Cajú/Presidente da ANIE-GB disse que a taxa cobrada aos empresários não reverte na melhoria de pomares de cajú
Bissau,06 out 22(ANG) - O presidente da Associação Nacional dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau (ANIE-GB), disse que a taxa cobrada aos empresários nacionais e estrangeiros e depositada na conta da Agência Nacional de Cajú(ANCA-GB), no valor de sete mil milhões de francos CFA, não se reverte na melhoria de performance de pomares de caju.
Mamadu Iero Jamanca, em conferencia de imprensa
realizada quarta-feira, disse que o valor em causa tinha sido mobilizado para
melhorar a performance dos pomares de cajú, mas os pomares estão a morrer por
falta de cuidados técnicos, velhice e contaminação por pragas.
Afirmou que, que os importadores e exportadores
são os únicos contribuintes diretos da taxa sobre valorização da castanha
de cajú do país no valor de 5 francos CFA por quilograma.
“Passado todo este tempo, percebemos que esse fundo
não estava a ser investido devidamente, o objetivo para o qual foi criado pelos
atores da fileira de cajú, por isso intentamos uma ação judicial contra Agência
Nacional de Cajú (ANCA) junto do Tribunal Regional de Bissau para que
esclarecesse os equívocos que poderiam ter existido quanto à utilização desse
fundo”, notou.
De acordo com o presidente ANIE-GB, o Tribunal Regional
de Bissau decidiu na semana passada a interdição do pagamento da taxa sobre
valorização de 5 franco CFA nas contas de ANCA-GB e constituir a Associação
Nacional dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau como fiel depositário
daquela taxa, aguardando o desenrolar do processo em curso no Tribunal.
Jamanca assegurou que a Confederação Nacional dos
Atores da Fileira de Cajú da Guiné-Bissau, que engloba todas as organizações
que atuam nesse setor, estão determinados a defender os seus interesses e
deixou um aviso que todos os fundos que o Governo tinha alocado ao setor serão
investigados e investidos para o bem-estar do cajú, das mulheres, dos homens e
dos jovens que labutam diariamente nessa área.
“Estamos insatisfeitos com a forma como o dinheiro que
nós pagamos está a ser gerido pela entidade gestora, razão pela qual decidimos
recorrer ao Tribunal, que nos deu razão e agora vamos avançar com uma
previdência cautelar o quanto antes para definitivamente estancar a má gestão e
o desvio de dinheiro que deveria ter sido canalizado para o caju”, enfatizou.
Chamamos a atenção à ANCA, à Administração dos Portos
de Bissau, ao Conselho Nacional de Carregadores e outras entidades que todo o
dinheiro que, por lei, foi direcionado para fim de melhoria da castanha de
cajú, através da sua plantação, os operadores da fileira de cajú não vão cruzar
os braços e lutarão até que seja usado para o fim a que se destina.
Mamadu Iero Jamanca disse estranhar que uma Agência de
Cajú como ANCA, com a importância reguladora que tem, se tenha dado ao luxo de
não prestar contas ao Conselho Geral daquela instituição.
“A Agência Nacional de Cajú da Guiné-Bissau não tem
nenhum relatório financeiro fidedigno e confiável das suas atividades ao longo
dos anos que tenha passado por uma auditoria de uma instituição financeira
certificada para o efeito”, lamentou.ANG/ÂC
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