A apresentar mensagens correspondentes à consulta Lilison ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta Lilison ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Cultura


Artista “Lilison” promete transmitir "algo" à nova geração 

Bissau, 23 Jun 16 (ANG) – O  multi-facetado artista, Januário Tomás Sousa Cordeiro, vulgo “Lilison”, afirmou que conseguiu deixar marcas da Guiné-Bissau no Canadá e noutros cantos do mundo por onde passou e exerceu as suas atividades.

Em conferência de imprensa realizada hoje, Lilison que é músico, artista plástico, pintor e criador disse que depois de um certo ano de trabalho no estrangeiro é normal regressar ao seu país natal para vir deixar a nova geração tudo o que aprendeu ao longo da sua carreira.

 Lilison salientou que o trabalho ligado a arte é como uma árvore que tem as suas raízes e à cada um deles pode ser dado um nome específico, como a literatura, grafismo, pintura, escultura entre outros.

“Mas no campo de arte plástica existem além do grafismo diferentes linguagens de pinturas nomeadamente abstrações, realismo, surrealismo, cubismo e muitas outras raízes”. Informou.

Disse que entre as linguagens enumeradas escolheu trabalhar na área de abstração e igualmente um pouco de simbolismo que significa não chamar ou ilustrar uma coisa exatamente como é conhecida.

Lilison, segundo disse,  usa constantemente nas suas obras de pintura o simbolismo e o gesto.

Sublinhou que durante muitos anos no estrangeiro sempre pensou na criação de um paralelo adaptado ao povo guineense, acrescentando que foi por causa disso que procurava sempre produzir quadros  retratam a cultura africana.

“Nestas coisas de fazer algo que parece com a cultura do meu povo, viria a lembrar  que um dia cheguei de  fazer  cerimónias de circuncisão onde as pessoas  se comunicam através de símbolos, o que me levou a relaciona-los com o alfabeto chinês que é o Mandarim, devido a um pouco de tempo que levei a estudar a sua origem”, explicou.

Por isso, o músico pretende lançar um desafio aos guineenses para recordarem  que existem  alfabetos que utilizamos nas cerimónias de circuncisão e os que são usados nos panos tradicionais de pente.

“As imagens geométricos que vimos nos panos de pente são os nossos próprios alfabetos e se não existissem nunca esses panos  ficavariam assim, como um sujeito de decoração”, disse.

Lilison revelou que foi nesse sentido que tomou a iniciativa de trabalhar com esses instrumentos para chegar à uma linguagem artística própria da Guiné-Bissau.

O também  conhecido no mundo da música por Lili de Nkassa Cobra, por ser um dos membros deste agrupamento musical guineense, nasceu em 28 de Fevereiro de 1959, em Bolama.

Abordado sobre quando e a razão que o levara a sair da Guiné-Bissau, respondeu que deixou o país em 1986, quando saiu da orquestra Nkassa Cobra, a procura de novos horizontes onde pudesse encontrar apoios para crescer artisticamente.

 “Foi nesse quadro que deixei o país rumo ao Canada. Nesse país foi difícil o meu enquadramento. Fiz um pedido de asilo político mas não surtiu efeitos porque as autoridades locais alegaram que o meu país não tem problemas ”, informou.

Disse que permaneceu nesse país durante cinco anos na situação de ilegal até que vier a conseguir a nacionalidade canadiana com ajuda do seu advogado e graças a um prémio artístico que ganhou. 

ANG/ÂC/JAM/SG






  

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Cultura/artes plásticas



                    Lilison expõe suas obras no Centro Cultural português

Bissau, 06 Out 17 (ANG) – O músico e artista plástico guineense que há mais de dezasseis anos se encontra radicado no Canada expos quinta-feira as suas obras no Centro Cultural Português, em Bissau.
 
Trata-se da segunda exposição de quadros de diferentes tamanhos produzidos por Lilison Sousa Cordeiro desde que regressou a terra natal há dois anos.

 A exposição aberta sob o lema “Terra e Tinta”, apresenta obras feitas a base de matéria-prima que segundo Lilison “muitos não acreditam que têm grande importância para o uso humano”.

Em declarações a imprensa, Lilison Sousa Cordeiro destacou que enquanto Músico e Artista Plástico “Guineense e Canadiano”, tinha e ainda tem como desafio  trabalhar para o avanço e projecção da Cultura dos seus dois povos.

“Sinto que devo e tenho a obrigação de contribuir para o avanço da cultura do meu país. Ao andar pelas ruas de Bissau, vejo em diferentes bairros, lixos, sacos de plásticos, bidões de óleos esvaziados de um lado para outro, são matérias-primas que aproveitei, para construir algo que pode ser usado pelos guineenses assim como estrangeiros ”, disse Lilison Sousa Cordeiro.

Aquele criador artístico, realçou por outro lado que os quadros exibidos têm diferentes preços, e que os preços são fixados de acordo com o material usado para a sua criação.

