Patroa
que queimou menina de 14 anos com óleo
condenada a sete anos de prisão
Bissau,07 Mar 19 (ANG) – O
Tribunal Regional de Bissau condenou quarta-feira a sete anos de prisão e ao
pagamento de uma indemnização monetária a mulher que queimou uma menina com
óleo, anunciou quinta-feira Sene Cassamá, da Associação de Defesa e Promoção
das Empregadas Domesticas(Apromed).
"O juiz condenou a mulher
a sete anos de prisão efectiva e ao pagamento de indemnização de 20 milhões de
francos CFA (cerca de 45 mil euros) ", disse aos jornalistas Sene Cassamá,
no final da sessão da leitura da sentença.
O Tribunal Regional de Bissau
começou a julgar o caso da menina queimada com óleo a 15 de Fevereiro.
No início de Janeiro, a Procuradoria-Geral
da República anunciou a detenção da mulher suspeita de deitar óleo sobre a menor
de 14 anos de idade, que sofreu, segundo informações medicas, queimaduras de
segundo grau.
O Ministério Público guineense
acusou a mulher de "prática atentatória a integridade física da pessoa
humana", segundo o ordenamento jurídico do país.
A mulher que terá derramado o
óleo acusou a menor, que trabalhava como empregada doméstica na sua casa, de
ter deixado cair o seu filho de sete anos, segundo Sene Cassamá em Dezembro.
Num estudo divulgado em
Janeiro de 2018, a APROMED concluiu que 85% das empregadas domésticas em Bissau
são analfabetas e 95% não estão inscritas na segurança social.
O estudo denunciou também que
há empregadas domésticas com idades compreendidas entre 12 e 14 anos e que
muitas trabalham mais a troco de um saco de arroz de 50 quilogramas.
O mesmo estudo refere que 90%
das empregadas trabalham mais de 14 horas diárias, sem direito ao pagamento de
horas extraordinárias ou férias.
ANG/LUSA
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