Chade/Declarado estado de
“emergência alimentar”
Bissau, 03 Jun
22 (ANG) - O Chade declarou estado de “emergência alimentar” devido à
"constante deterioração da situação nutricional" provocada pela
guerra na Ucrânia.
No decreto
assinado, quinta-feira, 2 de Junho, o
governo alerta para o risco elevado a que está exposta a população se não for
prestada assistência humanitária, nomeadamente alimentar.
O decreto assinado pelo chefe da Junta militar no poder, Mahamat
Idriss Déby Itno, chama a atenção para o risco elevado a que está exposta a
população se não for prestada assistência humanitária, nomeadamente
alimentar.
No documento as autoridades apelam aos
parceiros nacionais e internacionais para ajudar a população.
De acordo com a as Nações Unidas, 5,5
milhões de chadianos, ou seja um terço da população, precisavam de “ajuda
humanitária de emergência", em 2021. No entanto, a guerra na Ucrânia, e o
bloqueio de cereais imposto pela Rússia, veio agravar a situação.
A ofensiva russa contra a Ucrânia- que assegura 30% das
exportações mundiais de trigo- conduziu a um aumento do preço dos cereais e dos
óleos alimentares, ultrapassando os recordes de 2008 durante as manifestações
contra a fome e no decorrer da revolução da Primavera Árabe, em 2011.
A ONU receia “um furacão de fome”, principalmente nos países
africanos que importam mais da metade de trigo da Ucrânia ou da Rússia.
Esta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou
que a invasão russa da Ucrânia, para além de devastar o país, é responsável por
"uma crise global tridimensional de alimentos, energia e finanças, que
pesa sobre a população, países e economias mais vulneráveis".
O medo de uma grande crise alimentar é particularmente sentido no
continente africano, onde, em muitos países, a população, que vive no limiar da
pobreza, sente o impacto do aumento dos preços – que os Estados não podem
conter por falta de recursos financeiros.
Esta sexta-feira, o Presidente do Senegal e presidente em
exercício da União Africana, Macky Sall tem encontro marcado com o seu homólogo
russo Vladimir Putin, na cidade de Sotchi.A deslocação acontece a convite de
Vladimir Putin e a acompanhar Macky Sall está o presidente da Comissão da União
Africana, o chadiano Moussa Faki Mahamat.
A União Africana espera assim “contribuir para algum apaziguamento
na guerra na Ucrânia e apelar ao desbloqueio dos stocks de cereais e
fertilizantes, cujo entrave afecta gravemente os países africanos”. ANG/RFI
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