terça-feira, 2 de agosto de 2022


Dia dos mártires de Pindjiguiti
/”Os funcionários públicos guineenses atravessam piores momentos laborais”, diz Júlio Mendonça

Bissau, 02 Ago 22 (ANG) – O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), afirmou hoje que os  funcionários públicos atravessam piores momentos laborais que no período colonial.

Júlio Mendonça fez esta afirmação em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), no âmbito das celebrações do massacre de marinheiros no cais de Pindjiguiti, que se assinala amanhã , 3 de Agosto.

Segundo Mendonça, a data será assinalada  com uma sessão de  reflexões e comparações  de momentos vividos pelos funcionários na era colonial e no período atual.

“Nós enquanto representantes da classe operária na Guiné-Bissau, podemos dizer que nada mudou até hoje, porque os servidores de Estado continuam a ser  desrespeitados pelo patronato, muitos trabalham sem receber, outros ainda se encontram sem vínculo com o Estado”, disse.

O Secretário-geral da maior central sindical da Guiné-Bissau criticou  que  a lei que assiste aos funcionários públicos salvaguarda  que eles posssam manifestar para exigir os seus direitos mas diz que muitas  vezes essa lei é violada pelo  próprio Estado.

Ainda sobre o momento laboral que se vive na comemoração de mais um aniversário da reivindicação salarial de marinheiros, em 1959,Júlio Mendonça  criticou que  o poder de compra  dos funcionários públicos do país não é acompanhado  com o aumento dos preços de produtos da primeira necessida que se verifica no país. “Os salários ainda continuam miseráveis na Função Pública”, disse.

O líder da UNTG apela ao governo para respeitar e dignificar os servidores públicos, criando melhores condições de trabalho  e pagando um  salário digno.

Júlio Mendonça disse que a UNTG está discontente com o que diz ser o desprezo à várias exigências dos trabalhadores, e declarou que o 3 de Agosto vai ser comemorada sem intervenção do Governo.

 “Vamos concentrar todos na manhã de 3 de Agosto, na nossa sede, para depois irmos depositar corôas de flores no túmulo dos funcionários massacrados no cais de Pindjiguiti e no Cemitério Municipal de Bissau, para depois regressarmos à nossa Sede, para permitir que cada representante de sindicatos filiados  na UNTG possa exprimir sobre a data”, disse  Júlio Mendonça.ANG/LLA/ÂC//SG           

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