Vice ministro da
Agricultura chinês é novo diretor geral
Bissau,24 jun
19 (ANG) - O vice
ministro da Agricultura chinês, Qu Dongyyu, foi eleito no domingo (23) diretor
geral da FAO, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação,
com sede em Roma.
O candidato chinês, 55 anos, biólogo de formação, trabalhou
durante 30 anos no setor agrícola e alimentar, no desenvolvimento de
tecnologias digitais para agricultura e áreas rurais, onde também introduziu o
microcrédito.
Qu Dongyyu teve 108 votos
- a maioria absoluta no primeiro turno- e será o primeiro chinês a ocupar o
cargo.
A candidata francesa, Catherine Geslain-Lanéelle, ex-dirigente
da Agência Europeia de Segurança Alimentar, teve 71 votos, e o ex-ministro da
Agricultura georgiano, Davit Kirvalidze, obteve 12 votos.
Para o novo eleito, trata-se de "uma data
histórica."Dongyyu prometeu fazer "o que estivesse a seu alcance para
ser imparcial e neutro" e também se comprometeu lutar
"concretamente" contra a fome no mundo.
Durante um discurso feito no domingo, o novo diretor geral do
órgão, que assume em agosto, também propôs associar mais o setor privado, para
atrair recursos financeiros e desenvolver os setores agroalimentares,
principalmente dos países em desenvolvimento. representante chinês citou como
possível sócia da FAO a fundação americana Bill e Melinda Gates, fundada pelo
antigo presidente da Microsoft, e também o gigante chinês do varejo Ali Baba.
O representante chinês, que estará à frente do órgão de 1 de
agosto a 31 de julho de 2023, substituirá o brasileiro José Graziano da Silva,
que acumulou dois mandatos. O Brasil apoiou Dongyyu, apesar do alinhamento do
governo Bolsonaro com os Estados Unidos, que está em guerra comercial com a
China.
O futuro chefe da FAO enfrentará um dos maiores desafios para a
humanidade: o aumento da fome no mundo, devido ao efeito combinado do
aquecimento global e de conflitos, especialmente na África e no Oriente Médio.
Segundo a ONU, uma estratégia real será necessária para alimentar uma população
mundial que atingirá 10 bilhões de pessoas em 2050, 2 bilhões a mais do que
atualmente.
A segurança alimentar, o desenvolvimento agrícola, a
agroindústria, o comércio, a biotecnologia, o clima e o meio ambiente são
algumas das questões em discussão. A FAO é uma instância de debate e direção
das políticas alimentares mundiais da qual participam representantes de
governos, mas com a presença importante de agrônomos e cientistas. Sob a
direção do brasileiro Graziano da Silva, a FAO esboçou uma política favorável
aos métodos agroecológicos. ANG/RFI
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