quinta-feira, 6 de outubro de 2022

 

Futebol/ FFGB condiciona apoio aos Clubes com a legalização dos órgãos sociais 

Bissau,06 Out 22(ANG) - O Comité Executivo da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) condiciona a entrega de apoios financeiros para a época desportiva 2022/2023 aos clubes filiados no órgão à legitimação dos órgãos sociais dos mesmos e ao envio dos estatutos à FFGB.

A informação consta de um comunicado do organismo divulgado no passado dia 28 de setembro a que o Jornal O Democrata teve acesso, no qual a instituição federativa não precisou a data para os clubes cumprirem a exigência.

“Todos os clubes devem legalizar os seus órgãos sociais e enviar os seus estatutos à FFGB o mais breve possível. Os clubes que não cumprirem o expostos acima, não beneficiarão do apoio da FFGB para a época desportiva 2022-2023”, refere o comunicado assinado pela secretária-geral do órgão, Virgínia Mendes da Cruz.

Numa entrevista concedida ao Democrata na quarta-feira, o presidente da Liga Guineense dos Clubes de Futebol (LGCF), Dembo Sissé, considerou “salutar a decisão”, porque “é fundamental os clubes renovarem os seus órgãos sociais”.

“É necessário os clubes renovarem os seus órgãos sociais no sentido de legitimarem os seus atos e decisões. Penso que na democracia esta decisão é justa, porque com a término do mandato, é importante legitimar os órgãos sociais”, explicou Dembo Sissé.

Sissé, que é um dos membros do Comité Executivo da FFGB, assegurou que a FFGB está a trabalhar na sensibilização dos clubes, cujos mandatos dos respetivos corpos soxiais estão caducados para regularizarem os órgãos.

Questionado se esta decisão da FFGB não vai comprometer os trabalhos dos clubes que se encontram em caducidade por causa de dificuldades financeiras, Sissé tranquilizou os clubes que a LGCF vai abordar a FFGB no sentido de dar tempo aos clubes para permiti-los legitimar os seus respetivos órgãos sociais.

Dembo Sissé não revelou os nomes dos clubes em situação de caducidade, limitando-se apenas a dizer que “as direções dos vários clubes já terminaram os respetivos mandatos”. Contudo, O Democrata soube que alguns clubes nacionais têm os mandatos caaducos.

Trata-se do clube dos Tigres de São Domingos, Sporting Clube da Guiné-Bissau, Flamengo de Pefine, União Desportiva Internacional de Bissau, Quelélé e Sporting Clube de Bafatá.

Confrontado com esta decisão, o vice-presidente do Clubes dos Tigre de São Domingos, Catenca Djeme, elogiou a medida porque “normalmente não é plausível uma organização funcionar com órgãos sociais caducos”.

“Quem responde pelo clube são os seus dirigentes, por isso é preciso ter os órgãos sociais todos legitimados para poder responder, em juízo, em nome da organização que está a representar”, disse.

Numa entrevista telefónica à redação do jornal O Democrata, Djeme reconheceu a caducidade da direção do seu clube, mas assegurou que está em curso o processo para a realização do Congresso Ordinário para legitimar os órgãos sociais. Segundo explicação de Djeme, neste momento, existe uma comissão eleitoral a trabalhar para a realização do sufrágio ainda este mês de outubro, para permitir que se faça a reestruturação do clube.

São Domingos, que foi campeão nacional do segundo escalão do futebol, fazendo o clube regressar à primeira divisão, realizou o seu último Congresso Ordinário em 2019, mas a lista eleita não tomou posse, porque não conseguiu formar uma direção. Na sequência desta situação, a comissão que liderou o clube naquela altura permanece em funções até ao momento.

Além de São Domingos, a secção desportiva do Democrata também abordou o assunto da legitimação dos órgãos sociais com a direção do Sporting Clube de Bafatá. Confrontado com a decisão, Bunca Djau, o diretor do Património do clube, reconheceu que é fundamental reorganizar os órgãos sociais, mas lamentou que o seu clube não tenha sido informado de forma oficial.

“Independentemente da decisão da FFGB, o clube de Bafatá está a trabalhar para legitimar os seus órgãos sociais. Vamos comunicar à FFGB para pedir maior esclarecimento, porque no comunicado, não determinou um prazo que os clubes devem cumprir”, disse.

Djau, que dirige a equipa na ausência do presidente Gomes Sanó, disse que o mandato do clube termina no dia 7 de dezembro, mas não se sabe se a FFGB pretende que os clubes de futebol regularizem os órgãos sociais antes do início do Campeonato Nacional.

Na sua curta declaração telefónica, Djau frisou que já falou com a Mesa da Assembleia Geral sobre a pertinência de o clube realizar o Congresso Ordinário em outubro em curso.

O Democrata apurou também que o Sporting Clube da Guiné-Bissau pretende legitimar os seus órgãos sociais entre outubro e novembro. 

De recordar que no último Congresso Ordinário da FFGB, realizado no mês de julho, os clubes apelaram à LGCF para subvencionar as equipas, tendo em conta às dificuldades financeiras que enfrentaram durante a época passada.

A época desportiva 2022-2023 vai iniciar no próximo mês de novembro, com a realização do jogo da Supertaça, entre os eternos rivais de sempre, Benfica de Bissau e Sporting Clube da Guiné-Bissau.ANG/O Democrata

 

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