Ministério Público emite mandado de detenção contra Evo Morales
Bissau,
19 dez 19 (ANG)– O Ministério Público boliviano emitiu um mandado de detenção
contra o ex-Presidente Evo Morales, actualmente exilado na Argentina, no âmbito
de uma investigação em curso por sedição e terrorismo, avançou quarta-feira a
agência France-Presse (AFP).
O
documento, a que a AFP teve acesso, é assinado pelos procuradores de La Paz,
Jhimmy Almanza e Richard Villaca, e ordena que as forças de segurança “detenham
e levem Juan Evo Morales Ayma à sede do Ministério Público”.
O
ministro do Interior boliviano, Arturo Murillo, divulgou, entretanto, o mandado
de detenção na rede social Twitter.
O
Governo interino da Bolívia acusou, a 22 de Novembro, o ex-Presidente Evo
Morales, que na altura estava exilado no México, dos crimes de “sedição e
terrorismo” por incitamento ao bloqueio de alimentos.
Na
altura, o executivo interino divulgou uma gravação para sustentar a acusação.
No
poder desde 2006, Evo Morales, o primeiro Presidente indígena da Bolívia, foi
declarado vencedor para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de
Outubro, escrutínio que seria marcado por denúncias de fraude por parte da
oposição boliviana.
Morales
acabaria por renunciar ao cargo a 10 de Novembro após três semanas de protestos
contra a sua reeleição liderados pela oposição e depois de ter perdido o apoio
do exército e da polícia.
O
ex-Presidente boliviano, que denunciou que a proclamação da senadora Jeanine
Añez como Presidente interina foi um “golpe de Estado”, seguiria depois para o
México como exilado político.
Evo
Morales chegou à Argentina na passada quinta-feira para estar mais perto da
Bolívia e do seu partido.
Hoje, a
partir de Buenos Aires, Evo Morales, que recebeu o estatuto de refugiado na
Argentina segundo noticiou esta quarta-feira a agência espanhola EFE, pediu que
o Papa Francisco “organize uma missão eleitoral” para, em conjunto com “organismos
e instituições da Europa”, supervisionar as eleições no país anunciadas pelo
Governo interino mas ainda sem data. ANG/Inforpress/Lusa
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