação imediata" dos
sindicalistas detidos na sexta-feira pelo Ministério Público, considerando que
se trata de uma tentativa restringir a liberdade sindical do país.
A organização
não-governamental responsabilizou também o Governo pela "perda de vidas
humanas decorrentes das paralisações sistemáticas do sistema de saúde" e
exigiu a criação de diálogo entre as autoridades governamentais e as
organizações sindicais.
A Liga Guineense dos
Direitos Humanos exortou igualmente as organizações sindicais a "adequarem
as suas lutas laborais aos ditames da lei da liberdade da greve e da liberdade
sindical, evitando assim paralisações sem observância dos serviços
mínimos".ANG/Lusa
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