RDC/Inundações provocam 401 mortos
Bissau, 10 Mai 23 (ANG) - Quatrocentos e um mortos
e vários feridos é o balanço das
recentes inundações que assolaram diferentes localidades do território de
Kalehe, na Província do Kivu-Sul.
As autoridades anunciaram esse balanço na segunda-feira à noite sem abordar a questão dos desaparecidos. No entanto em Kalehe, famílias ainda continuam na expectativa de rever entes queridos de que não têm notícias.
Quatro dias após as inundações na
República Democrática do Congo, as
famílias e os socorros ainda tentam encontrar as pessoas desaparecidas.
O balanço, que
ainda é provisório, atingiu os 400 mortos, mas ainda há muitas pessoas que não
foram localizadas e o Escritório das
Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários - OCHA -
admitiu que cerca de 3 000 famílias estão sem nenhum abrigo.
Alpha Safari,
habitante de Bushushu, declarou à AFP -
Agência Francesa de Notícias - que
perdeu doze membros da família, cinco foram enterrados e sete ainda não foram
encontrados.
Numa situação ainda mais complicada se
encontra Asumani Rugwiza, 43 anos,
que perdeu 20 membros da família e ainda espera recuperar todos os corpos.
Após as inundações, a terra começa a secar
e vê-se jovens a tentar encontrar sobreviventes ou corpos que estão debaixo da
lama.
Outros, sem
abrigo, estão no porto de Nyamukubi, crianças e adultos que para alguns não
comem há cinco dias e a água não é potável na zona. Delphin Habamungu, 30 anos, ficou sem nada e
admitiu que há um sério risco de «se morrer de fome e de sede».
Entretanto a
delegação governamental encaminhou comida e caixões para os mortos. 200 pessoas
já foram enterradas, 100 ainda estão à espera, e isso acaba
por ser um problema porque podem aparecer doenças.
Patrick Muyaya, porta-voz do Governo congolês, admitiu que as autoridades vão tentar ajudar
a população, mas também quer fazer prevenção quanto à construção de casas em
zonas de risco.
“A equipa governamental chegou para
fazer o ponto da situação, para ver como é possível encontrar os compatriotas
que desapareceram, mas claro que, com o passar do tempo, há cada vez menos
esperança. Mas depois disto tudo, medidas têm de ser tomadas. A dificuldade é
que, quando se tomam medidas, como por exemplo não construir em certas zonas,
essas pessoas vão construir nessas mesmas zonas. Mas depois, quando há mortes,
é novamente a responsabilidade do Governo, que acaba por ser apontado como
responsável”, frisou Patrick Muyaya.
A
Cruz-Vermelha está no terreno, mas afirma que os centros de acolhimento para os
deslocados estão numa situação complicada e médicos de outras regiões até foram
chamados pelo Governo para prestar assistência. ANG/RFI
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