Questionado sobre as perspectivas para o futuro, o autor de “Terra e Tinta”, revelou que, em breve, terá que regressar ao Canada devido a um assunto de urgência. Entretanto, deixou garantias que mesmo no exterior continuará a dar o seu tudo para a Guiné-Bissau, em termos de Cultura.  

Antes de se emigrar para o Canadá, Lilison actuava com o grupo musical, Nkassa Cobra. Cantava e tocava percursson. No Canadá tem animado muitas noites em salas de espetáculos e convívios particulares, em actuações a solo. ANG/LLA/SG

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cultura


Artista “Lilison” em Bissau para "apoiar"  desenvolvimento da cultura guineense




Bissau, 14 Dez 15 (ANG) - O músico e pintor guineense,  Januário Sousa Cordeiro conhecido no mundo da arte por (Lilison), está no país para, nomeadamente realizar exposições, encontros de trocas de experiências, de divulgação de  projectos individuais  e “possíveis” trabalhos conjuntos de pintura.

Em entrevista exclusiva hoje à ANG, este “homem da arte” que vive há trinta anos no Canada acrescentou que vai ver junto das autoridades guineenses a forma de apoiar a materialização destes e outros projectos culturais, a imagem daquilo que acontece noutros países.

“Vim à Guiné, para transmitir a experiência artística que adquiri ao longo de anos no estrangeiro, mas também, para aprender com outros colegas ”, explicou, Sousa Cordeiro que é também Pintor e Escultor.

Em relação ao seu estudo nomeadamente da música e tintas tradicionais guineenses, disse que as suas  pesquisas “nunca vai parar” nomeadamente, com o objectivo de deixar o testemunho à geração vindoura.

“Hoje, por exemplo, se eu quiser produzir a tinta, procuro o “Faráh”, árvore típica guineense, para conseguir uma cor particularmente nossa, ou lama de mar, ou um ferro velho  para produzir uma outra côr diferente, para a pintura.

E, ainda consigo reciclar as folhas de papel abandonadas para  dar outra vida a minha pintura, em termos de côr.

Nas suas palavras, por exemplo, para além das tradicionais águas de calabaceira e farinha trigo, hoje em dia, disse descobrir que ovo, casca de batatas ou até o próprio arroz (produto base de alimentação nacional) podem constituir colas para as conhecidas máscaras carnavalescas da Guiné.

E estas colas, segundo ele, são naturais e não contêm produtos tóxicos como as de madeira, por exemplo. 

“E isto, pode ser a minha contribuição no processo de desenvolvimento da cultura na  Guiné-Bissau”, rematou.

Neste domínio da pintura, disse que foi bem sucedido no Canada, onde por exemplo vendeu quadros até ao valor de sete mil dólares. E, conforme ele, revela a qualidade do seu trabalho neste subsector da cultura.

“Hoje há pessoas como Jean Michel Basquia, pintor de origem Haitiana, que ganham milhões com a venda dos seus quadros”, afirmou para ilustrar o valor económico desta profissão que é pouco rentável na Guiné-Bissau.

Abordado sobre o prémios ganhos no estrangeiro,  “Lili Som” afirmou que foi distinguida por cinco vezes no domínio musical e da arte plástica nomeadamente como o melhor “Blues-Gospel Jubilation V, na categoria da Música, pela Academia Canadiana de Artes e Ciências em 1995, e com o disco do ano na região de Quebec, com o troféu “Felix décene” pela Associação Quebequense de Indústria e de Disco em 1999 e 2000, com o álbum “Bambatulu”.

Ainda informou que durante 30 anos nas terras canadianas criou três bandas, a primeira ligada a tradição guineense e depois, as duas com instrumentos modernos que, lhe levaram a percorrer “quase todo a Canada”, tendo  participado em  concertos no âmbito  da francofonia e de Jazz e até ao norte dos Estados Unidos de América.

“Sou um artista como outros que vive em Canada, mas com  particularidades próprias  que me distinguem na música e na pintura nesse país” salientou.

Lilison disse que viver no Canada como músico é difícil, porque  requer um “esforço extraordinário”, dada a concorrência de muitos artistas que aí radicam e que residem na zona norte dos Estados Unidos de América, país vizinho.

 Falando da história da sua vida no estrangeiro, “Lilison” não escondeu as dificuldades que conheceu, e que o levaram a realizar tarefas nomeadamente  de “lavar pratos, antes de chegar as galerias”. Mas, consciente de ser “um embaixador da Guiné” no mundo fora, nunca se deixou levar pela delinquência.

 “Lilison”, Januário  Sousa Cordeiro nasceu em Bolama (sul) há 28 de Fevereiro de 1959. Actualmente, é também titular de cidadania canadiana, cujo país o abrigou durante mais de metade da sua vida. Foi percussionista da já extinta orquestra nacional Nkassa Cobra. 

ANG/QC/SG