Guineense-húngaro prepara-se para lançar “O Cidadão”
Bissau, 25 Jan 17
(ANG) – Um cineasta guineense com nacionalidade húngara prepara-se para colocar
no mercado um filme intitulado*O cidadão*, uma
longa-metragem que conta as dificuldades de um homem africano para se
integrar na sociedade húngara.
Marcelo Cake-Baly,
antigo imigrante oriundo da Guiné-Bissau, desempenha o papel principal. Apesar
de ter a nacionalidade húngara há mais de vinte anos, o ator continua a
sentir-se rejeitado pela sociedade húngara.
“Sinto-me húngaro,
mas quando ando na rua pareço africano. As pessoas não sabem há quanto tempo
vivo na Hungria, não sabem que tenho uma família, trabalho aqui e pago
impostos. Isso não está escrito na minha testa. As pessoas na rua vêm-me como
um imigrante”, afirmou Marcelo Cake-Baly.
Em 2016, a Hungria
aprovou uma nova lei para deter e expulsar refugiados. Todos os migrantes que
sejam encontrados num raio de oito quilómetros da fronteira com a Sérvia são
escoltados para o lado de lá do muro.
“Vivemos atualmente
uma psicose coletiva que tem a ver com o medo. O medo faz parte da natureza. As
pessoas têm medo da multidão sem rosto a que chamamos imigrantes. Penso que é
preciso respeitar esse medo. Não devemos ter uma atitude cínica em relação a
esse medo. Apesar de tudo,acredito que os cidadãos europeus são seres humanos e
percebem que essas pessoas precisam de ajuda”, frisou o realizador húngaro
Roland Vranik.
A longa-metragem “O
cidadão” chega esta semana às salas de cinema húngaras.
ANG/pt.euronews.com
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