Angola-eleições/UNITA não descarta recorrer
para a justiça internacional
Bissau, 07 Set
22 (ANG) - A UNITA, maior força da oposição em Angola, contesta os resultados
definitivos da Comissão eleitoral nacional mas o seu recurso apresentado ao Tribunal
Constuticional veio, entretanto, a ser indeferido.
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA,
apela à verificação das actas síntese da CNE.
O pronunciamento da UNITA ocorreu no mesmo
dia em que o Tribunal Constitucional indeferiu o seu recurso contestando os
resultados definitivos das eleições de 24 de Agosto.
Resultados atribuindo uma maioria absoluta
ao MPLA, partido no poder desde a independência em 1975, e que teria arrecadado
51,17% dos votos, contra 43, 95% para a UNITA.
A UNITA denuncia
o facto de, supostamente, lhe terem sido subtraídos 347 436 votos enquanto
teriam sido acrescentados indevidamente 185 825 votos ao MPLA.
Segundo os dados revelados pela UNITA o
partido poderia ter alcançado o equivalente a 49,5% dos votos, contra 48,2 para
o MPLA.
O partido do galo negro apela, desta
feita, a que se possa inspeccionar as actas síntese da Comissão eleitoral
nacional.
Adalberto Costa Júnior, presidente da
UNITA, apelou à serenidade, embora lembrando que o partido não exclui vir a
recorrer para a justiça internacional.
"347 436 votos subtraídos à UNITA
em 15 círculos provinciais; 185 825 votos acrescidos ao MPLA em
16 círculos provinciais. A soma de votos subtraídos à Unita e os
acrescidos ao MPLA é de 533 261 votos, número capaz de produzir alterações na
estrutura dos resultados definitivos divulgados pela Comissão Nacional
Eleitoral.
A UNITA propõe o apuramento nacional, com
base na lei, a inspecção judicial a todas as actas em posse da Comissão
Nacional Eleitoral e as actas todas em posse dos partidos políticos no sentido
de confirmar a sua autenticidade.
Uma vez esgotado o direito angolano
reserva-se o direito de recorrer aos tribunais internacionais. A providência
cautelar remetida ao Tribunal Constitucional de acordo com a lei suspende os
resultados declarados pela Comissão Nacional Eleitoral.
Até que o contencioso seja superado pelo
que reafirmamos a necessidade de mantermos todos a serenidade", disse Adalberto Costa Júnior. ANG/RFI
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