Diplomatas
bolivianos vão ser expulsos em represália a decisão de governo interino
Bissau, 31 dez
19 (ANG) – As autoridades espanholas vão expulsar diplomatas bolivianos em
represália a decisão do governo interino deste país.
A decisão foi
tomada horas depois da presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, ter
anunciado, segunda-feira (30), que o
país vai expulsar a embaixadora do México, María Teresa Mercado, a encarregada
de Negócios da Espanha, Cristina Borreguero, e o cônsul da Espanha, Álvaro
Fernández.
No fim de semana, segundo a Bolívia,
pessoas identificadas como funcionários da embaixada da Espanha no país
tentaram entrar de forma clandestina na residência diplomática do México em La
Paz, onde estão refugiados membros do governo de Morales.
A chefe de Estado boliviana acusou os
diplomatas de terem "desrespeitado gravemente a soberania e a dignidade do
povo e do governo constitucional da Bolívia" e ordenou que eles
"deixem o país em um prazo de 72 horas".
A medida foi respondida pela Espanha, que
declarou três diplomatas bolivianos "persona non grata", em uma grave
crise diplomática. A decisão foi divulgada em um comunicado oficial do governo.
Segundo o governo boliviano, o chefe de
negócios e o cônsul chegaram à embaixada mexicana com agentes de segurança
"encapuzados e supostamente armados", com o objetivo de evacuar o
ex-ministro Juan Ramón Quintana, o braço direito de Morales desde que chegou ao
poder em 2006. A chanceler boliviana, Karen Longaric, esclareceu nesta
segunda-feira (30) que as expulsões "não implicam de forma alguma uma
ruptura de relações diplomáticas", mas que agora os dois países devem
nomear novos funcionários.
Na embaixada do México em La Paz, estão
asilados nove ou dez funcionários do ex-presidente Morales, desde sua renúncia,
ocorrida em 10 de novembro passado.
Entre eles, os ex-ministros Juan Ramón
Quintana e Wilma Alanoca, procurados pela Justiça e alvos de mandados de prisão
por delitos de insurreição e terrorismo. Outros estão sob investigação fiscal
Apos a expulsão de sua embaixadadora, o
México denunciou uma decisão de “carácter político” e infrmou que a
instruiu a voltar para seu país.
O México denunciou que sua
residência sofre "assédio" e declarou que um sucessor assumirá
temporariamente o cargo e as representações diplomáticas funcionarão
normalmente.
O governo López Obrador havia aberto na
semana passada a possibilidade de diálogo com a Bolívia, para tentar resolver
os incidentes, mas as iniciativas não foram além das declarações bilaterais de
boas intenções. A embaixada mexicana continuou sob forte vigilância policial
nesta segunda-feira. A Espanha informou que enviará uma missão de investigação
à Bolívia. Madri negou que a visita fosse para "facilitar a saída"
dos funcionários de Morales e que, de qualquer forma, era uma visita
"cortesia exclusiva".ANG/RFI/AFP
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