sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Presidenciais/Brasil, Colômbia e México pedem “verificação dos resultados” na Venezuela

Bissau, 02 Ago 24 (ANG) - O Brasil,a Colômbia e o México pediram, quinta-feira,  em comunicado conjunto, uma “verificação imparcial dos resultados” das contestadas eleições presidenciais na Venezuela.

Os três países instam as autoridades eleitorais venezuelanas a publicar, o mais rapidamente possível, os resultados detalhados da votação de 28 de Julho por assembleia de voto.

“O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado através da verificação imparcial dos resultados”, lê-se no comunicado assinado pelo Brasil, Colômbia e México.

O secretário de Estado americano falou nesta quinta-feira de provas indiscutíveis” de uma vitória do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, nas eleições presidenciais.

Antony Blinken lembrou que "a rápida" declaração do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deu a vitória a Maduro no domingo, "veio sem qualquer evidência que a apoie" e sem que tenha, até agora, "publicado dados desagregados e nenhuma ata", apesar dos apelos internacionais para que o faça.

O Presidente da Venezuela já respondeu a Antony Blinken, aconselhando os Estados Unidos a "tirarem o nariz" do país, lembrando que o povo é soberano.

"Os Estados Unidos deviam tirar o nariz da Venezuela porque é o povo soberano que governa na Venezuela, que põe, que escolhe, que diz, que decide", afirmou Nicolás Maduro.

Nesta sexta-feira, 2 de Agosto, o Presidente venezuelano anunciou que 1.200 pessoas foram detidas nos protestos pós-eleitorais e que outras 1.000 estão a ser procuradas por destruírem 300 esquadras policiais no país. Nicolás Maduro explicou que os alegados criminosos foram "treinados" nos Estados Unidos, na Colômbia, no Peru e no Chile e que estariam a ser divulgados os vídeos de onde foram treinados para fazer ataques a esquadras policiais no país.

Por seu lado, a líder da oposição, Maria Corina Machado, convocou manifestações para este sábado “em todas as cidades” do país para denunciar a fraude que, segundo ela, permitiu a reeleição do presidente cessante, Nicolás Maduro.

“Devemos continuar firmes, organizados e mobilizados com o orgulho de termos obtido uma vitória histórica”, no domingo, disse Maria Corina Machado. num vídeo publicado quinta-feira nas redes sociais, prometendo ir “até ao fim.

De acordo com os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que a oposição acusa de estar às ordens do poder, Maduro, 61 anos, herdeiro do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo de seis anos com 5,15 milhões de votos (51,2%).

A CNE, que denunciou ter sido alvo de pirataria informática, não publicou os resultados detalhados por assembleia de voto, enquanto a oposição afirma ter agrupado mais de 80% dos boletins de voto. De acordo com esta contagem, o candidato da oposição, Gonzalez Urrutia, obteve 67% dos votos.

Várias pessoas morreram e centenas foram detidas nos protestos em várias cidades da Venezuela contra a vitória do Presidente Nicolás Maduro. ANG/RFI

 

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