Quénia/Governo acusa Odinga de tentar derrubar o presidente eleito
Bissau, 23 Mar 23 (ANG) - O Governo do Quénia acusou quarta-feira o líder da oposição, o antigo primeiro-ministro Raila Odinga, de tentar "derrubar" o Presidente William Ruto nos protestos de segunda-feira, e pediu às missões diplomáticas em Nairobi que apoiem possíveis sanções.
"Odinga convocou
protestos em todo o país com o objectivo central de fazer com que os seus
partidários marchassem até à sede da presidência, a Casa do Estado, derrubassem
o Presidente constitucionalmente eleito da República do Quénia e o levassem a
ele ao lugar de Presidente", disse o Governo através de uma carta com
carimbo do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"O Governo insta a
comunidade internacional a prestar atenção e a apoiar as sanções aplicadas por
qualquer conduta adversa à paz e à segurança do país", acrescenta o
documento a que o site Notícias ao Minuto teve acesso.
O antigo
primeiro-ministro não aceita o resultado das eleições presidenciais de 9 de
Agosto, apesar de o Supremo Tribunal do Quénia ter rejeitado o seu recurso
contra o triunfo de Ruto, de 56 anos, com 50,49% dos votos, segundo dados da Comissão
Eleitoral Independente.
Raila Odinga, de 78
anos, que concorria à presidência pela quinta vez, obteve 48,85% dos votos e
apontou irregularidades durante a contagem dos votos.
A carta do ministério,
dirigida a todas as missões diplomáticas, agências das Nações Unidas e
organizações internacionais sediadas em Nairobi, defende as acções da polícia,
que usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Odinga convocou a
população a protestar no dia 20, apesar de a polícia ter proibido mobilizações
para garantir a segurança pública e Ruto.
Pelo menos uma pessoa
foi morta nesses protestos, que ocorreram em várias partes do país, levaram à
detenção de 238 manifestantes e deixaram 24 polícias feridos. ANG/Angop
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