Justiça nega
recurso do ex-presidente Sarkozy
Bissau, 10 out 18 (ANG) - O Tribunal de Recurso de Paris rejeitou reentemente
um recurso do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy das acusações de
“corrupção” e “tráfico de influência”, formuladas pela Procuradoria Nacional
Financeira, no âmbito do chamado caso das escutas.
Sarkozy, que foi presidente de França entre 2007 e 2012,
pretendia com este recurso não ser julgado, como defende a Procuradoria
Nacional Financeira.
O Tribunal considerou o recurso “incorrectamente fundado” dado
que nenhum dos elementos suscitados pela defesa “figura entre os previstos pela
jurisprudência para permitir a anulação de uma acusação definitiva”, segundo
fonte judicial citada pela agência France-Presse.
O ex-presidente espera ainda o resultado de outros dois recursos
que apresentou: uma questão prévia de constitucionalidade e um recurso da
decisão tomada em Março de o levar a julgamento, antes da apreciação do recurso
hoje decidido.
O eventual julgamento depende das decisões que forem tomadas
nestes dois recursos.
Sarkozy deve ser julgado juntamente com o seu advogado Thierry Herzog e o antigo magistrado Gilbert Azibert.
Sarkozy deve ser julgado juntamente com o seu advogado Thierry Herzog e o antigo magistrado Gilbert Azibert.
O processo tem a sua origem em escutas ao telefone de Sarkozy,
por ordem judicial, para esclarecer suspeitas de que teria recebido dinheiro do
líder líbio Muammar Kadhafi (1960-2011) para financiar a campanha eleitoral de
2007, do que acabou por ser formalmente acusado a 21 de Março passado.
Mas as escutas revelaram também conversas entre o ex-presidente
e o seu advogado sobre a necessidade de obter, através do juiz Azibert,
informação sobre o processo sumário que investigava o alegado financiamento
ilegal da campanha de 2012 pela herdeira do império de cosmética L’Oréal,
Liliane Bettencourt.
O Supremo Tribunal validou a quase totalidade das escutas, sobre
as quais assentam as acusações, abrindo caminho à realização do julgamento. ANG/Inforpress/Lusa
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