Líder do PND diz que
Guiné-Bissau está à deriva constitucional e economicamente
Bissau,01 Mar 18(ANG) - O líder do Partido da Nova
Democracia (PND) afirmou terça-feira que a crise política que grassa os
guineenses há mais de três anos colocou o país à deriva constitucional,
política económica e financeiramente.
Em entrevista ao semanário guineense “O Democrata”
sobre eventual marcação da data de eleições, Iaia Djaló disse que qualquer
tentativa de convocação de eleições legislativas neste momento, pelo Presidente
da República será extemporânea e fora da Constituição da República.
José Mário Vaz, iniciou na quarta-feira28 , a
auscultação com os partidos políticos com e sem assento no parlamento com o
propósito de fixar a data de eleições legislativas previstas no calendário
eleitoral, para Maio.
Sobre o assunto Iaia Djaló, líder do Partido da
Nova Democracia, descarta qualquer possibilidade de o escrutínio ocorrer em Maio de 2018. No entendimento de Iaia Djaló
seria bom que José Mário Vaz conseguisse amplo consenso com todos os partidos
políticos quer com ou sem assento parlamentar para que as eleições se realizassem
a 23 de Outubro deste ano, porque, segundo defende, é data mais
provável para que as eleições se realizem ainda em 2018.
“É ainda tempo de rever as posições. Temos Março e
Abril para manter a Assembleia funcional para eleger o corpo da CNE. Seria um
passo importante e se vai conseguir fazer a revisão pontual da lei eleitoral,
antes do fim da legislatura, tudo bem e seria uma mais-valia, porque vamos ter
já uma CNE eleita pelo plenário da ANP”, observa.
Por isso, defende que o Acordo de Conacri seja, urgentemente,
cumprido para permitir que ANP abra as suas portas e formar um governo que crie
condições para fazer um recenseamento credível.
Lembra, contudo, que num dos encontros mantido com
Chefe de Estado para a nomeação do primeiro-ministro, José Mário Vaz afirmou
que “desta vez o país teria condições financeiras próprias para realizar as
eleições, ou seja, que não seria necessário recorrer às ajudas externas”. Mas,
para Iaia Djaló, esses elementos (condições financeiras) não são de todo
determinantes num processo eleitoral.
Djalo alerta que um processo eleitoral requer “atos
prévios” definidos na lei eleitoral guineense e condições técnicas a partir do Gabinete de
Apoio ao Processo Eleitoral (GETAP), que passa atualizar os cadernos eleitorais
e o recenseamento eleitoral de cerca de trezentos mil jovens com a capacidade
ativa para exercer, em pleno direito, a sua cidadania (votar), bem como atualização
do mapa cartográfico para que o país possa ter eleições justas e transparentes.
Iaia Djaló considera “penoso“ o fato de o primeiro
governo (no âmbito do acordo de Conacri), que devia criar todas essas condições
a partir do funcionamento da Assembleia Nacional Popular, revendo a lei
eleitoral, lei quadro dos partidos políticos e outras leis, para além da própria
Constituição da República, “lamentavelmente, não ter sido possível encontrar
consensos para a sua formação”.
Para o presidente de PND, a situação colocou o país
num “beco sem saídas”, sem corpo de Comissão Nacional das Eleições, cujo
mandato deve ser renovado.
“A sua forma de eleições parte de Conselho Superior
da Magistratura através de apresentação das candidaturas dos Magistrados
concorrentes que, por sua vez, são escolhidos para o cargo de presidente da CNE,
no plenário da ANP para legitimar aquele órgão”, explica. Na mesma entrevista,
o líder do PND anunciou que a sua formação política vai realizar o seu
congresso em Maio deste ano, em Bissau. O conclave deve reunir 701 delegados de
todo o país. ANG/O Democrata
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