Covid-19/Países
devem preparar-se para aumento de infecções e hospitalizações
Bissau, 26 Out 22(ANG) – A Europa registou 1,4 milhões de infecções e 3.250 mortes na última semana, um novo aumento da covid-19 que obriga os países a prepararem-se para um crescimento de casos e hospitalizações, alertou terça-feira a Organização Mundial da Saúde.
Com a
chegada do Outono e a aproximação do Inverno, “estamos preocupados com um
possível aumento dos números da covid-19 e da doença correspondente”,
reconheceu o epidemiologista.
Segundo
disse, apenas na última semana foram notificados na Europa mais de 1,4 milhões
de casos positivos e 3.250 óbitos, que elevaram para cerca de 260 milhões
o total de infecções e mais 2,1 milhões de mortes desde o início da pandemia.
“Encorajamos
os países a prepararem-se para possíveis novos aumentos de casos e
internamentos por Covid-19”, sublinhou Richard Pebody, tendo em conta que
algumas subvariantes da Ómicron são mais transmissíveis do que as suas
antecessoras e que muitas pessoas continuam por vacinar ou têm a vacinação
incompleta.
“Também
é possível que haja outras variantes mais transmissíveis, por isso não podemos
dizer com certeza o que pode acontecer a seguir”, referiu o especialista da
OMS/Europa à Lusa, ao recordar que a forma mais eficaz de salvar vidas,
proteger os sistemas de saúde e manter as sociedades e as economias abertas é
“vacinar primeiro os grupos certos”.
De
acordo com o responsável da Equipa de Alta Ameaça Patogénica, apesar de muitos
países terem reduzido os testes e a sequenciação do SARS-CoV-2, é necessário
“continuar à procura do vírus”, sob pena de ficarem “cada vez mais cegos” em
relação aos seus padrões de transmissão e à sua evolução.
“Este
vírus não vai desaparecer só porque os países pararam de procurá-lo. Continua a
espalhar-se, continua a mudar e continua a causar hospitalizações e a tirar vidas”,
alertou Richard Pebody, para quem a testagem e a sequência genética “continuam
a ser medidas críticas para a monitorização” do SARS-CoV-2.
Perante
isso, o epidemiologista adiantou que a OMS encoraja os países a “reiniciar ou
manter a vigilância, a testagem, a sequenciação e rastreio de contactos”, para
que seja possível proteger os grupos vulneráveis.
“A
população em geral deve ter acesso a diagnósticos, vacinas e tratamentos,
especialmente aqueles que estão em maior em risco. Aqueles que ainda precisam
de ser vacinados têm de tomar a vacina, para se manterem a si e aos outros
seguros”, destacou.
Além
da covid-19, a chegada do outono e do inverno pode levar ao “ressurgimento
da gripe”, depois de dois anos de fraca incidência dessa doença,
resultando numa pressão adicional sobre os sistemas de saúde, disse.
Para
responder a este aumento de pressão sobre os serviços de saúde, a OMS avançou
com cinco “estabilizadores pandémicos”, medidas que considera críticas para
proteger a população europeia nos próximos meses.
Entre
estas medidas estão o aumento da vacinação da população em geral e a
administração de uma segunda dose de reforço a pessoas imunocomprometidas a
partir dos cinco anos e aos seus contactos próximos.
Além
disso, a OMS recomenda o uso de máscaras no interior e nos transportes
públicos, a ventilação de espaços públicos e lotados, como escolas, escritórios
e transportes públicos, e a aplicação de protocolos terapêuticos rigorosos
para pessoas em risco de doença grave.
As
decisões sobre as medidas de proteção a implementar “sempre foram dos
Estados-membros com base na transmissão do vírus no seu país. O conselho
da OMS continua a ser que uma máscara adequada deve ser usada em ambientes
fechados, confinados, lotados e mal ventilados, sempre que possível”, adiantou
Richard Pebody.
“Temos
de reconhecer a fadiga pandémica. Todos nós só queremos que esta pandemia
acabe, mas as medidas simples continuam a ser essenciais, especialmente em
determinadas circunstâncias”, sublinhou o especialista da OMS/Europa. ANG/Inforpress/Lusa
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