Líder da campanha pró-“Brexit” rejeita suceder a David Cameron
Bissau, 01 Jul 16 (ANG) - O líder da campanha para a saída do Reino Unido da União Europeia, Boris Johnson, anunciou ontem que não é candidato a suceder a David Cameron à frente do Governo britânico e do Partido Conservador.
Num discurso inesperado, Boris Johnson anunciou que vai apoiar o próximo líder “tory”. “Mas esse líder não serei eu”.
O antigo autarca, que fez campanha a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, fez o discurso público em Londres, onde todos esperavam que fosse anunciar a sua corrida ao lugar.
“Eu não posso ser essa pessoa”, disse Johnson, depois de enumerar os desafios esperados do novo primeiro-ministro britânico, e horas após o ministro da Justiça, Michael Gove, apresentar a sua candidatura.
Michael Gove, um dos líderes pró- “Brexit”, anunciou que vai tentar suceder David Cameron como líder conservador e primeiro-ministro.
Michael Gove afirmou em comunicado que “Boris Johnson não pode fornecer a liderança” necessária para os desafios que se aproximam, como negociar a ruptura com a União Europeia, razão pela qual decidiu candidatar-se, um passo que promete dividir os partidários do “Brexit” e que pode favorecer a ministra do Interior, Theresa May, outra aspirante ao cargo.
“Disse reiteradamente que não queria ser primeiro-ministro. Essa sempre foi a minha decisão. Mas os acontecimentos de hoje tiveram um grande peso”, explicou Michael Gove no comunicado.
“Em particular, queria ajudar a construir uma equipa para Boris Johnson, de modo a que um político que defendeu a saída da União Europeia nos liderasse num futuro melhor”. “Mas cheguei, com relutância, à conclusão de que Boris Johnson não pode fornecer a liderança ou construir a equipa para a tarefa que se aproxima”, afirmou.
Theresa May oficializou, também ontem, a sua candidatura. “Juntei-vos aqui para anunciar a minha candidatura”, disse a ministra num acto em Londres, garantindo que é a pessoa ideal para “unir e governar no melhor interesse” do Reino Unido após a vitória do “Brexit”.
May prometeu que, se vencer, não antecipa as eleições legislativas, previstas para 2020, e que vai esperar o próximo ano para activar o artigo 50.º dos tratados europeus para romper com a UE.
A ministra, de 59 anos e no Governo desde 2010, disse que não há retrocesso na decisão de abandonar a UE: “Brexit significa Brexit”, afirmou.
No próximo dia 9 de Setembro é conhecido o novo líder conservador e primeiro-ministro.ANG/JA
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