Togo/Painelistas do 9º congresso Pan-Africano propõem formas de corrigir a “imagem degradante” do continente
Bissau, 12 Dez 25 (ANG) – O primeiro
painel do 9º Congresso Pan-Africano aconteceu na quarta-feira, em Lomé, com foco no tema: “A Imagem da
África no Mundo Atual: Questões e Desafios da Promoção da Narrativa Africana”.
Especialistas como Eric Agnero, Tulu
Omondi, Foreman Idita e Ofori Oral, moderados por Mankeur Ndiaye, debateram a
questão da narrativa africana, que deve estar alinhada às prioridades do
continente, em consonância com a Agenda 2063 e os objetivos da integração
regional e continental.
Este painel permitiu que esses
especialistas reexaminassem a imagem “degradante” do continente, “uma imagem
que evoca pobreza extrema, crises econômicas, ciclos de ajuste estrutural,
fome, má governança, proliferação de zonas de conflito, violência endêmica e
transições incertas”, descreveu a moderadora, ex-Ministra das Relações
Exteriores do Senegal.
A este cenário soma-se a ausência de uma
plataforma de comunicação continental unificada, capaz de influenciar de forma
sustentável a opinião pública contemporânea, a fragmentação interna e a fraca
coordenação entre os Estados, as comunidades econômicas regionais e as
instituições africanas na construção de uma narrativa comum.
Os participantes do painel abordaram
três áreas-chave para a melhoria da imagem do continente: diplomacia e
comunicação estratégicas, e a projeção de uma imagem autêntica e criativa por
meio da cultura, das artes e da mídia.
"Precisamos fazer da África uma
contadora de histórias, não uma espectadora e consumidora", afirmou a Sra.
Foreman Idita.
Para projetar uma nova imagem do
continente, os palestrantes destacaram cinco áreas-chave: fortalecimento
institucional, desenvolvimento de um ecossistema midiático africano, promoção
do soft power africano, envolvimento da diáspora e apropriação nacional — ou
seja, a integração da narrativa africana aos programas de desenvolvimento do
continente e o fortalecimento da formação de profissionais de diplomacia
pública.
Os participantes do painel dirigiram-se
à União Africana, às comunidades econômicas regionais e a todos os
Estados-membros, que compartilham a responsabilidade coletiva de promover uma
narrativa africana positiva e autêntica.
Este painel ocorreu no âmbito do 9º
Congresso Pan-Africano, realizado na capital togolesa, de 8 a 12 de dezembro,
sob o tema: “Renovação do Pan-Africanismo e o Papel da África na Reforma das
Instituições Multilaterais: Mobilizando Recursos e Reinventando-nos para Agir”.
Este congresso proporciona uma
plataforma estratégica para refletir sobre o lugar da África na governança
global e o fortalecimento de sua unidade, soberania e desenvolvimento endógeno.
ANG/Faapa

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